Douglas Augusto da Silva

JAPONESES NO BRASIL: UMA ANÁLISE HISTÓRICA
Douglas Augusto da Silva

No ano de 2008, a imigração japonesa no Brasil completou oficialmente seu centenário. Atualmente, o Brasil conta com cerca de 1400000 nikkeis (descendentes de japoneses nascidos fora do Japão ou japoneses que vivem regularmente no exterior). A maior densidade da população Nikkei encontra-se nos estados de São Paulo (1,9%), do Paraná (1,5%) e do Mato Grosso do Sul (1,4%), em Roraima e Alagoas não são em número significativo (MORALES, 2008). Indubitavelmente, a cultura japonesa contribuiu e muito para a formação da cultura nacional. Partindo deste princípio, estudaremos brevemente a história dos japoneses no Brasil.

Segundo Masao Daigo (2008), foi no ano de 1819, que os primeiros imigrantes asiáticos que chegaram ao Brasil, basicamente uma leva de cerca de 400 a 500. Segundo o autor, vieram para o trabalho em plantações de chá no Rio de Janeiro e nas minas de Minas Gerais, apesar de nesta época o Brasil não ter tanta carência de mão-de-obra  imigrante. Tratando do Japão, o referido ainda não tinha relações diplomáticas com o Brasil. O Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre a República dos Estados Unidos do Brasil e o Império do Japão foi assinado no dia 5 de novembro de 1895, em Paris, França. O primeiro diplomata a chefiar a Legação japonesa em território brasileiro foi o Ministro Sutemi Chinda, enquanto o primeiro representante do governo brasileiro no Japão foi o Ministro Henrique Carlos Ribeiro Lisboa. Aquela época já se verificava, em ambos os países, o aumento pelo interesse na migração, mas, devido à Crise do Café, no ano de 1897, poucos eram os imigrantes que chegavam ao Brasil, uma vez que muitas fazendas de café não conseguiam arcar com as folhas de pagamento dos colonos (DAIGO, 2008).

Como relata Célia Sakurai e Magda Coelho (2008), o contexto mundial e a situação interna dos dois países beneficiaram a chegada a um termo. Desde o ano de 1906, a vinda de colonos começava a ser articulada com a visita ao Brasil de Ryu Mizuno, diretor da principal companhia japonesa, que administrou a vinda dos imigrantes até 1917, a Companhia Imperial de Emigração (Kokoku Shokumin Kaisha). Diante da revalorização dos preços do Café, decorrente do Convênio de Taubaté, de 1906, e das restrições impostas à imigração italiana, desde 1902, pelo governo da Itália, os cafeicultores paulistas mostravam-se mais interessados na chamada de trabalhadores alternativos (SAKURAI; COELHO, 2008).

“A história da imigração japonesa no Brasil iniciou-se timidamente em 1908 por uma convergência de interesses da lavoura cafeeira paulista e das companhias de emigração nipônicas, com o beneplácito governamental de ambos os lados.” (LEÃO, 1990, p. 13).

Os imigrantes japoneses encontraram grandes dificuldades e situações inesperadas. Segundo Birello e Lessa (2008), os referidos vieram para substituir mão-de-obra escrava e tinham o intuito de enriquecer e voltar para o seu país, contudo enfrentaram grande preconceito. Viviam nas chamadas colônias, mas não caracterizavam um grupo homogêneo, como muitos pensam (BIRELLO; LESSA, 2008).

Como relata Daigo (2008), no dia 28 de abril de 1908, o primeiro vapor que transportou os emigrantes japoneses para o Brasil, o Kasato Maru, zarpou do porto de Kobe e fez escalas em Cingapura e Cidade do Cabo e chegou ao porto de Santos no dia 18 de junho, às nove horas e meia da manhã após 51 dias de viagem. O autor relata que eram, ao todo, cerca de 781 emigrantes. Segundo o autor O assunto principal dos emigrantes japoneses durante a viagem era a discussão de qual seria a forma de ganhar dinheiro no Brasil. (DAIGO, 2008).

Sakurai e Coelho (2008) ressaltam algumas características ao falaram sobre a fase que cobre a primeira leva de imigrantes do Kasato Maru até 1924. Nessa fase, a vinda dos trabalhadores japoneses – que sempre foi assistida oficialmente pelo governo do Japão em acordos com o Brasil, direcionando os imigrantes marcadamente para São Paulo. Os primeiros imigrantes vinham através do contrato entre as companhias de imigração japonesas e os cafeicultores paulistas, que pagavam o custeio do estabelecimento das famílias nas fazendas. O contrato previa um mínimo de três trabalhadores para cada família em regime de trabalho assinado por pelo menos dois anos. (SAKURAI; COELHO, 2008).

A situação nas colônias era complicada, devido ao choque entre culturas:

“(...) a situação de relativo isolamento das comunidades, em sua busca pela manutenção de seus padrões culturais, reproduzidos nas associações, atividades sociais e no ensino primário em Língua Japonesa, geravam tensões com (...) os discursos eugênicos no Brasil.” (SAKURAI; COELHO, 2008, p. 21).
“Dentro das colônias, tanto as mantidas pelo governo japonês quanto as criadas involuntariamente, mulheres imigrantes educavam suas crianças falando não a língua do novo país e sim a sua língua materna. Isso muito se deve ao pensamento de retorno ao Japão quando melhorassem de vida. O português que aprenderam era apenas funcional (...). (...) os japoneses não procuravam a mistura de etnias e, portanto, não eram vistos com bons olhos pelo governo e pelo restante da população do país (...) raramente uma jovem japonesa se casaria com um brasileiro não descendente.” (BIRELLO; LESSA, 2008, p. 4 – 5)

Sakurai e Coelho (2008) relatam que com o passar dos anos, o quadro negativo das primeiras experiências foi sendo modificado, e os imigrantes japoneses, num curto espaço de tempo, foram se tornando pequenos proprietários de terra e novas fronteiras agrícolas em São Paulo foram sendo abertas durante as primeiras décadas do Século XX (SAKURAI; COELHO, 2008).

No ano de 1914 teve inicio a Primeira Guerra Mundial. Segundo Daigo (2008), em setembro desse mesmo ano, foi aberto o Consulado Geral do Japão na cidade de São Paulo, época em que se verificou também no interior do estado de São Paulo, a instalação de diversas colônias, como a de Registro, Tóquio, Cotia, Hirano etc. Ainda em 1914, foi inaugurada a rota regular de vapores da Osaka Shosen Lines (O.S.K.) para a América do Sul (DAIGO, 2008).

Muitos imigrantes passaram a abrir pequenos negócios com mão-de-obra familiar, como tinturarias, quitandas e marcenarias. Iniciou-se uma grande concentração de empresas de capital japonês e seus respectivos escritórios em São Paulo, como, por exemplo, a Kaigai Kogyô Kabushiki Kaisha (KKKK). Nos jornais da época, começaram a surgir os chamados haikais e tankas, poesias escritas pelos próprios imigrantes. Alem disso, grupos de estudos e pesquisas de histórias antigas e a edição de revistas especializadas em agricultura tiveram inicio. A partir de então, passou-se a assistir ao progresso continuado da colônia japonesa no Brasil (Ibidem, 2008).

Nos anos que se passaram começou a surgir um intenso sentimento de nacionalismo nos diversos países, o que já fazia pressentir o advento da Segunda Guerra Mundial. O espírito nacionalista que foi sendo adotado pelo Brasil fez com que, aos poucos, o ambiente de vida se tornasse sufocante para os japoneses. Havia esforços nacionalistas brasileiros de construção de uma sociedade brasileira coesa, na qual todos os cidadãos, incluindo filhos de imigrantes das mais diferentes procedências, deveriam adotar uma consciência nacionalista brasileira.

Durante a Segunda Guerra Mundial, foi iniciada uma campanha antijaponesa no Brasil, que se explica pelo fato de o Japão ter se aliado ao Eixo na guerra, o que fez surgir uma crescente instabilidade internacional mediante a política militarista agressiva do Japão no continente asiático e o crescente poderio militar do nazismo alemão e fascismo italiano (SASAKI, 2006).

“(...) foi baixado um decreto no Brasil proibindo a circulação de jornais em língua japonesa. A partir de então, os imigrantes não puderam mais tomar conhecimento, através da sua língua, do que ocorria no mundo afora. Em fins de janeiro de 1942, o Brasil rompeu relações diplomáticas com os países do eixo, o que resultou no fechamento de repartições diplomáticas e consulares. O Departamento de Ordem Política e Social em São Paulo baixou uma portaria acerca dos súditos daqueles países, proibindo a distribuição de textos nas línguas respectivas, incluindo a japonesa, e o uso destas línguas em locais públicos. Em Belém, capital do Pará, houve destruição e queima de casas e lojas de propriedade dos japoneses e alemães pelo povo enfurecido (...).” (DAIGO, 2008, p. 29 - 30).

A Segunda Guerra Mundial conheceu seu fim com a rendição incondicional do Japão em agosto de 1945, marcando a vitoria dos aliados. No entanto, a maioria dos imigrantes (que não sabiam ler jornais brasileiros) dependia do noticiário oficial do Quartel-General das Forças Armadas do Japão, transmitido por rádio, que ate então informava que a batalha final contra os Estados Unidos ainda estaria para se iniciar, mas as transmissões foram interrompidas com a derrota do Japão. A lacuna surgida pela falta de informações foi preenchida por falsas notícias (Ibidem, 2008).

Neste contexto, Daigo (2008) registra alguns atentados terroristas pelas mãos dos que não acreditavam na derrota do Japao, como a morte a tiros de pistola do diretor superintendente da cooperativa de Bastos, em março de 1946 ou o ataque que acabou por levar à morte o sr. Chuzaburo Nomura no dia 1 de abril, em São Paulo. Os atos terroristas apenas cessaram em janeiro de 1947, deixando o registro de mais de uma centena de ataques, com 23 vítimas fatais. (Ibidem, 2008).

Em 1953, no período após Segunda Guerra Mundial, o fluxo de migrantes japoneses ao Brasil foi retomado. O governo japonês continuou regendo a migração, e pode-se dizer que os japoneses que imigraram ao Brasil no período pós-guerra eram diferentes dos que vieram no pré-guerra, como relata Sazaki (2006). Parece ter havido uma relação tensa entre os imigrantes japoneses do pré e os do pós-guerra. Os imigrantes do pós-guerra eram jovens rapazes educados e especialistas qualificados na área agrícola e também em alguns setores da indústria (SASAKI, 2006).

Houve naquela época uma migração de noivas japonesas para se casarem com esses rapazes e se estabelecerem nas terras brasileiras. Os noivos não se conheciam e mais de 400 jovens japonesas vieram para o Brasil com a finalidade de serem desposadas por esses japoneses que vieram tentar uma vida melhor no Brasil. Elas eram conhecidas como hana yume que literalmente quer dizer “flor do sonho”. (BIRELLO; LESSA, 2008).

Segundo Cehoaijb (1992), nos anos 60, do século XX, o Japão começou a prosperar e diminuiu o fluxo migratório ao Brasil a partir desse período. O programa de imigração teve fim no ano de 1973. O contingente japonês ao Brasil no período pós-guerra, entre 1953 e 1973, foi de aproximadamente 53 mil (CEHOAIJB, 1992).

“A presença japonesa foi se institucionalizando ao longo do século XX, sobretudo no período pós-guerra, criando inúmeras entidades associativas: culturais, religiosas, esportivas, recreativas, agrícolas, por região de origem (províncias no Japão), por atividades ocupacionais etc., além da visibilidade nipônica nas comemorações decenais da imigração japonesa.” (SASAKI, 2006, p. 104).

No final do século XX, a colônia japonesa no Brasil, passou a ter um perfil diferente, pois os personagens principais deixaram de ser os isseis para, aos poucos, entrar na era dos nikkeis, ou seja, descendentes nisseis e sanseis, de segundas e terceiras gerações (DAIGO, 2008).

Assim, concordando com Wakisaka et al. (1992), as formações dos núcleos de japoneses no Brasil seguiu um destes modelos: os grupos espontâneos que se encontravam nos arredores de São Paulo, os grupos do interior, que buscavam as grandes propriedades do interior de São Paulo e Parana, os grupos ijuchi, que adquiriam terras antes de chegar ao Brasil, os grupos shokuminchi, formados por arrendatarios e os grupos formados por incentivo do governo estadual ou federal do Brasil, que tinham o interesse do desenvolvimento da agricultura. No caso o primeiro e quarto grupo citados correspondem a um periodo anterior a Segunda Guerra (WAKISAKA et. al., 1992).

“O Brasil é um país de imigração, onde imigrantes de diversos países e etnias vêm contribuindo em diversos segmentos para o progresso da nação. Gostaria, porém, de fazer uma referência especial à contribuição dos japoneses na agricultura brasileira, uma vez que há uma relação inquebrantável entre os imigrantes japoneses e este progresso. A maior contribuição japonesa foi a introdução de novas espécies e também do sistema de agricultura intensiva.” (DAIGO, 2008, p. 37).

Alem da agricultura, os japoneses tambem enriqueceram e diversificaram mais ainda a cultura brasileira, como por exemplo, as religiões fundadas no Japão que vieram para o Brasil, como o budismo e continuam a serem difundidas, praticadas e a conseguir cada vez mais adeptos a crenças e tradições tipicamente da cultura japonesa. A música também assume papel fundamental, alem das danças típicas como o bon odori, que se traduzida literalmente quer dizer “dança aos mortos” e outras manifestações artísticas mais conhecidas como os tambores que até hoje são populares dentro da sociedade nipo-brasileira nos diversos festivais do pais (BIRELLO; LESSA, 2008).

A partir do final do século XX a cultura japonesa passou a adentrar cada vez mais os costumes dos brasileiros. Exemplo disso, os desenhos japoneses (animes) que são apresentados no Brasil desde a década de 60.

Hoje em dia, as idas e vindas de migrantes de ambos os paises, incentivados por intercâmbios, continuam trazendo e levando as novas formas culturais, em particular, sobre o modo de organização familiar, posição da mulher e de desconstrução e reconstrução da educação das crianças e jovens.

O relacionamento do Brasil e Japão vem cada vez mais sendo alimentado pela globalização, de forma subjetiva, alem do aumento das relações comerciais, culturais, educacionais, artísticas, esportivas e de comunicação, que interferem diretamente na vivência social entre ambos os povos.

Referências
Douglas Augusto da Silva é Graduado em História (Licenciatura) pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) (2014 a 2016) e Pós-graduando Lato Sensu em Metodologia do Ensino de História e Geografia pela Faculdade de Educação São Luís. Atualmente é professor nas escolas publicas do Estado de São Paulo, onde ministra aulas de História, Sociologia e Filosofia e é contratado pelo Colégio Alpha do Quatá, Sistema de Ensino Anglo, onde ministra aulas de Historia e Geografia.
Email: douglassilva_das@hotmail.com.br

BIRELLO, Verônica Braga; LESSA, Patrícia. A imigração japonesa do passado e a imigração inversa, questão gênero e gerações na economia. Divers@!, v. 1, n. 1, 2008.
CEHOAIJB – Comissão de Elaboração da História dos 80 Anos da Imigração Japonesa no Brasil. Uma epopéia moderna – 80 anos da imigração japonesa no Brasil. São Paulo: Hucitec, Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, 1992.
DAIGO, Masao. Pequena história da imigração japonesa no Brasil. Tradução de Masato Ninomiya. São Paulo: Associação para Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, 2008.
LEÃO, Valdemar Carneiro. A crise da imigração japonesa no Brasil, 1930-1934: contornos diplomáticos. Fundação Alexandre de Gusmão, Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, 1990.
MORALES, Leiko Matsubara. cem anos de imigração japonesa no brasil: o japonês como língua estrangeira. 2008. Tese de Doutorado. Tese (doutorado). Universidade Estadual de São Paulo (USP).
SAKURAI, Célia; COELHO, Magda Prates. Resistência & integração: 100 anos de imigração japonesa no Brasil. Ibge, 2008.
SASAKI, Elisa. A imigração para o Japão. Estudos avançados, v. 20, n. 57, p. 99-117, 2006.
WAKISAKA et al. COMISSAO DE ELABORACAO DA HISTORA DOS ANOS 80 ANOS DA IMIGRACAO NO BRASIL. Educação, Cultura e Religião. In: Uma Epopeia Moderna: 80 Anos da Imigracao Japonesa no Brasil. São Paulo: Hucitec/Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, 1992, pp. 547-549.

46 comentários:

  1. Em que contexto se deu a introdução de imigrantes japoneses na Amazônia Legal? Haja vista, num primeiro momento, serem recebidos no Brasil para trabalharem no cultivo da lavoura de café.
    Sílvio Cesar Masquietto

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    1. Os japoneses instalaram-se na Amazônia para trabalhar na produção de borracha. O Japão poderia ajudar muito a Amazônia, mediante
      convênios técnico-científicos que sejam complementares, na recuperação das
      áreas degradadas e da fauna pesqueira, controle da poluição dos rios, tecnologia de
      madeira, aproveitamento dos recursos da biodiversidade na área de cosméticos,
      fármacos, corantes naturais etc.

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  2. Bom dia! Segundo o texto , "atualmente, o Brasil conta com cerca de 1400000 nikkeis (descendentes de japoneses nascidos fora do Japão ou japoneses que vivem regularmente no exterior). A maior densidade da população Nikkei encontra-se nos estados de São Paulo (1,9%), do Paraná (1,5%) e do Mato Grosso do Sul (1,4%), em Roraima e Alagoas não são em número significativo". Levando em concideraçao a citação acima, gostaria de saber quais os motivos/razoes que levam essa população a se concentrar nesses estados descritos no texto?
    Att, Ronilson Oliveira Paulino

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    1. São territórios que outrora foram riquissimos com fazendas de cafés. O objetivo dos japoneses eram ganhar dinheiro com este produto, sendo assim foram trabalhar em tais fazendas. Não faziam ideia que construiriam grandes comunidades nipônicas.

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  3. Boa tarde,
    Gostaria de saber quais as motivações do Japão para permitir o envio de seus cidadãos para o Brasil? Dinheiro? Excedente populacional? Ou outros?
    Daniel Borges da Fonseca.

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    1. Quando falamos do início do século XX no Brasil, havia enorme carência de trabalhadores rurais em cafezais, o que fez inclusive com que o Brasil e Japão fechassem acordos para facilitar o processo de imigração dos japoneses aqui (aqui fica claro, o objetivo econômico de ambos os países). A abolição da escravatura em terras brasileiras, a falta de empregos e condição de vida péssimas enfrentada pelos japoneses fizeram com que milhares de japoneses trocassem a Ásia pelo “mundo novo”.

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    2. Boa noite Douglas,
      Muito obrigado por responder à minha pergunta!Gostaria de saber, se atualmente, ainda há em algum país uma estrutura semelhante de imigração. E parabéns pelo texto, está muito bem escrito.
      Daniel Borges da Fonseca

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  4. A presença nipônica no norte do país é muito significante! Para registro a terceira maior colônia de japoneses fica no Pará, na cidade de Tomé-Açu!

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  5. O que se observa é o Brasil acolhe os povos de diferentes países. O povo japonês chegou, por livre e espontânea vontade, ou não, prosperou, mas também contribui para o desenvolvimento do país que o acolheu; ou seja, uma mão lava a outra para que as duas se enxuguem. Parabéns, povo japonês, pela bravura e coragem de enfrentar condições tão adversas, saudade, solidão e tudo o mais que encontraram pelo caminho !
    Vania dos Santos Silva

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    1. Sem dúvidas, os japoneses foram importantíssimos para o desenvolvimento economico brasileiro!!

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  6. Achei bastante interessante sua análise. Porém, é relatado que com o passar dos anos os japoneses/descendentes passaram de uma situação de negligenciados em suas pequenas comunidades para um povo que, nas primeiras décadas do século XX, passou a ser possuidor de terras. Só que esta "revolução" do cenário não foi muito aprofundada. Quais foram os principais pontos e fatos que desencadearam essa guinada na situação de vida destes japoneses no Brasil?
    Nathan Henrique da Silva Lermen

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  7. Maria Aparecida Silva9 de outubro de 2017 às 18:51

    Boa noite Douglas!
    Você considera que a comunidade japonesa,pode ser analisada como uma minoria bem integrada e sucedida em nosso país? Qual seria a alternativa para superar os desafios do ensino da língua japonesa no Brasil?

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  8. Essa pessoa que vos escreve sentiu falta da região amazônica no seu artigo. A imigração japonesa e obviamente a presença desses nipônicos nessa região teve grande importância no que tange a historiografia da imigração japonesa. Lá houve uma peculiaridade que foi a presença dos koutakusei (alunos da Kokushikan Koutou Takushoku Gakkou "Escola Superior de Colonização de Kokushikan").

    A economia do Brasil durante a primeira metade do século XX teve grande ajuda por meio da Juta, a custa de muitos sacrifícios por parte dos imigrantes japoneses. Esqueceste também de citar Tome-Açu/PA, que na época não era um município e fazia parte da cidade de Acará, foi um dos centros de concentração de imigrantes japoneses.

    Há uma vasta bibliografia acadêmica no que tange essa temática, em especial as obras do Prof. Dr. Alfredo Homma, o mesmo é referência nos estudos nipo-amazônicos.

    Essa é a minha inquietação e espero uma resposta sobre a falta dessa citação no que se refere a historiografia da imigração japonesa no Brasil.

    Etevaldo Alves de Siqueira Junior

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  9. Parabéns pelo texto, gostaria de saber como eram a estrutura do japão neste tempo (economia e o governo) e o que levavam os japoneses a migrarem ao Brasil, como eram a vinda deles, somente homens eram aceitos ou vinham famílias, todos trabalhavam na agricultura, homens e mulheres?

    Valéria Cristina Turmina

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    1. A abolição da escravatura em terras brasileiras, a falta de empregos e condição de vida péssimas enfrentada pelos japoneses fizeram com que milhares de japoneses trocassem a Ásia pelo “mundo novo” (lembrando que este era um periodo de grande ascensão ocidental, principalmente no continente americano). Só para o estado de São Paulo foram cerca de 3 mil pessoas que vieram do porto de Santos diretamente para as fazendas de café.

      O intuito dos imigrantes era claro: ganhar dinheiro, ficar rico para depois voltar para o Japão. Assim, muito empreendedores japoneses chegaram ao Brasil.

      E sim, muitas vezes vinham em família e mulheres e crianças também trabalhavam nas lavouras.

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  10. Os imigrantes japoneses vieram para o Brasil atraídos pela busca do enriquecimento, como aconteceu com muitos imigrantes de vários países no início do século XX. Como afirmado pelo autor no início do artigo, esses imigrantes tinham como intuito preservar a sua língua, com o objetivo de enriquecer e voltar para o Japão. No período conhecido como Estado Novo, todos os imigrantes foram proibidos de falar o seu idioma de origem, porém nos dias atuais os descendentes de muitas etnias buscam resgatar a língua de seus países de origem. Em relação aos japoneses no Brasil, eles buscam preservar a sua língua na atualidade assim como as demais culturas?

    Inês Valéria Antoczecen

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    1. Sim, com certeza, em sua grande maioria, as comunidades nipônicas tentam preservar suas tradições, incluindo lingua e costumes.

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  11. Ótimo texto, parabéns. Em determinado momento você escreve que “Os imigrantes japoneses encontraram grandes dificuldades e situações inesperadas. Segundo Birello e Lessa (2008), os referidos vieram para substituir mão-de-obra escrava e tinham o intuito de enriquecer e voltar para o seu país, contudo enfrentaram grande preconceito”. Na tua opinião esse preconceito era maior pré ou pós chegada ao Brasil? Contextualizando a pergunta, lembro que no livro “Onda Negra Medo Branco” de Celia Maria Azevedo a autora coloca sobre o tipo “ideal” de imigrante que os políticos do século XIX imaginavam serem os ideais, sendo os chineses considerados “carregados de vícios” e acusados de não se “misturarem” com os brasileiros. Endossando o meu questionamento, gostaria de saber se esse preconceito prévio que ocorreu com os chineses também ocorreu com os japoneses? Obrigado.
    Felipe Rosenthal Rabelo

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  12. Boa noite, meus parabéns. Como relatado no artigo alguns japoneses queriam voltar para o pais de origem, depois de um determinado tempo ou aquisição de bens, sendo há relatos ou dados se isso foi possível?
    Katiane Paula Peixoto.

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    1. Em sua grande maioria, adaptaram-se a nossa cultura e construíram ricas comunidades e famílias que permanecem até hoje no Brasil, preservando-se a sua cultura e tradições.

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  13. Boa Tarde.pode-se dizer que os imigrantes japoneses entraram em território brasileiro por diversas causas. Especificando o enriquecimento certo?! E em relação à contribuição de sua cultura ao Brasil. Gostaria de saber o que você pensa sobre a contribuição japonesa na cultura brasileira nos dias atuais?
    Carolina Lima Costa

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    1. De fato a cultura japonesa é muito importante para o Brasil, principalmente na economia agrícola, esportes e (demasiadamente) no mundo das artes.

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  14. Olá professor, Douglas!
    Boa Tarde, parabéns pelo excelente texto, tema muito importante e imprescindível para debates. Como foi visto no texto os imigrantes japoneses passaram por diversas dificuldades para se adaptar no Brasil como: idiomas, clima, costume, alimentação, etc. Como em sua maioria tinham a intenção de permanecerem por pouco tempo no Brasil, como os imigrantes japoneses enfrentaram estas dificuldades? Como eram as jornadas de trabalho? Por que ainda há grandes dificuldades para o estudo da língua/cultura oriental no Brasil?

    Taciane Lílian Pereira da Silva

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  15. Juciana Pereira Lustosa12 de outubro de 2017 às 13:32

    Boa tarde professor Douglas, parabéns pelo texto. Após a leitura, me pergunto se esse "desinteresse" brasileiro por parte da expansão do conhecimento da cultura Oriental ainda pode estar vinculado a campanha antijaponesa mencionada no seu texto?

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    1. Talvez, mas talvez essa situação se explique pelo eurocentrismo e etnocentrismo educacional, o que acaba afetando o pensamento da comunidade em geral.

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  16. Boa noite. Parabéns pelo texto. Seguindo a base de que hoje o Brasil concentra a maior comunidade japonesa fora do Japão porque ainda temos falta de conteúdo cultural e disciplinar em instituições de ensino e na comunidade em geral?

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    1. Infelizmente, ainda observamos uma educação etnocentrista e eurocentrista. A comunidade em geral acaba agindo desta forma.

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  17. Ygor Yuji Utida Porto12 de outubro de 2017 às 17:55

    Boa noite, Professor Douglas. Parabéns pelo texto. A migração japonesa tem uma ampla discussão, graças a variedade de tema que ela propõe no estudo da História, Geografia e áreas afins. A minha pergunta é em relação a ramificação dos migrantes nos Estados do Brasil. Usando São Paulo como exemplo, os migrantes iam para o interior por contrato ou por busca de trabalho? A condição da capital de São Paulo estava melhor ou pior, em relação ao seu interior (Bastos, Bauru, Marília e entre outros)?

    Ygor Yuji Utida Porto.

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  18. Belo texto!
    Gostaria de saber em que momento se deu a imigração dos japoneses para o Estado do Pará, considerando que esse foi um dos estados com grandes desavenças e suspeitas entre brasileiros e japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.

    Ass.: Yuri Ilitch Soares Bezerra

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  19. Bom dia. Como relatado no texto havia uma política de imigração entre Japão e Brasil, onde havia acordo entre os países. Gostaria de saber quais os motivos para que o Japão concordasse com a saída de seus habitantes para um novo país? Quais as vantagens que o Japão obtia com essas imigrações?
    Jacqueline Hiroki Mattana

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  20. Uma questão interessante no texto foi que os japoneses vinham para o Brasil com o objetivo de conseguir bens, enriquecer e depois retornar para seu país. Gostaria de saber se há relatos, dados de japoneses imigrantes que obtiveram sucesso em seus objetivos inicias e retornaram para seu pais origem?

    Jacqueline Hiroki Mattana

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    1. Em sua grande maioria, os japoneses mantiveram-se aqui, enriquecendo com suas terras e mesmo que outrora seu pensamento era de curto prazo, acabaram por construir grandes comunidades niponicas no Brasil.

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  21. Professor,o senhor me informou neste artigo algo bem óbvio,mas que eu nunca havia parado pra pensar e deixava de dizer aos meus alunos por falta de iformação e um pouco de lógica também - O Governo Vargas no Estado Novo(1937-1945), deportou Olga Benário por ser judia e comunista.Como o senhor diz que o governo baixou um decreto sobre o fim da circulação de jornal de língua japonesa na época, ele chegou a deportar alguém de volta ao Japão?houve prisões de algum japonês no brasil fazendo campanha contra a entrada do país ao lado dos Aliados ?

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    1. Sim, muitos dos que promoviam atentados terroristas (uma vez que que não acreditavam na derrota do Japão) foram presos. Não necessariamente deportou imigrantes, mas proibiu a entrada de novos imigrantes, haja vista o ódio ao Eixo.

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  22. Professor, outra coisa interessante é sobre a vinda do imigrantes ao Brasil.No Japão ao que eu saiba,eles não tinha noção sobre a cultura do café(produto principal da economia no Brasil) e vieram para trabalhar nas lavouras de início.Como os grandes cafeicultores reagiram a isso?Até porque o japoneses não tinha a força braçal que os africanos tinham.Em que os japoneses melhoraram a cultura do café no país?

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    1. Quando falamos do início do século XX no Brasil, havia enorme carência de trabalhadores rurais em cafezais, o que fez inclusive com que o Brasil e Japão fechassem acordos para facilitar o processo de imigração dos japoneses aqui. A abolição da escravatura em terras brasileiras, a falta de empregos e condição de vida péssimas enfrentada pelos japoneses fizeram com que milhares de japoneses trocassem a Ásia pelo “mundo novo” (lembrando que este era um periodo de grande ascensão ocidental, principalmente no continente americano). Só para o estado de São Paulo foram cerca de 3 mil pessoas que vieram do porto de Santos diretamente para as fazendas de café.

      O intuito dos imigrantes era claro: ganhar dinheiro, ficar rico para depois voltar para o Japão. Assim, muito empreendedores japoneses chegaram ao Brasil.

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  23. Boa tarde!
    Na sua opiniao,como é reconhecido o grande contigente populacional de imigrantes europeus que se destinaram ao Brasil no século 19 e 20 foram enviados a áreas particulares e trabalharam na cultura cafeeira. Com os imigrantes nipônicos qual o sentido da imigração?
    José Augusto Cosimo Neto

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    1. Quando falamos do início do século XX no Brasil, havia enorme carência de trabalhadores rurais em cafezais, o que fez inclusive com que o Brasil e Japão fechassem acordos para facilitar o processo de imigração dos japoneses aqui. A abolição da escravatura em terras brasileiras, a falta de empregos e condição de vida péssimas enfrentada pelos japoneses fizeram com que milhares de japoneses trocassem a Ásia pelo “mundo novo” (lembrando que este era um periodo de grande ascensão ocidental, principalmente no continente americano). Só para o estado de São Paulo foram cerca de 3 mil pessoas que vieram do porto de Santos diretamente para as fazendas de café.

      O intuito dos imigrantes era claro: ganhar dinheiro, ficar rico para depois voltar para o Japão. Assim, muito empreendedores japoneses chegaram ao Brasil.

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  24. Gostaria de saber se com a eclosão da segunda guerra mundial houve um "retorno" do povo japonês ao Japão ou se houver o inverso, os japoneses fugindo da guerra se refugiaram no Brasil?

    Victor Lima Corrêa

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    1. Não houve de fato um grande retorno dos japoneses ao seu país de origem, uma vez que sua grande maioria não possuía grande poder aquisitivo. Continuaram instalados no Brasil, mas sofrendo com a censura e perseguição da época. Durante a guerra Vargas não permitia que se refugiassem aqui no Brasil. Ao final da guerra e do governo Vargas, um grande contingente de japoneses pode vir à terra tupiniquim.

      Douglas Augusto da Silva

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  25. Daiany Francielly de Barros Rodrigues13 de outubro de 2017 às 15:39

    Gostaria de parabenizar pelo texto e perguntar porque você considera esta temática importante para a historiografia.

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  26. Olá Douglas!

    É interessante perceber que a presença japonesa no Brasil é complexa e significativa. No entanto não percebo isso nas temáticas escolares. Como desenvolver, de maneira efetiva, o interesse e o conhecimento sobre a presença japonesa no Brasil a partir do século XX?

    Julio Junior Moresco

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  27. Que recursos utilizar para acabar com a ideia de que estudar Japão (e todo oriente médio ) não é relevante numa formação?
    Wiliana Maiara do Nascimento

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  28. Que recursos utilizar para acabar com a ideia de que estudar Japão (e todo oriente médio ) não é relevante numa formação?
    Wiliana Maiara do Nascimento

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  29. Boa noite professor, o texto expõe que no ano de 1819 chegaram os primeiros imigrantes japoneses, tendo estes o intuito de uma atuação nas lavouras e afins, mas a necessidade de mão-de-obra no momento era tão grande. Levando em conta que a abolição da escravidão fora somente em 1888, por que estes primeiros imigrantes se arriscaram a vir para um país escravista disponibilizar mão-de-obra assalariada?
    Andrey Gabriel Souza da Cruz.
    Graduando em História-UEM.

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  30. Boa noite, com a crescente nacionalista devido a Segunda Guerra Mundial os imigrantes japoneses que se encontravam no Brasil acabaram sofrendo repressões; estes imigrantes expressavam grande teor nacionalista e por isso foram atacados?
    Andrey Gabriel Souza da Cruz.
    Graduando em História-UEM.

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