Edelson Geraldo Gonçalves

O NASCIMENTO DA JAPONOLOGIA
Edelson Geraldo Gonçalves

A japonologia é o campo do orientalismo que tem o Japão e sua cultura como objetos específicos de estudo. Esta comunicação será dedicada ao relato e análise do nascimento dessa vertente acadêmica no século XIX e início do XX, dando ênfase ao seu ramo de língua inglesa, o maior e mais representativo desse campo. Para isso usaremos como referenciais teóricos as definições de “orientalismo” de Robert Irwin, e de “japonologia” de Renato Ortiz.

Como fontes estão presentes algumas das obras japonologistas da segunda metade do século XIX e início do XX, sobretudo duas edições do livro Things Japanese, de Basil Hall Chamberlain, as quais nos fornecem uma base para identificar os autores mais relevantes do período.

Por orientalismo entendemos aqui a concepção de Robert Irwin [2008, p. 12] segundo o qual o termo “orientalista” usa-se em “referência a quem tenha feito um estudo especial das línguas e culturas asiáticas” (e do norte da África). Por sua vez a japonologia pode ser definida como o estudo do Japão e de sua cultura (artes, sociedade, história, economia, etc.), feito no Japão por estrangeiros ou fora do Japão, seja por estrangeiros ou japoneses [Ortiz, 2000, p. 24-25].

Devemos ainda chamar atenção para o fato de que como um domínio acadêmico a japonologia é um campo distinto do japonismo, movimento artístico e literário predominantemente oitocentista que teve como alguns expoentes Claude Monet (1840-1926), Pierre Loti (1850-1923) e Giacomo Puccini (1858-1924). Entendidos esses pontos passaremos à abordagem direta da japonologia.

A Japonologia
Estima-se que as primeiras palavras ocidentais sobre o Japão (ou Cipango) tenham sido escritas no século XIII, por Marco Polo (1254-1324), quando registrava o desejo de Kublai Khan (1215-1294) de anexar o arquipélago nipônico ao seu próprio império. Após a chegada dos primeiros portugueses a Tanegashima, em 1543, e dos outros ocidentais, que vieram após eles o Japão passou a figurar em textos escritos em línguas ocidentais, compostos principalmente por missionários, como o Tratado das Contradições e Diferenças de Costumes entre a Europa e o Japão (1585), do jesuíta português Luis Fróis (1532-1597), as Peregrinações (1614), do também jesuíta português Fernão Mendes Pinto (1510-1583), o Sumário Del Japón (1583) do jesuíta napolitano Alexandre Valignano (1539-1606) e Hakluytus Posthumus or Purcha’s His Pilgrimes, do sacerdote anglicano Samuel Purchas (1577-1626).

Contudo aquele que foi sem dúvidas o mais influente entre esses primeiros escritos foi o livro The History of Japan do médico alemão Engelbert Kaempfer (1651-1716) publicado entre 1727 e 1728, em dois volumes [Markley, 2004, p. 54, 57]. Esse livro, cujo autor foi capaz de escrever após uma estadia de dois anos e dois meses no Japão, “compilou um trabalho que pela primeira vez deu ao mundo uma informação razoavelmente acurada sobre a história, geografia, crenças religiosas, maneiras e costumes, produções naturais e mistérios do Império” [Chamberlain, 1905, p. 266].

No entanto foi apenas no século XIX que os escritos sobre o Japão se multiplicaram, principalmente após a abertura dos portos pelos Tokugawa em 1853.

A partir da segunda metade do século XIX escrever sobre o Japão (principalmente em relatos de viagem) tornou-se uma moda intelectual, tanto que o japonologista Basil Hall Chamberlain [2014, p. 47] brinca ao afirmar que para os intelectuais da época “não ter escrito um livro sobre o Japão estava se tornando de fato um rótulo de distinção”.

De fato, muito se escreveu sobre o país nesse período, tanto que é pouco provável que alguém consiga contar o número exato de obras escritas sobre o tema naquele século, mas os autores de obras que se tornaram referências no campo dos estudos japoneses são de um número bem mais limitado, e é a estes que dedicaremos o texto dessa comunicação.

Como critério de seleção desses autores utilizaremos principalmente as revisões bibliográficas feitas por Basil Hall Chamberlain nas edições de 1890 e 1905 de seu livro Things Japanese.

Autores relevantes escreveram em várias línguas, como por exemplo na língua alemã onde encontramos o naturalista Phillip Franz Von Siebold (1796-1866), além do geógrafo Johannes Justus Rein (1835-1918), a língua portuguesa, com o  lusitano Wenceslau de Moraes (1854-1929) e o brasileiro Oliveira Lima (1867-1928), a língua espanhola na qual podemos destacar o diplomata espanhol de ascendência francesa Enrique Dupuy de Lôme (1851-1904) e o escritor guatemalteco Enrique Gomez Carrillo (1873-1927), e em língua francesa Andre Bellessort (1866-1942) e Edmond de Goncourt (1822-1896).

Contudo foi em língua inglesa que escreveram os mais notáveis autores da japonologia oitocentista. Este conjunto de autores era composto principalmente de missionários cristãos e funcionários estrangeiros contratados pelo governo Meiji, reunindo-se na Asiatic Society of Japan (filial da Royal Asiatic Society of Great Britain and Ireland, órgão britânico destina a promover estudos sobre o Oriente) fundada em Yokohama em 1872, e publicando seus trabalhos não apenas através de livros, mas também pelas páginas da revista da organização, a Transactions of Asiatic Society of Japan, publicada a partir de 1874 [Otness, 1995, p. 239; Pargiter, 1923, p. 60-61].

Os autores centrais da japonologia que aqui destacamos são Ernest Mason Satow (1843-1929), William George Aston (1841-1911), Algernon Bertram Freeman Mitford (1837-1916), William Elliot Griffis (1843-1928), Alice Mabel Bacon (1858-1918), Ernest Fenollosa (1853-1908), Percival Lowell (1855-1916), Basil Hall Chamberlain (1850-1935) e Lafcadio Hearn (1850-1904).

Ernest Mason Satow chegou ao Japão não como diplomata, mas como um estudante de língua japonesa buscando tornar-se um intérprete oficial [Satow, 1921, p. 17].  Após conseguir um domínio satisfatório da escrita e leitura japonesas, Satow usou essa habilidade tanto no seu trabalho diplomático, quanto no seu trabalho como japonólogo, que se concentrou em estudos linguísticos e tradução [Satow, 1921, p. 59].

Em suas publicações como japonólogo, além de diversos artigos na revista Transactions também escreveu um dicionário, em colaboração com Ishibashi Masakata (An English-Japanese Dictionary of Spoken Language, publicado em 1875) publicando também as memórias de seu período no Japão (1862-1883), com o título A Diplomat in Japan, sendo esse livro não apenas um relato autobiográfico, mas também uma valiosa fonte para o estudo das turbulências que levaram à Restauração Meiji, processo no qual, em seu trabalho como intérprete, Satow participou entrando em contato com líderes tanto do Shogunato, quanto dos partidários da restauração imperial.

William George Aston, por sua vez, não publicou relatos pessoais de sua estada no Japão, o que nos priva de saber tanto sobre ele quanto podemos saber de Satow, mas sua produção como japonólogo foi maior que a de seu colega do campo diplomático britânico e das letras japonesas.

Indo para o Japão para trabalhar no consulado britânico, Aston não deixou pistas claras de como exatamente foi seu processo de aprendizado da língua japonesa, mas o fato é que se tornou um dos maiores especialistas ocidentais nesse campo em sua época.

Como escritor japonologista Aston foi um colaborador tão frequente quanto Satow para a revista Transactions, e entre seus livros destacam-se o texto pioneiro sobre gramática japonesa em língua ocidental, A Short Grammar of Japanese Language, publicado em 1869, tema no qual ainda publicou A Grammar of The Japanese Written Language (1872) e A Grammar of Japanese Spoken Language (1888) [Trumbull, 2008, p. 59].

Aston ainda publicou dois livros sobre a religião Shinto (Shinto: The Way of The Gods, de 1905 e Shinto: The Ancient Religion of Japan, de 1907), mas destacou-se principalmente por duas obras; primeiramente a tradução do Nihon Shoki, ou Nihongi, um dos textos mais antigos da historiografia clássica japonesa [Toda, 2004, p. 227, 241]. A tradução desse texto foi publicada com o título Nihongi: Cronicles of Japan em 1896. O outro livro pelo qual se destacou foi na verdade sua obra de maior sucesso, A History of Japanese Literature, publicado em 1899, sendo a primeira história geral da literatura japonesa disponível em língua ocidental [Trumbull, 2008, p. 61].

O terceiro japonólogo de língua inglesa a que daremos destaque é Algernon Bertram Freeman Mitford (1837-1916), diplomata no Japão, onde foi aprendiz (de língua japonesa) e um grande amigo de Ernest Satow.

Em sua produção como japonologista destacam-se os livros The Bamboo Garden (1896); um ensaio de botânica e sobre o a simbologia do bambu na cultura japonesa; mas primeiramente e principalmente por seu livro Tales of Old Japan publicado em 1871. Em Tales of Old Japan Mitiford reúne narrativas de experiências pessoais no Japão, textos religiosos, assim como histórias nativas, tendo entre essas se destacado a sua narrativa da história dos 47 ronins, que embora não tenha sido pioneira na apresentação desse conto ao público ocidental, foi na prática a versão que o popularizou. Juntamente com Satow, Mitford foi uma testemunha do processo da restauração Meiji, e dos anos posteriores a ela, e assim como seu amigo, em suas memórias publicadas (The Garther Mission to Japan de 1906 e Memories de 1915); segundo o próprio Mitford [1916, p. 373] como uma “matiére pour servir à l’histoire”; fornece à posteridade uma valiosa fonte de estudos para esse período da história.

O Reverendo William Elliot Griffis ligado à Igreja Reformada na América foi ao Japão para ser professor de química e de filosofia natural no colégio de Fukui. Griffis foi ao país não apenas para servir como educador, mas também com a intenção de exercer um papel missionário e uma influência civilizadora sobre seus alunos [Rosenstone, 1988, p. 12, 16, 51].
         
Como um autor do campo da japonologia, além de publicar artigos, pela revista Transactions e outros periódicos, tem como destaques os livros: The Religions of Japan (1895), The Mikado: Institution and Person (1915) e The Mikado’s Empire (1876).
         
Entre esses livros, o primeiro trata de uma exposição e análise geral da religiosidade japonesa, o segundo é tanto uma história política do Japão centrada no papel de seus imperadores, quanto uma biografia do Imperador Meiji, o terceiro trata-se de uma história geral do Japão e das experiências pessoais e reflexões do autor sobre o país.

Alice Mabel Bacon, por sua vez, foi convidada ao Japão em 1888 para trabalhar com educação feminina. Nesse meio tempo, Bacon também escreveu sobre o Japão, sendo sua principal obra o livro Japanese Girls and Women, um texto escrito em colaboração com Tsuda Umeko, que aborda as mulheres japonesas de diferentes posições sociais [Johnson, 2012, p. 1, 6].

O próximo japonologista que se abordará é Ernest Fenollosa, que chegou ao Japão, em 1878, para trabalhar como professor de filosofia.

No Japão Fenollosa dedicou-se à coleção e estudo da arte japonesa se tornando, na década de 1880, um grande apologista e divulgador da arte japonesa tradicional, reunindo ao redor de si um amplo círculo de artistas, intelectuais e figuras públicas do Japão, que simplesmente concordava com suas ideias ou já militavam pela preservação da arte tradicional, que foi rechaçada pelos líderes e formadores de opinião dos primeiros anos da Era Meiji [Brooks, 1962, p. 5].

Com sua militância pela preservação da arte tradicional, Fenollosa ganhou o respeito da corte imperial e dos políticos conservadores da década de 1890, e tendo grande influência na decisão da retomada do ensino das artes japonesas nas escolas, que ocorreu nesse período, influenciando também a criação da lei de revalorização das artes nacionais, promulgada em 1884 [Brooks, 1962, p. 24, 26].

Além disso, a casa de Fenollosa se tornou um centro de atração para intelectuais estrangeiros residentes no Japão, sendo que entre os intelectuais que firmaram amizade com ele estavam Percival Lowell e Lafcadio Hearn [Brooks, 1962].

Como escritor japonologista, Fenollosa teve como interesse a arte japonesa, sobretudo a pintura e o teatro Nô. Entre os livros, que publicou nesse campo, se pode destacar: The Masters of Ukiyoe (1896) e, principalmente, Epochs of Chinese and Japanese Art publicado, postumamente, em 1912. O primeiro livro é um catálogo dos principais artistas da escola popular de pintura Ukiyo-e, uma forma de arte desprezada pelas elites do período Tokugawa, mas que foi a responsável pela popularização da arte japonesa no Ocidente, principalmente, nas pinturas de Hokusai [Brooks, 1962, p. 23]. O segundo livro por sua vez é uma história geral da arte japonesa e chinesa.

Percival Lowell chegou ao Japão em um momento que estava na Ásia trabalhando pela missão diplomática dos EUA na Coréia. Enquanto permaneceu no Japão, Lowell estudou a língua e a cultura do país, terminando por publicar, em 1894, um livro analítico exclusivo sobre o Japão: Occult Japan, sobre possessões, exorcismos e milagres na religião shinto [Brooks, 1962, p. 31; Chamberlain, 1905, p. 66]. Contudo, antes desse livro houve ainda outro, que não tinha, formalmente, o Japão como tema exclusivo, pretendendo ser um tratado sobre o Oriente, em geral, mas que em suas abordagens tendia a privilegiar a análise da cultura japonesa. Esse livro foi The Soul of the Far East publicado em 1888, sendo entre as obras orientalistas de Lowell a de maior destaque.

Por sua vez Basil Hall Chamberlain, aquele que é considerado por Kurt Singer [1973, p. 154] o pai da japonologia moderna, foi um estudioso britânico se tornou professor de língua japonesa e de filologia na Universidade Imperial de Tóquio, em 1886, após uma bem-sucedida carreira de pesquisador da língua e da literatura do país [Chamberlain, 1905, p. 1].

Como japonologista, Chamberlain foi, provavelmente, o autor mais erudito da primeira geração, embora não o mais popular. Seus livros de maior destaque são o enciclopédico Things Japanese (que, segundo o autor, pretende ser “não uma enciclopédia, note, não uma vã tentativa de um homem de tratar, exaustivamente, de todas as coisas, mas apenas esboços de várias coisas”) [Chamberlain, 1905, p. 2] e a primeira tradução do Kojiki (o mais antigo texto da historiografia japonesa) para uma língua ocidental. Além dessas obras, também se pode destacar suas muitas contribuições para a revista Transactions, e os livros The Classical Poetry of The Japanese (uma antologia de traduções de clássicos literários) e A Handbook of Colloquial Japanese (um livro de apoio para o aprendizado do idioma japonês).

Por fim temos Lafcadio Hearn, o mais lido dos japonologistas de sua geração e que segundo Chamberlain [1905, p. 65] é o autor que “entende mais o Japão moderno, e nos faz mais entende-lo porque o ama mais”. Hearn foi enviado ao Japão para atuar como correspondente estrangeiro, mas acabou estabelecendo-se como professor, jornalista local e pesquisador. Escreveu quatorze livros sobre o Japão, contendo tanto ensaios com os resultados de suas pesquisas quanto contos de ficção japonista.

No campo da pesquisa japonologista suas principais obras foram Glimpses of Unfamiliar Japan (1894), em dois volumes, Out of the East (1895), Kokoro (1896) e Japan: An Attempt at Interpretation (1904). Entre esses os três primeiros livros combinam relatos de viagem, contos de ficção e análises culturais, enquanto o último pode ser tido como uma obra de história e antropologia do Japão, sintetizando a erudição que o autor acumulou em sua vivência no Japão, entre 1890 e 1904.
Conclusão
Neste texto pudemos ver que a abertura do Japão na segunda metade do século XIX e as posteriores medidas modernizadoras do governo Meiji atraíram para o Japão (principalmente como missionários e funcionários) vários indivíduos intelectualmente capacitados, que lançariam as bases para os modernos estudos japoneses, delimitando esse campo do orientalismo e escrevendo obras que viriam a inspirar e influenciar autores importantes dos estudos japoneses pelos dois séculos seguintes, como George Samson, Kurt Singer, Ruth Benedict, Ivan Morris e Ian Buruma.
 
Referências
Edelson Geraldo Gonçalves é mestre e doutorando em História Social das Relações Políticas pela UFES, sob orientação do Prof. Dr. Geraldo Antônio Soares. Bolsista pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (FAPES).
Mail: edelsongeraldo@yahoo.com.br

BROOKS, Wick Van. Fenollosa and His Circle: With Other Essays in Biography. Nova York: E. P Dutton & Co, 1962.
CHAMBERLAIN, Basil Hall. Things Japanese: Notes on Various Subjects Connected With Japan. Londres: Kelly & Walsh, 1905.
______. Things Japanese: Being Notes on Various Subjects Connected with Japan. Cambridge: Cambridge University Press, 2014.
IRWIN, Robert. Pelo Amor ao Saber: Os Orientalistas e seus Inimigos. Rio de Janeiro e São Paulo: Record, 2008.
JOHNSON, Linda L. Evangelists for Women’s Education: The ‘Civilizing Mission’ of Tsuda Umeko and Alice M. Bacon. Asian Cultural Studies, Mitaka, VOL 38, 2012, p. 01-16. Disponível em: https://icu.repo.nii.ac.jp/?action=pages_view_main&active_action=repository _view_main_item_detail&item_id=2899&item_no=1&page_id=13&block_id=17> acesso em 23/07/2017.
KUNIYOSHI, Celina. Imagens do Japão: Uma Utopia de Viajantes. São Paulo: Estação Liberdade, 1998.
MARKLEY, Robert. “Those People Far Surpass us”: Gulliver, the Japanese, and the Dutch. In: RAJAN, Balachandra; SAUER, Elizabeth (orgs). Imperialisms: Historical and Literary Investigations, 1500-1900, p. 53-71. Nova York: Palgrave, 2004.
MITFORD, Algernon Bertrand Freeman. Memories. Nova York: E. P. Dutton and Company, 1916.
ORTIZ, Renato. O Próximo e o Distante: Japão e Modernidade-Mundo. São Paulo: Editora Brasiliense, 2000.
OTNESS, Harold M. A Short History of the Library of The Asiatic Society of Japan 1872-1942. Journal of the Siam Society, Bangkok, VOL 83, 1995, p. 239-249.
PARGITER, F. F. The Royal Asiatic Society. 1923. Nature, Londres, VOL 112, Nº 2802, 1923, p. 60-61.
ROSENSTONE, Robert A. Mirror in the Shrine: American Encounters with Meiji Japan. Cambridge: Harvard University Press, 1988.
SATOW, Ernest. A Diplomat in Japan. Londres: Seely Service & CO, 1921.
SINGER, Kurt. Mirror, Sword and Jewel. Nova York: George Braziller, 1973.
TODA, Masaru. The Western Approach to Shinto: Lafcadio Hearn, Bruno Taut and André Malraux. In: HIRAKAWA, Sukehiro (org). Lafcadio Hearn: Japanese Legends, Life and Culture, p. 223-241. Folkestone: Global Oriental, 2004.
TRUMBULL, Charles. Research Note: W. G. Aston. Modern Haiku, Portsmouth, VOL 39, Nº 3, 2008, p. 59-63.
Disponível em: <https://www.thehaikufoundation.org/omeka/files/original/5fddae8ffb891ab70591e6d8e28f15f9.pdf> acesso em 23/07/2017.


13 comentários:

  1. O que seria o Shogunato?
    Kethrine do Nascimento Dantas

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    1. Bom dia. O Shogunato (ou Xogunato) foi o governo militar de samurais que existiu no Japão de 1192 até 1868, tendo o clã Tokugawa como sua última dinastia. Quando esse sistema caiu deu lugar ao governo Meiji, que aboliu o poder dos samurais e iniciou a modernização do Japão.

      Edelson Geraldo Gonçalves

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  2. Olá, gostaria primeiro de te parabenizar pela pesquisa! Realmente fiquei muito interessado, sou graduando do curso de História pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG, e, infelizmente meu curso carece de profissionais que se interessem pelo oriente. Todo caso, minha pergunta é: Tu acreditas que essa escassez de interessados em estudos orientais está ligada ao tipo de ensino que possuímos no Brasil? Sendo ele extremamente eurocêntrico voltado apenas ao oriente em momentos como o período chamado de Antiguidade e certos eventos como as Guerras Mundiais, em que o Japão adentra como importante atuante.
    E, gostaria que tu pudesse me indicar autores, textos, livros Japonologistas para que eu possa pesquisar e adentrar a esse mundo pouco explorado pelos historiadores brasileiros. Possuo muito interesse em pesquisar sobre o Japão, entretanto, é muito difícil fazer isso sendo que a biblioteca da universidade possui poucas obras, e na internet é difícil filtrar esse tipo de material devido ao vasto acervo que posso a vir a encontrar.


    Breadelyn Corrêa Pires

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    1. Boa noite Breadelyn. De fato acredito que a escassez de estudos sobre o Oriente se deve ao eurocentrismo de nosso ensino, algo que à longo prazo poderemos atenuar com iniciativas como a deste simpósio. Quanto aos autores e livros fora aqueles que já citei em meu artigo, para iniciar uma pesquisa sobre a história japonesa eu recomendaria os livros de José Yamashiro ("História da Cultura Japonesa", "História dos Samurais", etc.), Célia Sakurai ("Os Japoneses"), e o livro de Louis Frederic "Japão: Dicionário e Civilização". Em língua inglesa eu também recomendaria Marius Jansen ("Making of Modern Japan"), Edwin Reischauer ("Japan: History of a Nation", "The Japanese", etc.) e a coleção "Cambridge History of Japan" em seis volumes.

      Edelson Geraldo Gonçalves

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  3. Prezado Edelson Gonçalves,
    Primeiramente, parabéns pelo trabalho.

    Tendo como objetivo central a difusão do Cristianismo no além-mar, e influenciados pelo aumento do interesse da Europa pelo Oriente, os missionários da Companhia de Jesus contribuíram de forma inequívoca para os contatos interculturais e a divulgação de informações sobre o Japão na Europa, ao longo do século XVI. Os religiosos construíram um amplo conjunto de dados sobre o império nipônico, materializado em diversas obras como epistolografias, gramáticas, relatos de viagem, dentre outras, publicadas nas línguas portuguesa e latina, mas também na língua japonesa, impressas em caracteres latinos (romanji) e japoneses (kanji). Segundo João Paulo O. e Costa (1999) de 576 obras publicadas entre os anos de 1551 a 1600 referente ao Japão, 53,15% são relatos de missionários.
    No que tange ao século XIX, no seu texto, você afirma que após a abertura dos portos pelos Tokugawa em 1853, houve a ampliação dos escritos sobre o Japão. Quais os fatores que favoreceram esse processo?
    Desde já, muito obrigada.

    Ass: Michele Aparecida Evangelista

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    1. Boa noite Michele. Assim como no século XVI missionários tiveram uma grande contribuição na japonologia do século XIX e início do XX, mas dessa vez foram missionários protestantes (James Curtis Hepburn é um bom exemplo), além disso a grande presença de funcionários estrangeiros contratados pelo governo Meiji também alavancou o número de escritos, tanto de maneira independente quanto organizada na Asiatic Society of Japan. Além disso buscando projetar nos próprios termos uma imagem positiva do Japão no exterior, intelectuais japoneses (como Inazo Nitobe e Okakura Kakuzo) também se concentraram em publicar livros em inglês. O aumento no número de textos sobre o Japão também pode ser atribuído ao maior interesse do público ocidental pelo tema, relacionado à fatos como a modernização do país e no início do século XX a vitória militar do Japão sobre a Rússia.

      Edelson Geraldo Gonçalves

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  4. Prezado Edelson Gonçalves, saudações.
    Parabéns pelo excelente texto. Gostaria de saber um pouco mais sobre a era Meiji, você pode indicar algum texto introdutório.
    Cláudio Reginaldo Quintino de Miranda

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    1. Bom dia Cláudio. Livros de História geral do Japão sempre trazem capítulos sobre a Era Meiji, logo também lhe indico os textos que recomendei ao Breadelyn. Mas se quiser um livro específico e relativamente acessível sobre o tema eu recomendo "A Revolução Samurai" de Luiz Paulo Lindenberg Sette.

      Edelson Geraldo Gonçalves

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  5. Olá, primeiramente parabéns pela pesquisa, fantástica a articulação dos dados e a forma como expôs a diversidade de questões que foram se levantando com o passar dos anos.
    Minha pergunta é se na leitura de suas fontes, há indícios de que o japão oitocentista desenvolveu um hibridismo religiosos?
    já que como apontado a grande maioria dos escritores enviados ao Japão eram cristãos, e enquanto produziam suas obras se relacionavam com a sociedade nipônica.

    Ass: Bruno Refundini de Oliveira

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    1. Boa noite. O hibridismo já era muito presente na religiosidade japonesa sobretudo entre xintoísmo, budismo e confucionismo, e ele certamente também abarcou o cristianismo (que ganhou muitos adeptos na Era Meiji embora tenha permanecido uma religião minoritária) especialmente entre os criptocristãos. Contudo eu nunca fiz uma pesquisa específica sobre esse tema, para ter uma ideia de a que nível isso ocorreu.

      Edelson Geraldo Gonçalves

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  6. Parabéns Edelson pelo excepcional trabalho e estudo.

    emiliano Unzer Macedo.

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