Tiago Tormes Souza

O SOCIAL DARWINISMO OCIDENTAL E O PROGRESSO JAPONÊS
Tiago Tormes Souza

O presente artigo tem com objetivo explicar a relação entre o pensamento social darwinista, o Imperialismo das potências industriais ocidentais e o Estado Japonês pós Restauração, evidenciando as reformas na educação, na economia e no exército decorrentes disso.

O Social Darwinismo no Ocidente
A publicação da obra A Origem das Espécies [1859], de Charles Darwin, revolucionou as ciências naturais e a própria cultura ocidental. Hobsbawm [2012] aponta a relevância da obra não só para a biologia, mas para a história.

“A teoria da evolução pela seleção natural ia bem mais longe que os limites da biologia, e nisso reside sua importância. Ela ratificava o triunfo da historia sobre todas as ciências, embora “história” fosse nesse sentido fosse normalmente confundida pelos contemporâneos com ‘progresso’” [HOBSBAWM, 2012, p.390]

Assim, o evolucionismo não se manteve como um conceito apenas para as ciências biológicas. Com a ascensão da Sociologia de Augusto Comte como ciência, e de seu positivismo como um paradigma hegemônico, o evolucionismo passou a fazer parte das produções acadêmicas de diversas novas ciências, que passaram a explicar todas as sociedades pelo prisma do “progresso” e da “evolução”. Deste modo, o "Progresso" seria alcançado pelo desenvolvimento científico que os Estados europeus alcançaram através da Revolução Industrial e pela liberdade individual alcançada com a Revolução Francesa. Para isso, seria necessária uma "Ordem", de acordo com a qual a sociedade deveria obedecer a uma hierarquia natural para atingir o Estado Positivo.

“Pregava-se aqui a ‘conciliação de classes’, na verdade a submissão da massa de trabalhadores aos industriais que deveriam ser os responsáveis em encaminhar o bem ordenado progresso positivista.” [BARROS, 2014, p.95]

Portanto, a riqueza e a pobreza seriam apenas sinais da diferenciação entre a burguesia e o proletariado, que estaria relacionada a capacidade da espécie humana de se adaptar ao ambiente. Assim sendo, algumas pessoas seriam mais evoluídas que outras e, em consequência, a pobreza não teria causas sociais, mas sim biológicas. Logo, o Social Darwinismo surge como uma junção das teorias evolucionistas de Darwin com as novas ciências sociais que surgem na segunda metade do século XIX, como a Sociologia, a Antropologia e a Linguística. Essa nova teoria foi utilizada para hierarquizar a sociedade e categorizar os seres humanos.

"O darwinismo social, no entanto, envolve um quinto pressuposto crucial, isto é, que esse determinismo se estende não apenas às propriedades físicas dos seres humanos, mas também à sua existência social e aos atributos psicológicos que desempenham um papel fundamental na vida social, e.g. razão, religião e moralidade [...] Os darwinistas sociais, no entanto, acreditam que muitos (se não todos) os aspectos da cultura - religião, ética, instituições políticas, o surgimento e a queda dos impérios e civilizações, além de muitas características psicológicas e comportamentais - podem ser explicados pela aplicação dos primeiros quatro elementos a esses domínios. Os darwinistas sociais, portanto, endossam dois fatos fundamentais sobre a natureza humana: que é contínua como a psicologia animal e que evoluiu através da seleção natural." [HAWKINS, 1997, p.31]

O Social Darwinismo não considera apenas os aspectos biológicos dos seres humanos, mas também a sua cultura como um todo. Analisando as sociedades tribais como muito aquém do progresso industrial e liberal visto no Ocidente, fora do contexto europeu, as ciências próximas do social darwinismo passam a hierarquizar as diferentes sociedades e relacionar seu grau de evolução com seu desenvolvimento. Nesse momento, o conceito de “raça” passa a ser o catalisador de todo o pensamento a respeito do Imperialismo Ocidental imposto a outros povos.

Na Ásia, os Estados Europeus sobrepujaram as grandes civilizações com seu armamento e tecnologia. A Índia passou a ser parte do Império Britânico. O Império Chinês, da Dinastia Qing, sofreu diversos boicotes econômicos e teve seu poder esfacelado, tornando-se território dividido em diversas em áreas de influência das grandes potências imperialistas. Em apenas um século, uma Europa que sempre viu o Império chinês como uma grande nação civilizada e avançadíssima passou a vê-la como uma nação semi-bárbara e muito distante do ideal de progresso da modernidade e do liberalismo Ocidental.

A Primeira Guerra do Ópio (1839-1842), entre Inglaterra e China, foi a primeira demonstração de que o grande império tradicional não era páreo para o poderio militar ocidental. Uma pequena frota inglesa de mais ou menos vinte mil homens derrotou as forças armadas Qing e forçou a abertura econômica chinesa. A China tentou preservar sua cultura e governos tradicionais, resistindo ao avanço ocidental, mas foi derrotada. Logo em seguida, diversas revoltas ocorreram, dentre as quais as principais foram a Revolta dos Boxers (1900) e a Rebelião Taiping (1850-1864).

O Japão e a Busca pelo Progresso
Os navios negros do comodoro norte americano Matthew C. Perry aportaram no Japão em 1853. O Bakufu Tokugawa se viu intimidado com o poderio militar ocidental. Pela primeira vez, desde o isolamento do Japão no século XVI, a ilha no pacifico se viu sitiada e impossibilitada de reagir contra essas novas tecnologias.

A “diplomacia da canhoneira” surtiu efeito, os Estados Unidos abriram o comercio japonês para o mundo e o Imperialismo industrial finalmente tinha chegado a terras nipônicas.

Após a Restauração Meiji em 1868, o Governo Imperial enviou diversas missões diplomáticas e intercâmbios para a Europa e a América. Em especial a “Missão Iwakura” com o objetivo de absorver novos modelos políticos, econômicos, técnicos e científicos. O Império do Japão estava em busca do "Progresso" e diversas obras ocidentais chegaram ao Japão, com um crescimento rápido de traduções e produções acadêmicas em língua japonesa embasadas nos grandes teóricos e cientistas ocidentais.

O conceito de “Progresso” estaria intimamente ligado ao conceito de “Modernidade disponível” e não uma modernidade generalizante como os teóricos positivistas e ligados ao Social Darwinismo propunham.

“Para o Japão, as modernidades disponíveis nas ultimas três décadas do século XIX eram chamadas de “civilização” (bunmei), o que os japoneses entendiam como um estágio universal na historia mundial, assim como o que estava exemplificado pelos modelos “euroamericanos” contemporâneos.”[GLUCK, 2014, p.21]

Assim, a “Modernidade disponível” que existia na segunda metade do século XIX seria ligada ao progresso industrial, ao Estado-Nação e as políticas imperialistas. Porque não havia outra forma de manter um Estado soberano sem interferências externas com um governo “tradicional” e “não civilizado”. Era necessário para o Japão buscar a “civilização”, reformar o seu sistema de educação pública sua economia e suas forças armadas. Esses três pontos seriam cruciais para que o progresso da nação fosse possível, importando diversos modelos do ocidente.

“O modelo inglês servia naturalmente como um guia para as estradas de ferro, telégrafo, obras públicas, indústria têxtil e muito dos métodos de comércio. O modelo Francês inspirava a reforma legal, e inicialmente a reforma militar, até que o modelo prussiano veia a prevalecer (a marinha evidentemente seguiu o exemplo inglês).” [HOBSBAWN, 2012, p.239]

As reformas da educação e da economia japonesa buscaram no Ocidente seu modelo e, através disso, o país alcançaria o progresso. Autores como Herbert Spencer, Mill e Comte contribuíram para que os ideais do Ocidente fossem usados pelos japoneses que buscavam a ascensão da Nação e o bloqueio das forças Imperialistas em seu território por meio de uma ideologia progressista e modernizadora.

“No entanto, uma inspeção das influências spencerianas no Japão mostra que o uso conservador de Spencer, por exemplo, está intimamente relacionado com a natureza única da ideologia social e política conservadora japonesa e com a complexa estrutura social do Japão da era Meiji. Isso ilustra as maneiras pelas quais o pensamento ocidental, recentemente introduzido, contribuiu para a ideologia dos grupos que possuíam o poder na sociedade Meiji." [NAGAI, 1954,p.56]

O Código Fundamental de educação de 1872 “decretou a criação de uma rede de oito distritos universitários e 32 distritos preparatórios, cada um deles com uma dotação de 210 escolas primarias” [Collcutt, Jansen, Kumakura, 2008, p.175]. Uma mudança drástica em relação ao período Tempô, em que o ensino ainda era voltado para a classe samurai e dos daymio. A educação formal durante a Era Meiji incluiu lições morais, desde lealdade e patriotismo. Suas universidades eram extremamente liberais para que os acadêmicos japoneses pudessem rivalizar com seus pares ocidentais. O que constituía em uma educação extremamente utilitarista, em que o cidadão servindo a si mesmo, serviria a pátria e ao Imperador. No mesmo Código, há um trecho que explica a busca pelo "Progresso" por parte do governo Imperial.

"O aprendizado é a chave do êxito na vida, e nenhum homem pode se atrever a rejeitá-lo. É a ignorância o que impede o homem de progredir, o empobrece, dispersa a família e termina por destruí-lo" [COLLCUTT; JANSEN; KUMAKURA, 2008, p.175].

Deste modo, a Educação Pública seria a forma de encaminhar a sociedade japonesa para o progresso. Porque ela seria necessária para introduzir as pessoas ao modelo de sociedade e política ocidental, em que a liberdade individual e a igualdade seriam respeitadas e não atrelada aos velhos costumes e tradições presentes no modelo social de estamentos do Bakufu Tokugawa.

A economia japonesa teve um grande crescimento desde a Restauração através de sua política de fortalecimento o mercado interno, da construção de ferrovias e da indústria pesada, tornando a economia japonesa sólida e incentivando uma expansão imperialista para outros países asiáticos, como a Coréia e a China, em busca de matérias-primas e um mercado consumidor, seguindo o exemplo das grandes potencias ocidentais que colonizaram a  África e a Ásia no mesmo período temporal.

“Alguns aspectos do fenômeno global e conjuntural são coercitivos, como foi o caso do governo imperialista dos britânicos na índia e dos japoneses na Coréia. Sob uma coação menos direta, mas não menos poderosa, o Japão para preservar sua soberania na ordem internacional dos fins do século XIX, dominado pelo Ocidente.”[GLUCK, 2014,p.21]

O militarismo japonês é um ponto crucial para se compreender a própria idéia de "Progresso", pois sem um exercito e uma marinha poderosa seria impossível uma política expansionista colonial. Uma vez que a ideia de uma classe samurai relacionada com a fragmentação política do Bakufo Tokugawa era um empecilho para a forma de se criar um Estado-Nação coeso.

A partir da Revolução Francesa o mundo ocidental passou a recrutar soldados de sua própria população, abandonando exércitos menores e extremamente profissionais. Porém, o levante de uma infantaria das massas abre caminho para o cidadão constituir uma identidade nacional, um nacionalismo exacerbado, o que não fazia parte da mentalidade japonesa, em que as instituições no Período Edo eram estamentarias e a arte bélica ainda era monopolizada por uma classe guerreira. Jansen [2008] aponta essa questão quando trata da “guerra boshin”, em que a apatia por parte do campesinato japonês em relação ao conflito é notada pelo governo Meiji após o termino do conflito.

“A guerra franco-prussiana de 1870-1871 surpreendeu vários dirigentes restauradores na Europa, que ao regressar compararam o alto grau de participação demonstrado pelos cidadãos de Paris na defesa da cidade com a indiferença da maioria dos camponeses japoneses durante as guerras de restauração. Estava claro que o caminho para a segurança nacional dentro do violento contexto internacional em que o pais estava envolvido passava pela educação e instrução do povo comum, transformando assim o Japão em uma “nação armada” em vez de depender de uma classe com armas. Também era possível citar o respeito em relação a tradição, já que o antigo Japão de inspiração institucional chinesa havia contado com camponeses recrutados.”[COLLCUT, 2008, p. 175]

Influenciado pelo Darwinismo Social, o governo Imperial passou a perseguir grupos étnicos minoritários. O maior exemplo disso foram os Ainu da ilha de Hokkaido, que foram obrigados a abandonar seus costumes tradicionais e assimilar a cultura nacional.

Conclusão
O Social Darwinismo e o desdobramento do Imperialismo, no Século XIX, tiveram grande influência sobre o Japão no governo Meiji., levando a mudanças em suas políticas publicas em relação a  educação, em sua economia e em seu militarismo. Criou-se assim as bases para que o Império do Japão se tornasse a grande potência econômica e militar na Ásia, aos moldes das outras potências imperialistas ocidentais.

Referências
Tiago Tormes Souza é graduando em História/Licenciatura pela FURG.
Email: tormes.tiago@gmail.com

BARROS, José D’Assunção. Teoria da História II. Os primeiros paradgmas: Positivismo e Historicismo. 4.Ed . Petrópolis: Vozes, 2014
COLLCUT, M.; JANSEN, M. B.; KIMAKURA, I. Japão. 1.Ed. Barcelona: Ediciones Folio, S.A, 2008
HOBSBAWN, Eric J. A Era do Capital, 15. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2012
HAWKINS, Mike. Social Darwinism in European and American Thought, 1860-1945: nature as model and nature as threat. 1. Ed. New York: Cambridge University Press, 1997
NAGAI, Michio. Herbert Spencer in Early Meiji Japan, The Far Eastern Quaterly, Volume. 14 No. 1, 1954. P.55-64
GLUCK, Carol. Meiji e moderninadade: da historia à teoria. In: PEREIRA, Ronan Alves; SUZUKI, Tae. Japão no Caleidoscópio: Estudos da Sociedade e da História Japonesa. São Paulo: Pontes Editores, 2014. p. 15-37

17 comentários:

  1. Apesar do Darwinismo Social ter se desbotado com o tempo, você considera que o Japão ainda preserva muito de suas características? Ainda é um país bem fechado ao multiculturalismo, ligado ao progresso tecnológico, de educação rigorosa, nacionalismo, etc. Apesar de ser tecnicamente culturalmente aberto, em comparação com outros países o progresso social é bem conservador. Até que ponto isso pode ter algo a ver com o Darwinismo Social e porque existe essa diferença entre o Japão e os demais países que também passaram por essa linha de pensamento?

    Ana Raquel Andrade Bastos

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    1. O Japão ainda mantem muito de suas tradições e elas foram mantidas por incentivo do próprio governo, enquanto outras foram suprimidas ainda na Restauração Meiji.
      De fato, isso veio da ideia de que existem populações mais evoluídas que outras (sendo os ocidentais o exemplo de evolução) e o Governo Japonês buscava trazer essa evolução para o país.
      Em relação ao Japão e outros países, eles não se diferem tanto quando adotaram politicas Sociais Darwinistas. O Brasil é um exemplo claro disso. O Império e a República Velha adoram o modelo Positivista para a educação e as ciências. Quando houve o fim da escravidão, a Politica de Branqueamento Racial foi um claro exemplo do pensamento Social Darwinista, em que essa população negra era considerada atrasada, a imigração de europeus era necessária para que eles se casassem com negros e seus filhos e netos a cada geração fossem mais brancos, até atingir o estado de branqueamento, ou seja, evolução, fosse satisfatória.
      As politicas motivadas pelo Darwinismo Social são muito próximas em diversas partes do globo, obviamente, variando de acordo com a necessidade do Estado.
      Espero ter respondido, obrigado pela pergunta.

      Tiago Tormes Souza

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  2. A abertura do comércio com os EUA, mesmo que forçada, teria promovido a modernização conservadora do Japão?

    Maria Eduarda Lis De Paula Coimbra

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    1. Bem, com a abertura do comércio japonês aos EUA e a outros países ocidentais, temos uma "invasão" de bens de consumo industrializados ocidentais para o mercado japonês.
      O medo de ser enquadrado em uma esfera de influencia de alguma potencia, fez com que diversos nobres do final do período Edo se revoltassem contra o Bakufu Tokugawa para para manter a autonomia do Japão frente as pressões exteriores.
      Então podemos dizer que de fato, essa abertura forçada trouxe a modernização para o Japão, pois eles não queriam que seu país se tornasse como outras colonias e Estados fantoche no período.

      Tiago Tormes Souza

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  3. Nos dias atuais, nota-se uma grande influência do Ocidente, em especial do imperialismo cultural dos Estados Unidos, no Japão. Para o cidadão japonês, se apropriar de elementos ocidentais não geraria um conflito de identidade? Por que?


    Maria Eduarda Lis De Paula Coimbra

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Infelizmente não tenho nenhuma fonte que possa te dar uma resposta coerente sobre o cidadão japonês no presente.
      Podemos dizer que houve conflitos na história contemporânea japonesa pós-restauração que tinham o objetivo de manter algumas tradições. Vou dar o exemplo da Rebelião Satsuma que foi organizada e mantida por ex-samurais e foi a ultima revolta contra o novo governo Meiji.
      Obviamente, quando existe a penetração de novos costumes em uma sociedade isso causa conflitos, nesse ponto entra a educação pública. No governo Meiji a educação teve papel fundamental para a manutenção desses novos programas de modernização. Trazendo elementos ocidentais e de nacionalismo, as escolas japonesas prepararam esses novos cidadãos para estarem inseridos em um modelo ocidental de sociedade e trabalho. O conflito de fato existiu, mas os planos de educação foram sendo modificados com o tempo para que se preservasse elementos da cultura japonesa e inserir os costumes do Ocidente.
      Espero que eu tenha respondido sua pergunta, fique a vontade para perguntar mais se precisar.

      Tiago Tormes Souza

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  4. Através desse contexto complexo que se enquadra os estados unidos e todas os seus feitos no século xix, no seu ponto de vista, é possível dizer que o imperialismo, mesmo tendo todo aquele lado negativo analisado por diversos historiadores, por conta da imposição de forma ''bruta'', foi fundamental para que o Japão pudesse crescer e prosperar fora de seu ''mundo fechado''?

    Ana Laura Daipré

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    1. Nesse caso temos pensar o seguinte: a destruição de diversas culturas e a escravização de indígenas na Colonização da América, a partilha da África e da Ásia pelas potencias industriais europeias em razão do progresso pode ser justificada ?
      O que aconteceu no passado ainda apresenta remanescências no Brasil, na América Latina e em diversas partes do globo. A prosperidade pode ter acontecido, mas ao custo da exploração de diversos povos.
      O Império do Japão no final do século XIX e inicio do século XX explorou diversas nações para seguir o ideal de Progresso e Modernização, isso vemos na ocupação da Coréia e da China na Segunda Guerra Mundial.
      Infelizmente não te darei uma resposta, mas apenas uma reflexão. É justificado a exploração de populações inteiras para atingir o Progresso ?

      Tiago Tormes Souza

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  5. Gostei muito do texto. Ao decorrer da explicação é mencionada as reformas educacionais, nas quais são influenciadas pelos modelos europeus. Sobre o novo sistema educacional, é transmitido para os estudantes esse processo de modernização? Além disso se os alunos recebem uma educação sobre esse processo, a forma que ele é passado pode comprovar uma perpetuação desse ideal de progresso e das ideias sociais darwinistas, tem alguma informação sobre isso?

    Ass: Maria Clara Felipe Gonçalves.

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  6. Olá Tiago, parabéns pelo seu texto. Pelo que pude entender do texto, você coloca a influência ocidental em relação ao militarismo que fora desenvolvendo no japão durante o século XIX. Minha pergunta é: esse militarismo já não vinha ou era desenvolvido antes da chegada dessa influência?


    Cordialmente.

    Gustavo Henrique Shigunov
    História - UFSC

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    1. Muito obrigado, amigo.
      A sociedade japonesa já era militarizada antes da chegada da frota americana. Mas o conceito de militarismo que usei é diferente daquele que era visto no Japão, que era ligado a classe samurai, não havia participação do campesinato ou dos comerciantes. Claro, em em caso de guerra havia o recrutamento dessa população, mas sempre por ordem do daimiô de alguma Han.
      A partir da Restauração, foi implantado um militarismo na base do europeu, em que a identidade nacional centrada na figura do Imperador Meiji era a motivação do exército de conscritos e recrutados. Nesse momento a classe samurai foi abolida e os deveres militares passam a população como um todo guiadas pelo Nacionalismo e Patriotismo.

      Tiago Tormes Souza

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  7. Luciano dos Santos Ferreira13 de outubro de 2017 às 10:37

    Parabéns pelo texto Tiago, claro e objetivo. Ao longo do texto alguns questionamentos me vieram: como os tradicionais japoneses aceitaram a interferência dos conceitos ocidentais tão facilmente? E a transição explorados/exploradores bem sucedida se deveu de algum modo a homogenia étnico-racial?

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    1. Muito obrigado, Luciano, boa noite!
      Quanto a sua primeira pergunta não possuo uma resposta conclusiva, pois alguns segmentos da sociedade japonesa aceitaram mais facilmente que outros a penetração da cultura ocidental no Império do Japão. Alguns se adaptaram melhor, graças as oportunidades de trabalho e posições no governo. Uma liberdade econômica maior para os comerciantes e novos industriais que surgiram.
      Obviamente com a o advento da industria houve o surgimento de movimentos operários organizados, mas infelizmente ainda não tenho conhecimento sobre.
      Quanto a segunda pergunta, sim e não, a etnia e a língua homogênea podem ter contribuído para a facilidade de unificar o Japão em um Estado Nacional, unido com uma administração eficiente conseguiu um desenvolvimento rápido possibilitou uma expansão territorial. Mas a unidade étnica e linguística sempre foi uma necessidade do novo Estado de se consolidar, tanto que houve uma politica de assimilar as populações Ainu em Hokkaido.
      Espero ter ajudado, abraço !

      Tiago Tormes Souza

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  8. Prezado Tiago, boa noite!
    Realmente, a história japonesa, para nós ocidentais, é fascinante. Mas esse período em questão sempre me traz uma dúvida: como foi possível o poder imperial implantar em tão pouco tempo um programa tão revolucionário? Afinal, em uma sociedade historicamente fechada, conseguiu transformar a área militar, a econômica e a educacional.
    Como foi possível tirar privilégios de uma classe tão importante quanto a dos samurais sem que houvesse uma distensão social?
    Abs.
    Marcelo Vieira Pérez

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    1. Olá Marcelo, boa noite !
      Infelizmente ainda não tenho a resposta para sua primeira pergunta, na verdade, é essa pergunta que me motivou a pesquisar do Império do Japão no século XIX. Infelizmente estou bem bem longe ainda de poder dar uma resposta conclusiva, então me desculpe.
      Quanto a segunda pergunta, em uma das respostas eu citei a Rebelião Satsuma que foi a última grande revolta tradicional no Japão pós-Restauração.
      Muitos dos antigos samurais conseguiram se adaptar muito bem a nova realidade do Japão. Tanto a alta quanto a baixa aristocracia, que frequentaram as primeiras universidades e se tornaram funcionários da nova burocracia estatal. Então podemos dizer que houve uma "troca", os samurais entregavam suas espadas, mas ganhavam espaço no novo governo e suas instituições.
      Espero ter respondido, boa noite !

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  9. Ótimo texto. Durante algumas aulas da graduação em história que tratavam desse período discutimos que parte do progresso industrial do período Meiji-jidai se deu a certa perspicácia dos líderes japoneses em absorverem somente o necessário dos meios de industrialização ocidental sem que este sistema e as nações estrangeiras derrubassem a soberania do império e esmagasse os aspectos de sua sociedade.

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