INFLUÊNCIA CULTURAL JAPONESA NA PERSPECTIVA DO ANIMÊ DEATH NOTE
Angélica da Cruz Bernardo
Lúcio Reis Filho
O presente artigo analisará o animê Death Note (Tetsuro Araki, 2006-2007), observando os elementos que compõem seu enredo, bem como temas filosóficos que dialogam com as três religiões presentes no Japão: cristianismo, budismo e xintoísmo. Será alvo de investigação também a história do animê e seu impacto sobre a população japonesa e global. Será traçado também um breve panorama sobre outros animês que dialogam com a filosofia.
Animê e cultura japonesa
Animê é um termo utilizado no Japão para designar todo e qualquer tipo de animação, sendo esta de origem ocidental ou oriental. Já no ocidente este termo é usado difusamente e exclusivamente para se referir as animações provenientes do Japão. “Até a ocupação norte-americana, os desenhos animados no Japão eram em geral chamados de dogã (...)” (SATO, 2005, p. 31). Depois da Segunda Guerra Mundial deu-se início ao processo de ocupação dos Estados Unidos no Japão; com a interferência estadunidense, o Japão integrou e adaptou ao seu vocabulário algumas palavras de origem inglesa. Podemos recorrer ao exemplo da palavra animê, que é uma derivação da palavra inglesa animation. (SATO, 2005, p. 32)
O animê, uma importante manifestação da cultura japonesa, converteu-se em um importante símbolo da identidade nacional. Uma dissidência fulcral entre animês e desenhos animados corresponde na característica que o animê é um desenho com narrativa seriada que se deve assistir em sequência para que se possa entender o desenrolar da trama a história e seu desfecho; já o desenho animado ocidental é comumente caracterizado por episódios autônomos, ou seja, cada qual conta uma história e resolve, em si mesmo, o problema apresentado; logo, os episódios são independentes uns dos outros e não constroem uma cronologia. O animê contém traços idiossincráticos se comparado ao desenho animado: principalmente a estética da ilustração, mas, acerca desses elementos, devem ser levados em consideração o estúdio de animação o diretor, o artista do mangá – história em quadrinhos proveniente do Japão – se for inspirado em mangá; a própria temática do animê é bem característica, de acordo com Morell os temas discorrem sobre: “existencialismo, violência, humanidade, humanidade, problemas psicológicos ou mesmo sexo, além de outros temas mais típicos como o amor, a ação ou a fantasia.” (MORELL, 2013, p. 13)
Para reforçar seu caráter audiovisual, sua natureza estética e apresentação gráfica, o animê conta com uma abertura e um encerramento. Ambos apresentam uma prévia, uma espécie de trailer com as principais cenas do episódio, e acompanhamento musical de fundo. Geralmente, no meio de cada capítulo é exibido um fotograma, este em estrita relação com o mesmo, demarcando a metade do capítulo.
O animê se tornou um importante produto do mercado interno japonês e um produto de exportação largamente difundido em outros países. Não somente o animê virou um produto do mercado, os personagens, símbolos, brinquedos e outros recursos invadiram lojas do mercado que atraem aos fãs colecionadores mais dedicados do gênero. O consumo de mangá e animê, e outros produtos originários do Japão, faz com que fãs, apreciadores, ou mesmos os otakus busquem aprender a cultura japonesa e, ou até mesmo a própria língua japonesa. O termo Otaku, foi criado no Japão para designar “um indivíduo que vive ‘fechado em um casulo’, isolado do mundo real e dedicado a um hobby.” (NAGADO, 2005, p. 55). Este termo foi ressignificado dentro da cultura brasileira, e atualmente é designado para se referir aos fãs de animê e mangá.
Em pesquisa recente divulgada pela provedora de conteúdo via streaming Netflix, durante evento Anime Slate 2017, em Tóquio, o Brasil foi considerado um dos maiores consumidores de animê no mundo, junto com México, Peru e Itália. “Os cerca de 400 estúdios existentes por lá produzem mais de dois mil episódios por ano, gerando bilhões de dólares com a transmissão dentro e fora do país, exportando séries para todos os continentes.” (ZAGO, 2012, pág. 43)
Isso não garante apenas um lucro exorbitante para empresas japonesas desse ramo, mas também a consolidação da rápida difusão da cultura, mitologia e costumes japoneses através das mídias, ou seja, que é um elemento que comprova o poder da cultura e da indústria japonesa. Resultando que novos adeptos entrem em contato com essa cultura e a propagação do conteúdo moral e ético que é difundido nos animês e mangás e contaminam seu público.
A trilha sonora é um elemento que complementa a história do animê, e ajuda a enriquecer e aumentar a sua propagação. A cultura de fãs mostra devoção para com a trilha sonora de seus animês favoritos. No Brasil, alguns hits de animê embalaram gerações que cantam energicamente Pegasus Fantasy, de Cavalheiros do Zodíaco, interpretada na sua versão brasileira pelo cantor Edu Falaschi, um dos expoentes da cena nacional de heavy metal; a trilha de abertura do Dragon Ball; “Quero mudar o mundo”, do animê InuYasha, etc. As músicas de animês dos anos 90 e do início dos anos 2000 causam nostalgia em fãs brasileiros, e as trilhas sonoras de games são também sempre lembradas, como a de Snake Eater (Metal Gear), as composições de Nobuo Uematsu para a série de games Final Fantasy e Chrono Trigger, e de Akira Yamaoka, para Silent Hill.
Aspectos filosóficos de alguns animês
Em muitos casos os temas filosóficos estão intrínsecos na trama do animê e acarretam discussões calorosas entre fãs ou até mesmo especialistas. Podemos recorrer ao exemplo de alguns animês. Ataque dos Titãs (Shingeki No Kyojin, 2013-), por exemplo, tem um prólogo envolvente e desperta uma incipiente curiosidade no espectador: “E naquele dia, a humanidade se lembrou, se lembrou do quão assustador é ser subjugado. Cercados como pássaro presos em uma gaiola, apenas para serem destruídos!” A trama se passa no ficcional distrito de Shiganshina, no ano de 845, onde foram construídas 3 muralhas – Maria, Rose e Sina – para proteger os humanos dos terríveis Titãs. Estas criaturas têm tamanhos que podem variar de 5 metros a 60 metros, representam uma ameaça constante aos personagens e se alimentam de carne humana. No primeiro episódio um clérigo faz a seguinte pregação “Essas paredes foram feitas pelo próprio Deus! Elas estão a favor de Deus! Nenhuma das criaturas fora delas, será capaz de atravessar!” Quando o Titã Colossal destruiu a primeira muralha, houve então uma cisão com este imaginário religioso.
Uma outra perspectiva filosófica levantada no animê supracitado é que Eren Jaeger, personagem principal, quer ir para além das muralhas com intuito de saber como é a vida lá fora. Esse fato nos rememora a filosofia de Platão com o aforismo “O mito da caverna”. A alegoria de Platão descreve a seguinte situação: homens dentro de uma caverna, que se encontram ali desde a idade tenra, estão presos por correntes que os impedem de fazer movimentos e não conseguem enxergar alhures distantes; até um prisioneiro porventura sair da caverna e descobrir um mundo novo totalmente diferente da escuridão do interior da mesma. Em seu retorno à caverna, caso comente sua nova experiência, poderá causar medo, estranhamento para alguns ou aceitação e libertação na perspectiva de outros. (PLATÃO, 1965, p. 105- 109)
O animê Death Note (Tetsuro Araki, 2006-2007) também suscita uma abordagem filosófica ao apresentar um debate interessante sobre a ética e a moralidade, que complementa e enriquece seu enredo, e será objeto de análise deste artigo.
Surgimento e adaptação do Death Note
Death Note foi criado originalmente na forma de mangá pelo escritor Tsugumi Ohba e sob ilustração de Takeshi Obata, tendo seu início em dezembro de 2003 e conclusão em maio de 2006. O mangá Death Note é composto por 12 volumes encadernados. Houve o lançamento de um conteúdo especial no volume 13, que contém entrevistas, informações sobre personagens, etc.
Entre os anos de 2006 e 2007 a série em mangá ganhou uma adaptação em animê dirigida por Tetsuro Araki, com 37 episódios. Death Note é um sucesso eminente e ganhou várias produções derivadas. O site Supremacia GEEK nos ajuda a traçar um panorama sobre as adaptações da animação:
“Em 2006 ainda foi lançado o primeiro filme live action japonês baseado na série. No Japão esse filme ficou em primeiro lugar em bilheterias, desbancando até o filme “O Código Da Vinci”. E no mesmo ano ainda saiu à continuação do filme, intitulado “Death Note: The Last Name”. Em 2008 teve mais um filme em live action, “L: Change the World”, que tem L como personagem principal. Death Note foi um sucesso tão grande que além dessas adaptações também virou game e até peça de teatro. Existe também uma versão americana do filme que está sendo produzida. E esse ano saiu a série japonesa de live action.” (SUPREMACIAGEEK, 2015)
O mais recente filme em live-action foi produzido pela Netflix e lançado em agosto de 2017, já é alvo de críticas do público devido à caracterização dos personagens e também pela ausência de fidelidade a história do mangá. Pelo trailer do filme já é notável que a Netflix fez uma ocidentalização dos personagens, já que a maioria do quadro de atores são origem estadunidense, bem como o desfecho da história e comportamento dos personagens não são fidedignos. Essa adaptação em live-action, no entanto, foi bem aceita pelos criadores da franquia, que se mostraram entusiasmados.
Breve panorama do enredo de Death Note
Death Note aborda principalmente questões de ordem moral e ética, em uma narrativa composta por vários elementos da cultura japonesa e da cultura ocidental que enriquecem tanto sua estética quanto seu enredo. A história começa quando o shinigami Ryuk deixa seu Death Note cair propositalmente no mundo dos humanos. Os shinigamis são considerados deuses da morte na mitologia japonesa, e o Death Note, na obra de ficção, é um caderno da morte usado para matar os seres humanos. Primeiro deve-se escrever o nome de uma pessoa e mentalizar o rosto da mesma; dentro de 40 segundos, ela morrerá (em circunstâncias que variam de acordo com a intenção daquele que escreveu o seu nome no caderno). Light Yagami é um estudante exemplar, entediado com sua vida e com as regras que regem sua sociedade. Todos os dias os noticiários anunciavam diversos crimes e presenciar as injustiças aumentava cada vez mais a frustração de Light, para ele “este mundo está podre, e aqueles que o fazem apodrecer merecem morrer”, diz o personagem.
Sua perspectiva sobre o mundo estar podre era resultado das ocorrências diárias de crimes, assassinatos, estupros, e, para ele, era necessário extirpar estes males do mundo. Ao encontrar o caderno, Light lê a seguinte instrução: “O humano cujo o nome for escrito no caderno morrerá”, com atitude cética ele descarta o caderno, porém ulteriormente o recolhe novamente. Ao usar o caderno descobre que seu poder é real, e movido por um senso de justiça começa a matar os criminosos, almejando assim criar um mundo ideal. Com essa postura, Light Yagami se considera o Deus do Novo Mundo, e ele se torna tão intimo do caderno que acaba se tornando o próprio Deus da Morte, papel que deveria caber ao shinigami Ryuk.
Com o número crescente de criminosos aparecendo mortos em todos os lugares, a imprensa e as autoridades começam a cogitar a existência de alguém por trás dos homicídios. Agindo secretamente em seu quarto, Light Yagami mantém a sua identidade secreta bem protegida. Ele começa ser chamado de “Kira” (versão japonesa da palavra inglesa Killer), e a partir do momento em que as autoridades se opõem ao seu método de fazer justiça, e chegam perto de relaciona-lo ao criminoso, Kira começa a matar inocentes que se opõem a sua vontade, principalmente aqueles que se aproximam de descobrir a sua verdadeira identidade. Kira se perpetua numa posição de poder onde acaba colocando suas aspirações pessoais acima de sua ideologia de ceifar apenas a vida de criminosos. Outro fator importante sobre esse personagem é que ele, cada vez mais, não quer o anonimato, mas ser reconhecido como “Deus do Novo Mundo”, uma espécie de novo Messias que vem salvar o seu povo do sofrimento.
O principal detetive do caso, mais conhecido como “L”, L Lawliet, é obcecado por justiça, seu nome é marcado por sua indubitável inteligência e seu senso de dedução apurado, já que todos os casos que assumiu conseguiu êxito. Podemos dizer que a construção de L guarda semelhanças com detetives icônicos da ficção policial, como Auguste Dupin, das histórias de Edgar Allan Poe, Sherlock Holmes, de Sir Arthur Conan Doyle, e Hércule Poirot, detetive belga dos romances de Agatha Christie; todos estes personagens, assim como “L”, possuem senso de dedução apurado e raciocínio lógico extraordinário.
Algumas relações do animê com a filosofia
Death Note é conhecido pela torrente de temas filosóficos que aborda. Sendo estes temas intrínsecos à sua narrativa, de modo a enriquecerem e darem profundidade ao seu enredo, dentre eles podemos delinear: conteúdo moral e ético, mitologia, vestígios das três religiões presentes no Japão: budismo, xintoísmo e cristianismo; bem como também estabelecer alguns paralelos com a filosofia ocidental. Será alvo de análise desta seção as relações do animê com estas religiões.
Em minutos finais do primeiro capítulo intitulado “Renascimento” as ações de Light, o assassinato de dois criminosos, levam-no a uma crise de consciência e, ulteriormente, à aceitação de extirpar do mundo todo o mal. Em sua fala podemos destacar o seguinte trecho:
“... esse mundo está podre, e aqueles que fazem ele apodrecer merecem morrer. Alguém tem que fazer isso, então por que não eu, mesmo que seja preciso sacrificar minha mente e minha alma, vale a pena porque o mundo não pode continuar assim.”
Essa ideia dialoga com um dos princípios da religião xintoísta que é “subordinação do individuo ao grupo” (LITTLETON, 2010, p. 9). Mesmo com esse aspecto, a postura de Kira se encaixa melhor na doutrina “utilitarista”, apesar de se preocupar com o restabelecimento da ordem, ele dá prioridade para seus próprios interesses, esses são pertinentes aos desejos da população. O pensamento “utilitarista” foi fundado pelo filósofo inglês Jeremy Bentham; ele “não defendeu apenas que o bem é a felicidade em geral, mas também que cada indivíduo busca sempre o que imagina ser a própria felicidade” (RUSSEL, 1957, p. 345)
O próprio nome do personagem Light Yagami pode ser associado ao Lúcifer, que significa “Portador da Luz”, e também ao bosatsu do budismo japonês que significa “ser iluminado”. Essa ideia ainda é comprovada no animê aos 19 minutos e 30 segundos do capítulo “Renascimento”, quando aparece um feixe de luz sobre o personagem Light, e embalado pelo som da música Low of Solipsism invadem a tela cenas de criminosos morrendo por ataques cardíacos.
“Por outro lado seu nome é luz, o que não surpreende, já que tanto Light como parte da sociedade que apoia Kira lhe veem como um Messias, um salvador da humanidade que traz à luz onde antes havia sombra.” (MORELL, 2013, pág.35)
Já no capitulo 25, intitulado “Silêncio”, Light encontra “L” em meio à chuva. Eles conversam e L prenuncia a própria morte: “daqui para frente será uma solidão eu e você iremos nos separar em breve”. Em seguida, ao ver Light todo encharcado, “L” se ajoelha diante dele, colocando-se em postura de subordinação, e se oferece para secar os pés de Light; essa cena nos faz rememorar a cerimônia de lava pés, quando Jesus lavou os pés de seus discípulos como sinal de humildade. Após esse acontecimento “L” morre por traição de Light. No começo da abertura o nome do animê aparece disposto numa cruz, que é símbolo sacro supremo da religião cristã. De acordo com Serradilla os autores não apresentam apenas elementos de religiões japonesas com intuito de conseguir conquistar público de outros países:
Podemos dizer que como produto voltado para o mercado internacional é interessante que sejam introduzidos elementos característicos da cultura ocidental, para que os diversos públicos do outro lado do oceano se familiarizem mais com o animê. Mas devemos levar em consideração também as mediações culturais que aconteceram ao longo das gerações, e ecoam através dos tempos possibilitando essa gama de formas hibridas:
“...é que devemos ver as formas hibridas como resultado de encontros múltiplos e não como um resultado de um único encontro, quer encontros sucessivos adicionem novos elementos à mistura, quer reforcem os antigos elementos...” (BURKE, 2003, p. 31)
O próprio shinigami é o Deus da Morte na mitologia japonesa, e ele se torna o elemento principal da trama, pois ele deixa seu caderno cair propositalmente no mundo dos humanos e é devido a sua ação que Light alicerça toda sua trajetória em criar um mundo ideal.
Considerações finais
O contato do Japão com outras nações resultou na recepção de vários elementos a sua cultura, bem como na doação de componentes de sua cultura. Podemos observar alguns exemplos resultantes dessas transmissões culturais: a religião cristã que chegou devido ao intermédio de jesuítas, o budismo com raízes chinesas, a escrita chinesa foi incorporada e também algumas palavras inglesas com a ocupação estadunidense. Mas nem sempre as mediações obtêm sucesso, pode acontecer de elementos de outras culturas serem rejeitados ou até mesmo causar revolta. A transculturação é fulcral e pode resultar na ressignificação de velhos costumes, para criação de novos elementos ou até consolidar ou reviver os antigos valores.
Um exemplo disso hoje é a tecnologia, mesmo com a modernização o Japão não desvincula seus velhos costumes e valores, mas faz uso da confluência enriquecendo mais ainda sua cultura, e os japoneses lutam para suas tradições não evanescerem.
O animê, um importante produto da sua cultura, é uma das engrenagens que movimentam o mercado japonês. Além de movimentar o mercado global ele é um importante propagador dessa cultura híbrida. Death Note é um bom exemplo, além de ser sucesso em muitos países ajuda a divulgar traços da cultura nipônica. Os fãs fazem uso desse consumismo resultando consolidação e expansão desse mercado. Isso só prova que a cultura popular japonesa se tornou um importante elemento nos dias de hoje, e está cada vez mais presente e influente na cultura de vários países devido ao fenômeno da globalização e ao dialogo intercultural.
Referências
Angélica da Cruz Bernardo é graduanda em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais.
Email: angel.angelicacruz@hotmail.com
Lúcio Reis Filho é Doutorando em Comunicação (Cinema e Audiovisual) pela UAM, Mestre nessa mesma área pela UFJF e historiador. Bolsista CAPES-PROSUP.
Email: luciusrp@yahoo.com.br
BURKE, Peter. Hibridismo cultural. São Leopoldo: Unisinos, 2003.
DEATH NOTE. Direção: Tetsurō Araki. Produção: Toshio Nakatani,
Manabu Tamura , Masao Maruyama. Madhouse, 2006-2007. (37 episódios).
LITTLETON, C. Scott. Conhecendo o xintoísmo: origens, crenças práticas, festivais, espíritos, lugares sagrados. Tradução de Vera Joscelyne. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
MORELL, Carla Tomé. Narratividad, ética y moralidad em la serie de animación japonesa Death Note. Trabajo final de grado. Universidad Politecnica de Valencia: Gandia, 2013.
NAGADO, Alexandre. O mangá no contexto da cultura pop japonesa e universal. In: LUYTEN, Sonia M. Bibe. (Orgs.). Cultura pop japonesa. São Paulo: Hedra, 2005, p. 49-57.
PLATÃO. A república. 2º volume. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1965. Disponível em: <https://marcosfabionuva.files.wordpress.com/2011/08/a-repc3bablica-parte-ii.pdf> Acesso em: 31 de agosto de 2017.
RUSSEL, Bertrand. História da filosofia ocidental. Tradução de Brenno Silveira. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1957. Disponível em: <http://asdfiles.com/9mn> Acesso em: 01 de setembro de 2017.
SATO, Cristiane A. A cultura popular japonesa: animê. In: LUYTEN, Sonia M. Bibe. (Orgs.). Cultura pop japonesa. São Paulo: Hedra, 2005, p. 27-42.
SHINGEKI NO KYOJIN. Direção: Tetsurō Araki. Produção: George Wada, Tetsuya Kinoshita. Wit Studio Production I. G, 2013.(30 episódios).
SUPREMACIA GEEK. Vamos falar de série: Death Note. Disponível em: <http://www.supremaciageek.com.br/vamos-falar-de-serie-death-note/> Acesso em: 14 de agosto de 2017.
ZAGO, Bruno. O poder dos mangás e animês no Brasil. Revista digital, SuperMag. Ano 1. Setembro, 2012. Disponível em: <http://supernovo.net/supermag/001-supermag-setembro2012.pdf>. Acesso em: 21 de agosto de 2017.
Bom dia autores, gostaria de saber se esse sentido que o Light Yagami tem de eliminar os bandidos que para ele é o mal da sociedade, se é possível associar com essa onda conservadora atual que prega os mesmos ideais e consegue muitos adeptos justamente com esse tipo de pensamento.
ResponderExcluirLeonardo Irene Pereira Guarino
Boa noite Leonardo, é possível associar sim, uma vez que a onda conservadora atual prega uma punição radical de criminosos. Nessa ideologia é justificável o clichê " bandido bom, é bandido morto". Assim, também é justificável fazer justiça com as próprias mãos.
ExcluirAngélica da Cruz Bernardo
Bom dia, parabéns pela temática abordada no artigo, realmente a cultura japonesa, no geral, ganha a atenção de muitos ocidentais nesse sentido, os mangás e animes são basicamente um "outdoor" do Japão. Sobre o texto, logo na introdução, vocês cuidam para orientar o leitor sobre o que argumentarão, no segundo objetivo do texto achei um tanto pretensioso discutir a história do anime e seu impacto na sociedade japonesa e global, ainda porque um artigo é consideravelmente pequeno para essa proporção, já que é um debate sobre a relação entre as três religiões que envolvem a sociedade japonesa e o anime, seria interessante ater-se apenas essa discussão sem envolver a questão quantitativa, caso um dos dois autores pretendam dar continuidade a uma pesquisa nesse gênero é algo realmente interessante e diferencial, no demais é apenas esse adendo que queria fazer.
ResponderExcluirFelipe Adriano Alves de Oliveira
Boa noite Felipe,
Excluirgostaria de agradecer por ter lido o artigo e também pela orientação, esta enriquecerá muito nosso trabalho.
Angélica da Cruz Bernardo.
Boa noite, Felipe.
ExcluirEu também agradeço pelos comentários. Realmente, a história do animê não é o nosso foco. Enveredar por ela demandaria uma pesquisa mais extensa, e o artigo resultante certamente extrapolaria os limites delimitados para os textos deste simpósio.
A cultura japonesa hoje é muito difundida, belo trabalho! Agora é importante salientar que é necessário fugir dos estereótipos.
ResponderExcluirBoa noite Vitor,
Excluirobrigada pela leitura do artigo e também pela observação.
Angélica da Cruz Bernardo.
Ótimo texto!
ResponderExcluirMuitas vezes podemos perceber em animes, até mesmo como o próprio Death Note personagens carregados de exageros e generalizações. Como isso é visto dentro da própria sociedade japonesa, tendo sua cultura estereotipada de forma simplista para outras culturas?
Guilherme de Carvalho Rodrigues
Bom dia Guilherme, então personagens carregados de exagero creio que seja uma característica própria do animê, pois ele apresenta suas particularidades que o diferem de animações provenientes de outros países. Mas esse marco gráfico não é obrigatório em todas as animações nipônicas, há personagens que realmente apresentam traços exagerados, mas há personagens que trazem consigo uma imagem mais proporcional. Espero ter conseguido sanar sua dúvida.
ExcluirAngélica da Cruz Bernardo
Ao tratar-se de adaptações é fundamental ter a consciência de que não faz parte de seu aspecto a fidelidade, afinal adaptar é uma forma de recontar, trazer uma nova versão daquilo já existente. O live-action da Netflix, mencionado no trabalho acima, por mais que tenha críticas negativas devido a caracterização dos personagens e a falta da fidelidade ao mangá, estamos diante de uma produção cujo objetivo é atender outras demandas. Por se tratar de uma produção ocidental é notório que haverá esse movimento de “ocidentalização”. É interessante observar como o animê é reapropriado, construindo assim um novo produto, com a mesma base, todavia com finalidades distintas, para um público distinto, onde vemos o produto oriental em uma nova roupagem para o mercado ocidental, "atualizando-o" assim para nossos padrões de produção e social. Nessa troca cultural entre Ocidente e Oriente, via Death Note, é possível estabelecer uma hierarquia onde, através de diversas formas de produção cinematográfica e televisiva, vemos mais uma vez o Ocidente bucando se sobrepor ao Oriente ao criar um longa "ocidentalizado" e com elenco composto sobretudo por estadunidenses?
ResponderExcluirBruno Silva de Oliveira
Bom dia Bruno,
Excluirsua observação referente as adaptações é de suma importância para termos uma diferente visão sobre as adaptações e ajuda a quebrar o preconceito existente sobre as mesmas. Eu penso que a adaptação da Netflix não seja uma forma do Ocidente se sobrepor ao Oriente, visto que a originalidade de criação é nipônica. O Death Note está na moda, conquistou um público de idades variadas. Bom, Netflix também está na moda rsrs. Então essa "apropriação" do sucesso de Death Note é mais uma estratégia de mercado da Netflix. Como você mesmo disse, é uma forma ocidentalizada de recontar e a representação ocidentalizada dos personagens prova isso. A hierarquia não é justificável, são produções diferentes com intuitos diferentes. Mas, mesmo com esses aspectos os fãs ainda esperam uma certa verossimilhança com a obra original.
Angélica da Cruz Bernardo.
Obrigado pelo esclarecimento!
ExcluirEssa questão que levantei acerca de uma possível forma de tentar se sobrepor ao Oriente através dessas produções Ocidentais, com base oriental, foi apenas uma hipótese, já que bem sabemos que é isso o que o Ocidente vem feito desde tempos remotos. Porém, "A hierarquia não é justificável", tenho de concordar com você.
Bruno Silva de Oliveira
Olá! bela articulação das religiões com os aspectos dos animes! Realmente é uma liberdade artística que só países com uma diversidade religiosa igualitária conseguem sem grandes conflitos.
ResponderExcluirMas minha pergunta vai em outro sentido; vocês acham que o mercado de animes japoneses, que nos últimos anos produz conteúdos voltado a um nicho cada vez mais especifico de otakus (em oposição ao mercado chines, coreano e americano, que se expandem) seria reflexo do enfraquecimento desse hibridismo cultural? ou não, e esse hibridismo é permanente devido a uma globalização?
Ronny Costa Pereira
Bom dia Ronny,
Excluiro hibridismo é resultado das mediações culturais ocasionadas pelo contato de diferentes povos. A globalização ajuda a divulgar esse aspecto de hibridismo cultural e provar que ele ainda está explicito naquela sociedade. Esse hibridismo ainda é permanente pois está impregnado na cultura nipônica.
Angélica da Cruz Bernardo
Olá! parabéns pelo artigo e por trabalhar um animê como fonte histórica.
ResponderExcluirMinha pergunta é sobre o conceito de "existencialismo" de Morell, poderia explanar um pouco mais como ele se apresenta na narrativa de Death note?
Bruno Refundini de Oliveira.
Boa tarde Bruno, então, na verdade Carla Morell não trabalha com o tema "existencialismo" na série Death Note. O que ela argumenta é que os animês podem conter em sua história temas variados: "existencialismo, violência, humanidade, temas psicológicos ou inclusive sexo". Ela classifica o gênero do animê Death Note como um meitantei. Esse tipo de gênero é representado pelo suspense, mistério, dedução, elemento sobrenaturais e fantasia. Em sua pesquisa ela trabalha com a narrativa, ética e moralidade no Death Note, e também aborda elementos que contribuem para o valor estético da série, com a figura do Light como anti-herói, algumas questões sobre a religião.
ExcluirAngélica da Cruz Bernardo
Boa noite, parabéns pelo texto..
ResponderExcluirVocê cita à a "formação" de uma identidade nacional (nesse caso japoneja) através dos animes, minha questão está relacionada justamente a esse processo, você poderia relatar como ele se manifesta diante de uma cultura ambigua, no sentido em que prioriza o desenvolvimento tecnológico e ao mesmo tempo procura preservar sua tradição da maneira mais fíel possível ?
Girlane Santos da Silva
Boa noite Girlane,
Excluiro Japão é marcado por um contraste: o amplo desenvolvimento tecnológico e a manutenção de suas tradições. Em seu livro “JAPOP: O poder da Cultura Pop Japonesa”, Sato nos afirma: “a coexistência de elementos que parecem ser contraditórios”, enfatizando o contraste entre “antigos e modernos, tradicionais e ocidentais”. No Japão é onipresente o desenvolvimento tecnológico, atuação de mídias, videogames, TV, animes, mangás, comerciais para cinema etc. Os japoneses também foram influenciados por uma onda “consumista”, que faz com se aumente a popularização de mídias e tecnologia. Consolida-se então a Cultura Pop japonesa que também influencia pessoas de outros países. O período Edo (1603-1868) foi caracterizado por uma ditadura feudal, houve o desenvolvimento de um estilo de desenho chamado Ukiyo-e. Estes desenhos relataram o cotidiano da sociedade nesse período em forma de sátira, estes de certa forma influenciaram na criação do mangá, e o anime está ligado ao mangá. O animê faz parte dessa cultura pop Japonesa, e a mídia assume um papel determinante na propagação dele, tanto quanto no país quanto no exterior. Devemos levar em conta também a tecnologia utilizada para produção dos animes, seus estúdios de produção. Sendo um país que está fortemente ligado as tradições, folclore e cultura, os japoneses além de preservar esses elementos conseguem conciliar com a tecnologia.
Angélica da Cruz Bernardo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito interessante o artigo. Parabéns pela construção e união com a história. Autores, boa noite. O anime Death instiga a violência, uma vez que o personagem principal, Light Yagami, a partir de um caderno, oriundo de um Shinigami (deus da morte, que faz parte da cultura japonesa). Apesar de ser um dos melhores estudantes, filho do chefe de polícia da força tarefa japonesa, ele passa a adquirir atitudes de um criminoso, com a intenção de "limpar" o mundo da onda criminalidade, através do simples ato de escrever o nome de uma pessoa no caderno. Partindo de tal análise, tal atitude não seria propícia para pessoas começaram a fazer justiça com as próprias mãos?
ResponderExcluirMíriam de Lima Cabral
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirBoa noite Míriam,
ExcluirMuito interessante sua pergunta, Kira tem uma atitude radical em relação aos criminosos, visto que ele nem acredita numa possível reabilitação do criminoso na sociedade, aliás ele nem cogita isso. Ele vê a morte dos criminosos como única solução para extirpar esse mal do mundo. Essa atitude de matar pessoas (mesmo que sejam criminosos, num primeiro momento) também o torna um criminoso, então há um paradoxo em realizar esse tipo de “justiça” e o anime deixa claro isso. Quando há a primeira morte, o telespectador não fica impactado, pois o criminoso faz 8 reféns (crianças e monitores)em uma creche, quando ele morre há um certo alívio por parte do telespectador. Antes de ceifar a vida deste criminoso Light se pergunta: “Se alguém morrer de verdade isso me torna um assassino?”.
Eu vejo que isso também faz a pessoas refletirem suas próprias ações já que este animê trabalha muito com o conceito de justiça, moralidade, ética e assassinato. A partir desse personagem anti-herói pode ser conscientizado que fazer justiça com as próprias mãos não é tão viável assim e não soluciona o problema.
Angélica da cruz Bernardo
Parabéns pelo artigo. Creio que, como bem comentado pelos autores, o animê estabelece claramente os seus aspectos filosóficos, principalmente nos campos da ética e da moral, o que pode ser utilizado para instigar os jovens a estudar a filosofia. Eu gostaria de saber se as relações feita com a religião cristã têm intuito de estabelecer uma certa crítica a essa mesma, tendo em vista que é uma produção oriental e influenciado por outros ideais, por assim dizer, bem como criticar os idéias éticos da sociedade. É plausível essa relação?
ResponderExcluirLuís Felipe Bezerra Barbosa d'Oliveira
Boa noite Luiz Felipe,
Excluiressa hipótese de uma possível crítica é interessante, eu não vejo como uma crítica. Sabemos que Light se autoproclama “Deus do Novo Mundo” e tenta instaurar uma nova ordem mundial. Esse novo mundo seria um lugar onde não houvesse criminosos, observe sua fala: “Será um novo mundo, livre de injustiças e populado por pessoas que eu julguei serem honestas, gentis e trabalhadoras.”; aquele que contraria os mandamentos de Light é punido com a pena de morte, ou seja punição para os pecadores. Deve-se observar que não há presença apenas da religião cristã, mas também da religião xintoísta e budista. O uso de elementos da religião cristã enriquece a estética do animê. De acordo com Eduardo Serradilla “os autores usaram essa estratégia (de encaixar elementos da religião cristã)com intuito de conseguir conquistar publico de outros países.” Essa tática é válida, mas também deve ser levado em consideração a influência desta religião no Japão, já que chegou por meio de missionários no país. Em sua pesquisa sobre o Death Note, Carla Morell fala sobre a importância dessa bagagem da ética e moral que o anime apresenta, “contudo os autores sustentam que seu principal objetivo com a série não é o questionamento da moral, mas o entretenimento.”
Angélica da Cruz Bernardo
Parabéns pelo artigo, gostei muito da forma como foi escrito e principalmente as relações que vocês fazem dos animes com a cultura e a filosofia japonesa, já assisti o anime Death Note, e o filme produzido pela Netflix, confesso que não gostei das adaptações feitas no filme, acho que fugiu muito do manga e do anime original. Realmente o povo brasileiro assiste muitos animes, apesar de muitas vezes não entender a história e os costumes envolvidos nessas produções, de que forma poderíamos superar essa falta de conhecimento dos costumes orientais, já que muitos conteúdos não são ensinados nas escolas. Você poderia me indicar algum site ou material de fontes confiáveis para realizar pesquisas sobre os animes e mangas produzidos no Japão?
ResponderExcluirNoemi Andréia Lutzer Uhde
Boa noite Noemi,
ExcluirEssa falta de conhecimentos dos costumes orientais será sanada através da educação (formal/informal). A própria mídia, anime, TV e mangá fazem parte da história pública, e às vezes a população só tem acesso a esse tipo de história, e pode tomar essa história como verdadeira. Uma educação crítica já ajudaria a quebrar essa atitude leiga. Nosso currículo escolar hoje ainda é muito defasado, não consegue suprir algumas carências do nosso ensino, e o professor tem que virar mágico. O professor pode trabalhar com essas mídias a seu favor, deve-se partir do conhecimento tácito do aluno e tentar trazer o conteúdo oriental para a realidade dele. Realizar trabalhos com envolvam a cultura oriental, levar o anime para a sala de aula, e também o mangá, ou até mesmo desenvolver uma pesquisa destacando a importância da imigração japonesa no Brasil, e quais elementos dessa cultura enriqueceram nosso país, bem como causaram conflitos. Quanto aos materiais te indico o livro JAPOP: O poder da Cultura Pop Japonesa, da autora Cristiane A. Sato, que é especialista no assunto. Sato ganhou uma bolsa de estudos para fazer estágio no Japão, escreve artigos sobre mangá, anime, cultura e história japonesa para revistas. Outro livro é o Cultura pop japonesa: Mangá e anime. A organizadora é Sonia B Luyten, essa coletânia é muito rica em variados temas que envolvem o anime e mangá, e também contém vários nomes renomados que entendem sobre o assunto como: Alexandre Nagado , Erica Awano, Cristiane Sato etc. Tem um capitulo que irá te interessar bastante: Utilização do mangá em sala de aula (Fábio Tatsubo). Tem o site do ABRADEMI que trabalha a cultura japonesa: http://www.abrademi.com/
Se você puder me mandar um email, pois quando for encontrando material aqui irei te encaminhar, se lhe interessar, é claro.
Angélica da Cruz Bernardo
Parabéns pelo artigo!
ResponderExcluirA figura do personagem Kira em Death Note é extremamente marcante em todo o desenrolar da história e consequentemente nos leitores. Ao ler seu texto, me veio um questionamento: A figura do Kira no universo do Death Note pode ser comparada ao conceito Weberiano de Dominação Carismática? E você analisa que o Kira está envolto ao conceito de severidade enxergando a si mesmo e toda sua sociedade como um objeto substituível?
Obrigada,
Stephanie de Almeida Nevares Alves
Boa noite Stephanie, obrigada pela leitura do artigo.
ExcluirA figura de Kira se encaixa no conceito de dominação carismática, alguns exemplos notáveis: o personagem Kira é visto pelos seguidores como Deus do novo mundo, aqueel que veio trazer a luz onde somente havia escuridão; ele tem vários seguidores que são influenciados devido ao comportamento radical de Kira e sua incessante busca por justiça. Ele mesmo se autoproclama: "Eu sou a Justiça" e complementa que aqueles que se opõem ao seu ideal de justiça são do mal.
Angélica da Cruz Bernardo
Olá autores, parabéns pelo artigo!
ResponderExcluirDeath Note, é uma excelente escolha de fonte de pesquisa, pois como vocês mesmo colocaram aborda temas complexos como poder, justiça, moralidade, ética e assassinato. No decorrer do anime e pelo que foi exposto no artigo, o que a personagem Kira entende por justiça? Pois no início, pode-se dizer que ele estava tentando "fazer justiça", mas depois com o desenrolar da trama, essa "justiça" começou a ser aplicada em pessoas, digamos, inocentes, e que estavam perto de descobrir quem era o Deus da Morte.
Obrigada,
Priscila Nascimento Marcelino
Boa tarde Priscila,
Excluirseu conceito de justiça está ligado a pena de morte, essa justiça só se concretizará extirpando todo o mal da face da terra, que será alcançada através da eliminação de criminosos. Ele divide as “penas de morte” de acordo com a magnitude do crime: “Enquanto os verdadeiro culpados que merecem ser punidos por seus crimes morrem de parada cardíaca; as pessoas menos culpadas, mas que ainda causam problemas serão gradualmente apagadas por doenças ou morte acidental.” Podemos até fazer uma relação com a “Lei de Talião”.
Angélica da Cruz Bernardo
Parabéns pelo artigo, já tinha ouvido falar em Death Note e a leitura do trabalho me instigou a curiosidade em assistir o anime. Como vocês descrevem o anime com um dos enredos apresentados com conteúdo moral e ético, como a questão da morte é analisada para fazer justiça sob a justificativa de um mundo melhor? Sob a ética da convicção? Os fins justificam os meios?
ResponderExcluirObrigado,
Thiago Rafael de Souza
Boa tarde Thiago, assista o animê sim, garanto que você irá gostar dele.
ExcluirAlgumas questões sobre moral e ética podem ser levantadas com o anime: É correto matar? Mesmo que sejam criminosos? Essa morte é válida para reestabelecer uma nova ordem, que melhoraria a sociedade? A atitude de Light se torna paradoxal, pois ao matar um criminoso, ele também se torna um, ou mais precisamente um Serial |Killer. O próprio Light tem uma crise de consciência “quem sou eu para julgar as pessoas?” É correto matar pessoas para um bem maior? No segundo capítulo da animação Light nos conduz a uma reflexão: “Apesar de provavelmente nunca acontecer na escola, digamos que os alunos fossem chamados para discutir se pessoas más merecem morrer. Pode apostar que todos dariam a resposta politicamente correta ‘É errado matar as pessoas’, é o que elas devem dizer, essa é a resposta correta a dar. Os humanos estão sempre tentando manter as aparências quando estão em público, nós somos assim.” Outra questão é matar inocentes para proteger sua identidade. Há um extermínio massivo de criminosos em Death Note, Light nem acredita numa reabilitação dos criminosos na sociedade, aliás ele nem cogita isso. Ele vê a morte dos criminosos como única solução para extirpar esse mal do mundo. Para ele é justificável julgar e matar os criminosos para que se consiga almejar um mundo melhor. A morte é tratada com respeito na maioria das sociedades, e no animê a morte é banalizada. Essa ideia também dialoga com a pena de morte que é instituída em vários países e que também causam grandes discussões sobre moralidade. Realmente a postura de Light se encaixa: “os fins justificam os meios”.
Angélica da Cruz Bernardo
Primeiramente, parabéns pela escolha do tema!O artigo aborda diversos assuntos interessantes, como filosofia e religião, como é o caso do budismo e do xintoísmo. Nesse sentido, de que forma vocês acham que os animês, como o Death Note, contribuem para a reflexão destes assuntos, considerando que nas escolas os alunos e alunas tem pouco contato com a cultura oriental?
ResponderExcluirGrata,
Anna Luiza Pereira
Boa tarde Anna Luiza,
Excluiros animes sempre estão eivados da cultura oriental, e a apresentação desses elementos via animação nos deixa em contato com essa cultura. O próprio anime e mangá são resultados dessa cultura. A inserção destes elementos além de enriquecerem sua narrativa e estética nos ajudam a propagar esses elementos e possibilitar sua reflexão.
Angélica da Cruz Bernardo.
Primeiramente, quero parabenizá-los pelo texto. Gostaria de saber se vocês já utilizaram a temática em alguma atividade na sala de aula, para nos relatar um pouco dessa experiência, se não, vocês pretendem?
ResponderExcluirGrato,
Wallysson Klebson de Medeiros Silva
Prezado Wallysson,
ExcluirObrigado pela mensagem! Já abordei a ética e a moralidade em Death Note na disciplina de filosofia, na universidade. O debate foi muito estimulante, e posso dizer que os alunos ficaram bastante interessados. Exibi o primeiro episódio em sala, e as discussões prévias permitiram que eles fizessem conexões interessantes com base nos temas filosóficos que o animê suscita.
Parabéns pelo trabalho e pela ótima analise sobre Death Note.
ResponderExcluirNo texto a palavra "mediação" surge como um aspecto fundamental quando se trata do encontro entre a cultura oriental e ocidental. Ao meu ver, a inserção da cultura ocidental nos animes acontece de maneira orgânica e harmoniosa, diferente das adaptações de algum material oriental.
Utilizando a adaptação da Netflix de Death Note, o que falta para as adaptações ocidentais alcancem público e sucesso financeiro? E principalmente sem desrespeitar o material original, mas ao mesmo tempo apresentar algo inédito.
José Loures
Boa noite José, agradeço a leitura do artigo e ficamos felizes por ter apreciado. Ainda não temos dados para sua pergunta. Obrigada.
ExcluirAngélica da Cruz Bernardo
Olá Angélica, Lúcio e demais colegas.
ResponderExcluirO trabalho de vocês está de parabéns. Sou o maior exemplo de que a cultura japonesa em relação as animações. Acompanho os mais variados mangás a muito tempo. Tenho trabalhado com os meus alunos do Ensino Fundamental a cultura oriental na perceptiva dos desenhos animados (mangás-animes). O tema de vocês Death Note é um dos que mais gera discussões, o que é certo e errado, podemos fazer o errado visando um bem maior? Acho que esse é o principal tema do Death Note, mas os elementos da cultura oriental vão acrescento a aprendizagem dos alunos e aqui vemos como é pouco trabalho o Oriente no Brasil, principalmente nas escolas.
Um bom exemplo é o mangá-anime Naruto e Naruto Shippuden, nos quais trabalham a cultura oriental por 17 anos.
Vocês acreditam que outros mangás podem ser trabalhos em escolas para discutir a cultura japonesa?
Abraço
Anderson da Silva Schmitt
Boa tarde Anderson,
Excluirprimeiro quero parabenizar sua iniciativa de levar o anime e o mangá para a sala de aula, e também por deixar seus alunos em contato com essa rica cultura, além do mais isso quebra o modo tradicional de ministrar aula. Outros mangás podem ser trabalhados sim, dependendo do tema de sua aula e também do conteúdo proveniente do mangá. Tanto o mangá e o anime devem ser trabalhados na sala de aula, uma vez que eles são resultados da cultura popular japonesa. Talvez seja mais atrativo trabalhar com eles, pois pode ser que já façam parte da realidade de alguns alunos, e também por apresentar sua característica lúdica.
Angélica da Cruz Bernardo
Bom dia! Gostaria inicialmente de parabenizá-los pelo excelente trabalho!! A análise está muito boa e organizada!
ResponderExcluirNão sei se vocês já analisaram ou assistiram, mas acredito que Mirai Nikki também seria um animê no qual seria possível encontrar várias referências às religiões. Caso vocês tenham feito/ou façam um dia, tenho muito interesse na leitura! Enfim, pelo animê Death Note abordar muitas religiões, vocês repararam se há passagens durante o animê que apresentem criticas a alguma religião específica? E outra dúvida, vocês poderiam, por gentileza, apontar mais alguns animês que possuem essa abordagem?
Rafaela Schuindt Santos
Boa tarde Rafaela,
Excluireu ainda não assisti ao anime Mirai Nikki, mas vou assisti-lo depois de seu comentário. Olha, eu não vejo as referências de religião no anime Death Note como crítica. Alguns animes que possuem resquícios religiosos: Hellsing, Ao no Exorcist, Another, Junketsu no Maria, Noragani, Chrno Crusade, Oseam, Haibane Remei, Saint Onii-San etc.
Angélica da Cruz Bernardo.
Parabéns pela abordagem, ótimo texto escrita muito boa, mais de onde veio sua ideia de escrever sobre o assunto?
ResponderExcluirGabriele menegildo francisco
Boa noite, Gabriele. Primeiramente, gostaria de agradecer o comentário! Fico feliz que tenha apreciado o artigo. No meu caso, especificamente, surgiu de um tópico especial sobre ética e moralidade ministrado por mim na disciplina de filosofia do curso de História da UEMG. Após algumas sessões teóricas, exibi o primeiro episódio de Death Note e fizemos um rico debate sobre as questões propostas.
ExcluirBoa tarde Gabriele,
Excluiragradeço por ter lido nosso artigo. Tudo começou quando Lúcio era meu professor de filosofia, e ao ministrar uma aula sobre ética e moral nos apresentou o anime Death Note. Eu já tive contato com outros animes, mas com Death Note foi a primeira vez e gostei muito da história dessa animação. E em algumas conversas com o Lúcio nós debatemos sobre a filosofia, temas religiosos e outros aspectos desse anime e então resolvemos trabalhar o anime como fonte de pesquisa.
Angélica da Cruz Bernardo
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirboa noite, ótimo texto, em sua opinião qual o impacto dos animes na cultura brasileira, ente os jovens, e os animes podem ajudar e levar as pessoas [ principalmente os jovens] a conhecer e estudar a historia oriental?
ResponderExcluirThiago Ramon Sobral Clarindo
Boa tarde Thiago,
Excluiros animes no Brasil fazem sucesso com um público de várias faixas etárias, há também um grande número de fãs de mangá. Muitos se interessam pela cultura japonesa após conhecerem os animes e mangás. Tanto o anime quanto o mangá já fazem parte, de certa forma, de nossa cultura também, há vários eventos realizados no Brasil de animações e mangás.
Angélica da Cruz Bernardo
Boa noite. Primeiramente, um ótimo artigo
ResponderExcluirComo a nossa área de atuação é a escola, qual a sua opinião caso houvesse a possibilidade de apresentar o animê aos alunos para debater justamente um dos temas centrais da história, a moral e a ética. Achas que seria possível abordar esse tema (dentre outros também citados) na sala de aula apresentando alguma parte dessa animação? O que vocês esperaria?
Brenda Hanna Chagas Peso
Boa tarde Brenda, é possível abordar esse tema sim. Como o tema principal do anime é moral e ética consegue-se realizar um exercício de reflexão e discernimento com os alunos, uma vez que o uso desse anime enriqueceria a aula de filosofia. Espera-se um debate proveitoso e com a interação de todos alunos, pois há várias situações que a própria história do anime propõem, e o anime é um material lúdico.
ExcluirAngélica da Cruz Bernardo
Olá,
ResponderExcluirInteressante texto. Como destacaram no início do ensaio, que iriam explanar o animê relacionando-o com questões filosóficas e as três religiões de maior predominância no Japão, minha pergunta então, se direciona para o aspecto budista no animê. O shinigami é um aspecto do animê, uma entidade presente tanto na religião budista e xintoísta, mas além do Deus da Morte, qual outra referência do budismo pode ser visualizada?
Pedro Antonio de Brito Neto
Boa tarde Antônio, por enquanto conseguimos fazer a relação dos bosatsu (seres iluminados) da religião budista com o nome de Light (Luz). Como a pesquisa ainda está em andamento tentaremos fazer mais ligações com o budismo japonês.
ExcluirAngélica da Cruz Bernardo
Boa noite! Quero, primeiramente, parabenizá-los pelo texto. Realmente foi muito interessante.
ResponderExcluirDeath Note realmente é um prato cheio para discussões sobre ética e moral, principalmente quando refletimos sobre questões como validade da pena de morte, a linha tênue entre "vingança" e "justiça", etc. Mas queria fazer uma consideração mais específica sobre o uso apontado do cristianismo.
Assisto animes a um bom tempo e tenho reparado que alguns se usam mais do que outros de elementos do ocidente: questões históricas, religiosas, lendas, etc. Confesso que foi apenas com a leitura do texto de vocês que cheguei a pensar que isso tivesse um intuito mercadológico de melhor adaptação a um público fora do Japão. Gostaria de lhes perguntar, então, se essa leitura de "conquista de mercado estrangeiro" pode ser uma chave interpretativa para as produções de anime e mangás em geral, como no caso de ambientarem a trama em algum lugar do Ocidente ou que remeta a ele?
Vinicius Fonseca Gomes
Boa noite Vinicius, o anime não somente se consolidou no Japão, mas há vários países que são adeptos dessas animações japonesas. Há mais chance de conquistar um maior número de adeptos fazendo ajustes para se adequarem ao público de outras nacionalidade. Quando há familiarização com o que se vê, pode ser mais atrativo.
ExcluirAngélica da Cruz Bernardo.
Primeiramente gostaria de parabeniza-los pelo artigo, que além de falar do título Death Note, também consegue explanar acerca do poder e importância que os animes tem para cultura japonesa. Originalmente o mangá Death Note, foi lançado em uma revista considerada Shonen, contudo teve uma grande aceitação pelo público adulto, tendo em vista, que foi magistralmente escrito e desenhado pela dupla Tsugumi Ohba e Takeshi Obata e após transformada em anime, contendo somente algumas diferenças pequenas com o mangá. Não pode-se negar que até hoje existe uma grande discussão de quem é o herói e o vilão do anime, pois "Light" mesmo sendo considerado o personagem principal, para conseguir chegar ao seu objetivo final, que é purificar o mundo através das mortes, gerando pavor a população e deste modo pararem de delinquir por terem medo de morrer e assim o transformando o deus do novo mundo. E o "L" que tem seu objetivo primordial em prender o Kira e assim realizar a justiça, mesmo que tenha que realizar algo que vai contra a convicção de certo e errado, ou seja, tanto "Light" e "L", para conseguir conquistar seus objetivos, praticaram algo que vai contra ética, moral e bons costumes, na opinião dos autores deste artigo existe certo ou errado, bem como, herói ou vilão neste anime?
ResponderExcluirWillian Augusto Lopes Sgrinholi
Boa noite Willian,
Excluirobrigada pela leitura do artigo. Vejo Light como um personagem anti-herói, serial killer, e sociopata. Tem atitude fria e calculista, e com sua indubitável inteligência tenta tirar proveito de todas situações, e na maioria dos acontecimentos do animê tudo sai como planejado. Já o personagem "L" não o vejo como herói, mas ele foi o primeiro a desvendar a verdadeira identidade do Kira, porém só não conseguiu para-lo. Apesar de também ter atitudes extremas em alguns casos, ainda é aceitável pois sua missão principal era tentar parar o Kira.
Angélica da Cruz Bernardo
Bom dia! Parabéns pela clareza e temática trabalhada no artigo. Não tenho conhecimento sobre animes, mas vi Death Note.De fato é um sucesso!Achei muito interessante pensar a relação do animê e o contato com outras culturas.Muitas questões que vocês trouxeram podem ser aprofundadas em outros trabalhos.Mais uma vez, parabéns!
ResponderExcluirBoa noite, Daise! Muito obrigado pelo comentário. Ficamos muito felizes que tenha apreciado o artigo. Certamente, as questões esboçadas serão aprofundadas em novos trabalhos. Daremos continuidade à pesquisa.
ExcluirObrigado! :)
Boa noite Daise, gostaria de agradecer por ter lido nosso artigo, e ficamos felizes por ter gostado. Obrigada.
ExcluirBom dia !
ResponderExcluirComo vocês citaram nas considerações finais, o anime é um importante propagador da cultura nipônica, tornando essa cultura presente e influente em vários países, tudo bem, também concordo. A pergunta é, como devemos fazer para tomarmos o caminho inverso, levar a cultura brasileira e do restante do globo pra dentro do Japão e transformar essa cultura num produto comercial japonês, pois vejo o Japão como um país extremamente fechado para novas culturas.
Vocês já imaginaram no Japão um anime ou um mangá do lampião e Maria bonita, Zumbi dos palmares ,Antonio conselheiro ... etc ?
Carlos Alessandro do Nascimento
7º período Licenciatura em História UFPI
Esperantina / Piauí
Boa noite, Carlos. Esta é uma pergunta complexa, mas creio que a resposta esteja na inserção do Japão no economia capitalista global. O Japão, à diferença do Brasil, talvez tenha sido o único país a romper efetivamente a hegemonia dos EUA na economia global do pós-guerra, constituindo uma indústria forte e consistente, propagadora do cinema, dos quadrinhos e das artes de maneira geral, que passaram a ser comercializadas em larga escala, para não dizer altamente influentes a partir dos anos 70/80. Isso não ocorreu no Brasil, por falta de investimentos públicos e privados no que concerne à cultura e às artes (um problema sempre recorrente por aqui). Mas isso certamente não impede que produtos culturais brasileiros cheguem ao Japão, principalmente através das novas mídias e da internet. Agora, se os produtos brasileiros chegam até lá e como chegam, infelizmente não posso responder, pois não tenho dados para isso. Espero ter respondido ao menos parcialmente à sua pergunta. Obrigado pelo comentário!
ExcluirOlá
ResponderExcluirGostaria de saber em que diretores os criadores do anime se basearam? Eram diretores japoneses de anime ou diretores do outras partes do mundo? Quais as técnicas narrativas mais utilizadas? A influência seria apenas de diretores de animes ou também de diretores de filmes com pessoas reais?
Thais da Silva Osga
Boa noite, Thais. Ainda não tenho dados para responder a sua pergunta, pois a pesquisa ainda segue em desenvolvimento. Certamente estas são questões relevantes que deverão ser resolvidas. Talvez minha orientanda Angélica já tenha alguma resposta nesse sentido. Esperemos a sua resposta.
ExcluirObrigado pelos questionamentos! Eles contribuirão muito com o andamento da pesquisa.
Boa noite Thais,
Excluiro autor da série Tsugumi Ohba sempre manteve que seu principal objetivo ao criar a série foi entretenimento e não o questionamento ético. Por hora é isso, mas levaremos suas questões para o projeto e com certeza irão enriquecê-lo.
Angélica da Cruz Bernardo
Olá. Primeiramente, parabéns pelo artigo!
ResponderExcluirO Animê Death Note aborda muito bem sobre problemáticas filosóficas e sociológicas. Pode-se comparar essa sociedade julgada ideal de Light pelo conceito do Tipo Ideal de Max Weber, onde estes ideais são construídos pelo sujeito e busca-se chegar mais próximo deles. Pode-se dizer que essa busca incessante por uma sociedade ideal formada pela justiça aplica-se em nossa sociedade atual?
Vanessa Sznicer
Olá Angélica e Lúcio. Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirEm 2009 assisti Death Note pela primeira vez e, desde então, tornei-me fã do anime.
Diante das adaptações que o anime já teve, lembro-me de duas; uma japonesa alguns anos atrás e a mais recente produzida pela Netflix, seria interessante que professores, ao refletir sobre cultura japonesa contemporânea com seus alunos, utilizassem de uma abordagem comparativa entre as obras? Inclusive, neste sentido, analisando esteticamente as diferenças nas representações culturais entre ocidente e oriente, haja vista que a adaptação da Netflix é amerericana
abraço
Boa noite Ítalo,
Excluirolha sua ideia é interessante, mas como professor você deve ter em mente que a toda adaptação não reproduz fielmente a obra original. Será uma nova representação à luz do ocidente, e que atende determinado público. A própria ocidentalização dos personagens nos deixa muito claro essa ideia, é a forma ocidentalizada de recontar Death Note, sua roupagem será essencialmente ocidental.
Angélica da Cruz Bernardo.
gostaria de entender melhor se esse sentido que o Light Yagami tem de aniquilar as pessoas encobre o que ele deixa a entender é o mal da sociedade, aja vista a perseguição a povos ou culturas diferentes ao longo dos tempos, se é possível associar com essa onda extremista atual que prega os mesmos ideais e consegue recrutar muitos jovens, principalmente com esse tipo de ideologia.
ResponderExcluirVictor Lima Corrêa.
Certamente sim, Victor. Essa é uma associação possível, e poderá ser abordada em uma ramificação da pesquisa. Light tem um grande poder nas mãos, e se utiliza deles para eliminar aqueles que a sociedade vê como abjetos. O mangá explora ainda melhor as consequências: por um lado, seus atos são alvo de forte oposição por parte da polícia; por outro lado, surge um culto global de seguidores do Kira, com contornos de fanatismo religioso, que defende piamente os seus métodos e acredita que ele seja o verdadeiro escolhido, o deus de um novo mundo, com a missão de trazer um reino de paz e justiça à Terra. Essas pessoas simplesmente ignoram o quão bárbaros são os métodos de seu messias, que não faz mais do que promover o extermínio em massa a partir de seus próprios julgamentos morais. Há quem defenda esse tipo de prática na atualidade, infelizmente, mesmo depois de todos os extermínios que a humanidade já vivenciou e promoveu.
ExcluirAtenciosamente,
Lúcio Reis Filho
Olá, Agélica e Lúcio. Boa noite.
ResponderExcluirAntes de mais nada, quero parabenizá-los pela escolha do tema. Sou amante de animês e mangás e sei do potencial deles para reflexões e questionamentos.
Quando assisti Shingeki no Kyojin tive uma leitura darwiniana da obra. Imaginei os pensamentos conflitantes da Mikasa como a de um ser que se vê integrado na Seleção Natural. A moral acaba se chocando com a natureza das coisas. A ideia de justiça e sobrevivência parecem colidir. Existe possibilidade de se pensar em justiça em um mundo como aquele? Qual a perspectiva de vocês?
Renan Lourenço da Fonseca
Boa noite Renan, há uma parte desse anime que deve ser rememorada com seu questionamento: no episódio 8, apoiado por um senso de justiça o personagem Eren Jaeger, quando ainda era criança, salva Mikasa de 2 sequestradores matando-os a facadas, e o último sequestrador foi morto depois pela própria Mikasa. Apesar de ameaça principal à vida humana ser os Titãs, a série ainda nos mostra outros caminhos que devem ser debatidos a luz da justiça. Espero ter conseguido responder sua pergunta.
ExcluirAngélica da Cruz Bernardo.
Só queria te parabenizar pelo trabalho. Eu sou muito fã do anime, eu já tinha percebido alguns traços da religião cristã, e com o artigo pude aprender ainda mais.
ResponderExcluirNatália Cristiane Oliveira dos Santos
Boa noite Natália,
Excluirobrigada pela leitura do artigo e ficamos felizes por ter gostado. Obrigada.
Devido ao grande sucesso do animê no Brasil, seria possível ensinar sobre a cultura japonesa nas escolas através dele ou estamos restringidos apenas aos aspectos filosóficos que os animês e mangás apresentam?
ResponderExcluirAbraços e parabéns pelo artigo.
Vinícius Carvalho
Boa noite Vinícius, agradeço a leitura do artigo.Ensinar a cultura japonesa através de animê é uma ótima empreitada, visto que a animação além de ser uma ferramenta lúdica, nos ajuda a quebrar a educação bancária presentes na escolas. O próprio animê já é um produto da cultura pop. japonesa. É necessário fazer uma seleção do animê/mangá para poder relaciona-lo com conteúdo que será abordado dentro da sala de aula. É fulcral também programar o tempo certo já que o maior problema em trabalhar com audio-visual é o tempo. Outra ferramenta que pode ser utilizada durante a exibição do animê são fichas para direcionar o ensino e para que os alunos não fiquem perdidos.
ResponderExcluirAngélica da Cruz Bernardo.
Primeiramente boa noite, gostaria de deixa claro que senti enorme prazer em ler o seu artigo, ao meu ver, o anime mostra o desejo comum que existe em todos os membros de uma sociedade, a vontade de tornar um mundo “MELHOR”, isso fica evidente a cada episodio do inicio ao fim do Anime e do manga. Mais a minha indagação é referente a sua colocação sobre o “L” ser mesmo (traído ) pelo personagem Kira /Ligth ? Pois a intenção de Kira/ Ligth sempre foi de matar o detetive ‘L” pois o mesmo sempre se opôs aos ideais de Kira/ Ligth.
ResponderExcluirParabéns pelo artigo. Ficou show de bola!
Cleverton Andrei Roza