EXPOSIÇÃO DO MUNDO PORTUGUÊS E DIVULGAÇÃO DA ARTE CHINESA
Caroline Pires Ting
佛(fó) 朗(lǎng) 机(jī) fora o nome dado a Portugal, a primeira nação europeia a chegar à China, por via marítima. Como parte integrante do mundo colonial deste país, Macau integrava um complexo sistema que articulava territórios na Índia, na Indonésia, em vários pontos da África, além da América. Se as trocas culturais e as influências artísticas mútuas entre as colônias lusas, as quais certamente existiram, ainda estão por merecer estudos mais aprofundados, é fato que não foi empenho da Coroa portuguesa a divulgação de notícias, fosse em forma de textos ou de imagens, dos povos e das terras sob sua soberania. Segundo Valeria Piccoli, “as informações eram tratadas como segredo de Estado e tinham alcance restrito, circulando preferencialmente como manuscritos, na forma de relatos ou peças cartográficas” (in BARCINSKI, 2015, p. 63). Essa política é refletida numa escassez de estudos sobre as artes coloniais ultramarinas de Portugal, de modo geral.
Até meados do século XIX, havia uma abundante documentação burocrática, mas escassa em termos de entendimento cultural da civilização chinesa. A obra Historical Sketch of the Portuguese Settlements in China (Publisher Boston, J. Munroe & co.), publicada em 1836 por Anders Ljungstedt (1759-1835), atendia às necessidades dos colonialistas ocidentais do século XIX, que pretendiam conhecê-la melhor com o objetivo de expandir a sua presença naquele território. Seriam poucos os intelectuais que buscariam estudá-la em caracteres mais amplos, sobretudo culturais. Assim, nosso estudo trata da participação efetiva de um acadêmico lusófono que se dedicou a superar a incompreensão do Leste Asiático: o macaense José Vicente Jorge exerceu notável trabalho, sobretudo, em prol da divulgação da cultura do País do Meio.
Em seu prólogo, J. V. Jorge explica os motivos que o levaram a redigir sua obra Notas sobre a arte chinesa: o autor se considera imbuído do dever de "facultar a compreensão do belo" (JORGE, 1995, p.28). Tarefa essa, a seu ver, “é de todo aquele que cuida dos assuntos de arte”. Jorge critica a persistência da dificuldade lusitana em entender e interessar-se, de modo amplo, pela produção artística colonial: "a causa do desinteresse é geralmente a falta do conhecimento", escreve o autor (Ibid., p.28). Segundo o colecionador de arte e escritor, passara-se o tempo em que os portugueses fizeram de Macau “um centro de exportação das belezas da China”, movidos pela expansão comercial ou pela apreciação do novo e do exótico, das identificações curiosas e singulares. J. V. Jorge afirma que tal procedimento teria marcado uma época e que, se tal interesse fora reduzido em Portugal, ocorrera de maneira diferente nas demais nações europeias, onde as artes locais, em suas diversas manifestações, sofreram influências do contato com o Oriente:
“O Oriente, como é sabido, foi sempre uma fonte de inspiração inesgotável e a Europa, por vezes, quando cansada de motivos demasiadamente explorados, encontra nestas regiões distantes uma razão de ser diferente e estranha e recebe sofregamente o que de exótico e belo lhe emprestam as artes primitivas. Assim vamos encontrar, em muitas épocas e em muitas escolas, a bem acentuada influência das artes orientais, na música, na pintura, na escultura, na dança, no teatro, na cerâmica, etc., etc”. (JORGE, 1995, p.28)
É importante conhecer mais a respeito do pano de fundo que se presta aos assuntos coloniais que se articula à estruturação de uma cultura visual, a qual deveria conservar “o sentimento nacional da arte”, como enunciado por Jorge. O livro Notas sobre a arte chinesa se inscreve cronologicamente na promoção das manifestações e produções artísticas coloniais da Exposição do Mundo Português de 1940, durante o regime político do Estado Novo, que vigorou em Portugal durante 41 anos sem interrupção, desde a aprovação da Constituição de 1933 até ao seu derrube pela Revolução de 25 de Abril de 1974.
Nas palavras do autor: “Uma das obras interessantes do Estado Novo tem sido promover as manifestações artísticas e literárias de assuntos coloniais. Lembrando-me de que Macau é uma colónia portuguesa, há cerca de 400 anos, e de que não tem características próprias, mas sim aquelas que lhe vêm da civilização chinesa, julgo-me na obrigação de concorrer com os meus modestos conhecimentos das artes chinesas para despertar o interesse adormecido” (Ibid., p.29).
Macau teve presença marcante na exposição: foi recriada em Lisboa uma rua movimentada típica da cidade portuguesa na China". A entrada para a mesma ainda pode ser apreciada no local onde fora construída:
Fonte da imagem: http://antoniodeoliveirasalazar.blogspot.com.br/2015/12/guia-oficial-para-exposicao-do-mundo.html
Salazar desejava uma “grande exposição histórica” que exemplificasse a “ação civilizatória” e traçava “cada passo e vestígio” de Portugal pelo Globo. Ele propôs ainda a reprodução da “arquitetura característica de cada uma das 21 províncias portuguesas” com seus habitantes em vestimentas típicas. (Diário de Notícias, 27 de março de 1938, in DE MATOS; AYTON, 2013. p. 198).
Fonte da imagem: http://macauantigo.blogspot.com.br/2013/07/exposicao-do-mundo-portugues-1940-fotos.html. Descrição: "Recordação: fotografia tirada na Exposição do Mundo Português na Rua de Macau com trajos chineses (...) 26 de Julho de 1940" - o estúdio fotográfico (que fez a revelação) ficava no nº 29 da Rua da Felicidade.
A Exposição do Mundo Português, realizada em Lisboa entre junho e dezembro de 1940, foi, além do primeiro grande evento cultural da ditadura do Estado Novo, o cume de sua propaganda "nacionalista-imperialista". A exposição tinha o duplo objetivo de comemorar a fundação da nação portuguesa (em 1140) e sua independência da Espanha (em 1640), tornando-se um veículo para a difusão e a legitimação da ideologia e dos valores da ditadura em que a ideia de nação foi (re)construída através de imagens, mitos e símbolos. A exemplo, a imagem abaixo apresenta a capa do livro sobre a Secção Colonial com uma das telas de Fausto Sampaio, escolhida para figurar na Exposição do Mundo Português, em Lisboa, em 1940, mesmo ano de publicação da obra de J. V. Jorge, com quem o pintor estabelecera relações amistosas.
Exposição do Mundo Português: Secção Colonial, 1940, Lisboa. Precisamente 91 obras de arte de Sampaio foram ali expostas.
Fonte da imagem: http://wolfsonian.fiu.edu/explore/collections/exposi%C3%A7%C3%A3o-do-mundo-portugues-sec%C3%A7%C3%A3o-colonial-1940-lisboa-exposition-portuguese-w. José Vicente Jorge estabeleceu relações amistosas com o pintor português Fausto Sampaio durante o ano de 1936, em que este residiu em Macau e lá estabeleceu um ateliê.
Devemos enfatizar que, ao contrário do que se poderia pensar, a obra de Jorge não estava enraizada em uma pesquisa puramente antropológica ou etnográfica. Ao juntar uma grande variedade de abordagens e referências, provenientes tanto de autores europeus quanto asiáticos, ele introduziu em seu livro inúmeras questões sobre a produção e a circulação dos objetos de arte chinesa elevando o status da estética chinesa. Sua análise acadêmica desta cultura, testemunhada por meio de seus ensaios e comentários, não se prende à compreensão do orientalismo sob o viés do exotismo. Ainda parcamente estudada, sua obra é merecedora de maior atenção nos domínios da história da arte e da sinologia lusófona.
Referências
Caroline Ting é Pesquisadora-Jr. do Real Gabinete Português de Leitura ̸ Instituto Internacional de Macau; Doutoranda em História e Crítica da Arte – UERJ. Mail: carolting18@hotmail.com.
Meus sinceros votos de agradecimentos a meus valiosos orientadores:
- André Bueno, Prof. Dr. de Antiguidade Oriental – UERJ;
- Vera Siqueira, Profa. Dra. de História da Arte – UERJ.
BARCINSKI, Fabiana Werneck (org.). Sobre a arte brasileira da pré-história aos anos 1960. São Paulo, Sesc São Paulo : Editora WMF Martins Fontes, 2015.
JORGE, José Vicente. Notas sobre a arte chinesa; Introdução de Pedro barreiros. - 2. Ed. rev. e aum. il. Macau : Instituto Cultural de Macau, 1995.
LJUNGSTEDT, Anders. Historical Sketch of the Portuguese Settlements in China. Publisher Boston, J. Munroe & co., 1836.
DE MATOS, Patrícia Ferraz; AYTON, Mark. The Colours of the Empire. Racialized Representations during Portuguese Colonialism. New York ; Oxford Berghahn cop. 2013.
佛郎機不僅是史書對葡萄牙的舊稱,其實更有趣的是,佛郎機本來是指出一種西文火炮,因嘉靖時期由葡萄牙傳入中國,故將葡萄牙稱之為佛郎機。您可以參考明代廖希顏著《三關志》所載《武備考》一章,詳細記錄了嘉靖二十四年以來,所謂新造武器,包括各種類型的佛郎機(明嘉靖二十四年刻本)。《大明會典》、萬曆時期焦竑著《國朝獻徵錄》等重要的史料亦皆有記載。至於José Vicente Jorge對中國藝術的討論,本人認為,您不妨進一步討論以下兩個課題:(一)Jorge所使用的美學範疇和藝術史觀念反映了什麼樣的理論脈絡?(二)Jorge有關中國藝術的學說是否基於文獻學、歷史學等方面的研究方法?
ResponderExcluir谢谢你的建议.
Excluir谢谢你的建议.
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirEm primeiro lugar, gostaria de saudar o debate de elevado teor. Entrementes, não domino a língua china, e gostaria de ter acesso ao que foi debatido.
Em segundo lugar, gostava de saber se em suas considerações sobre a obra em questão, existiu a perspectiva de os portugueses terem influenciado os olhares de outros europeus, graças a suas ininterruptas atividades em Macau.
Saudações cordiais,
ass, António da Silva Barrento
Bom dia Antônio,
ExcluirObrigada pelas palavras tão gentis e pela interessante pergunta.
Primeiramente, pedirei ao Bony que gentilmente refaça sua questão (na realidade foram comentários e sugestões) em português, para que possamos todos compartilhar do debate.
Em segundo lugar, no campo da história da arte, que é a secção da história que investigo, houve imensa influência das pesquisas já realizadas pelas demais potências europeias (França e Inglaterra especialmente), de modo que, na realidade, Portugal estivera atrasado no campo da sinologia. Jorge, autor da primeira obra sobre arte chinesa, foi muito influenciado por pesquisadores estrangeiros, como ele mesmo afirma em seu livro.
佛郎機不僅是史書對葡萄牙的舊稱,其實更有趣的是,佛郎機本來是指出一種西文火炮,因嘉靖時期由葡萄牙傳入中國,故將葡萄牙稱之為佛郎機。您可以參考明代廖希顏著《三關志》所載《武備考》一章,詳細記錄了嘉靖二十四年以來,所謂新造武器,包括各種類型的佛郎機(明嘉靖二十四年刻本)。《大明會典》、萬曆時期焦竑著《國朝獻徵錄》等重要的史料亦皆有記載。至於José Vicente Jorge對中國藝術的討論,本人認為,您不妨進一步討論以下兩個課題:(一)Jorge所使用的美學範疇和藝術史觀念反映了什麼樣的理論脈絡?(二)Jorge有關中國藝術的學說是否基於文獻學、歷史學等方面的研究方法?Traduzindo para os colegas: “Folangji não é apenas a nomenclatura antiga para Portugal em livros de história, na verdade, mais interessante é que originalmente Folangji indica um tipo de canhão, importado para a China por Portugal durante o período Jiajing, razão pela qual Portugal foi chamada por Folangji. Você pode consultar o capítulo Wubeikao, no Sanguanzhi, obra de Liao Xiyan, que registra detalhadamente as assim chamadas novas armas, oriundas desde Jiajing 24, incluindo vários tipos de Folangji (edição de Jiajing 24). Importantes documentos históricos como o Daming huidian, o Guochao xianzheng lu, obra esta compilada por Jiao Hong do período Wanli, etc. todos apresentam registros (sobre o tema). No que tange à discussão de José Vincente Jorge sobre arte chinesa, eu acredito que você poderia discutir de modo mais aprofundado duas questões: (1) os conceitos estéticos e as ideias sobre história da arte adotados por Jorge refletiriam que tipo de genealogia teórica?(2) A teoria de Jorge sobre a arte chinesa se apoia ou não em metodologias tais como filologia, historiografia etc?”Adicionando: como você deve saber melhor do que eu, há uma longa tradição chinesa de escritos sobre teoria e história da arte, cujas edições ainda aguardam pesquisa séria, já que as pesquisas recentes focam apenas no conteúdo dos textos, não na história de sua publicação.Não seria interessante discutir mais como Jorge possivelmente via tal tradição, que edições ele viu (se é que ele viu ou era capaz de ler)?
ExcluirMuito obrigada pelos comentários e interessantes sugestões, Bony! =)
ExcluirBoa tarde. Muito interessante o teu texto. Acredito que essa aproximação ainda está bastante presente hoje em Portugal, com uma série de exposições e atividades artísticas que visam aproximar as duas culturas. Igualmente, a barreira linguística tem sido diminuída (mas continua grande) dado o aumento no número de estudantes aprendendo Mandarim. A minha pergunta é: considera que tem também a ver com uma falta de valorização da arte chinesa a ausência de estudos mais aprofundados? Assim como na exportação da filosofia chinesa para o ocidente, há e havia pensadores que consideravam que não se podia falar em uma "filosofia" chinesa. Obrigada.
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ExcluirBoa tarde Daniele
ExcluirConcordo com vossas considerações acima acerca da aproximação que se faz ainda presente em Portugal, bem quanto à falta de desvalorização da arte chinesa, a ausência de estudos aprofundados. Os programas de história da arte são ainda bastante eurocêntricos. Fala-se a respeito da arte oriental de maneira bastante superficial, ao tratar de movimentos modernos, como o Impressionismo e, depois, na arte contemporânea, com o Concretismo e o Neo-concretismo – ressaltando-se a influência que tais correntes receberam do japonismo.
Finalmente, aproveito para parabeniza-la por vosso artigo, tão interessante, acerca da Revolução Cultura. Minha família experienciou as transformações dessa época na China.
Bom dia Carolina,
ExcluirMuito obrigada pela sua resposta. Gostaria muito de poder trocar algumas impressões contigo. Enviarei um e-mail.
Relatos do primeiro-ministro, António Costa, sobre Macau: "importância de Macau é enorme para Portugal" e que se deve à região e à comunidade portuguesa que aí vive o relacionamento político "excecional" com a China. Como ainda hoje os "negócios da China" ainda influem nos países da Europa?
ResponderExcluirAlexandre Lacerda Caiafa Soares
Boa noite. Obrigada pelo texto, muito interessante. Minha questão é a seguinte: se os portugueses não queriam divulgar informações sobre a China, como eles lidavam com o fato de que os jesuítas que se estabeleceram no continente (e não na península de Macau) supriram largamente a Europa de informações bastante detalhadas sobre o Império? Meu tema de pesquisa é justamente os jesuítas que entraram no continente, muitos deles indo até Beijing e se tornando figuras importantes na própria corte. Não apenas Ricci e outros mais conhecidos, mas também os que fizeram parte da chamada missão francesa e que se subordinavam ao monarca francês e não ao Padroado. Como Portugal via, então, estes missionários, que além de relatos enviavam para a Europa muitas cartas detalhadas sobre a sociedade chinesa? Obrigada.
ResponderExcluirEmbora os portugueses tenham sido os primeiros visitantes regulares da China na era moderna, iniciando os primórdios da sinologia, sua produção neste campo de saber foi inconstante. De fato sua entrada coincide, em termos cronológicos, com a última fase da dinastia Ming 明朝 ̸ 大明国, a qual se estendeu de 1368 a 1644. Nessa mesma época, na Europa, acontecia o movimento artístico Barroco, em resposta à Reforma Protestante. Em reação ao movimento reformista cristão, a ordem jesuíta – fundada em 1534 – tinha por missão o serviço em missões estrangeiras e a conversão das populações nativas, expandindo a influência da Igreja Romana no Exterior.
ExcluirMuito obrigada por sua resposta. Minha pergunta foi justamente no sentido de que os europeus estavam bem informados sobre a China com as famosas "Lettres édifiantes", que foram bem divulgadas e também pela obra excepcional de de Athanasius Kircher, toda ela baseada em informações dadas pelos jesuítas. Posso concluir, então, pela sua resposta, que em Portugal não havia a mesma divulgação destes textos que no resto da Europa onde eles eram bem conhecidos e difundidos? (Há vários anos estudo a participação dos jesuítas justamente na formação do imaginário europeu sobre a China.) Mais uma vez, obrigada.
ExcluirOi profa Carmen. Uma personalidade que exerceu um papel fundamental na divulgação da história em Macau foi o padre jesuíta Manuel Teixeira. Porém, eu não saberia falar sobre as obras em particular que você menciona, já que meus humildes conhecimentos se restringem ao colecionismo de arte. O Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro é fonte de muitas obras interessantes do Padre Teixeira. Agradeço suas interessantes questões, que me animam a estudar mais sobre o tema. :)
ExcluirBoa noite! Parabéns pelo texto. Quando você afirma que"Sua análise acadêmica desta cultura, testemunhada por meio de seus ensaios e comentários, não se prende à compreensão do orientalismo sob o viés do exotismo.", tende-se a compreender que o texto enaltece a cultura chinesa. Como você percebe essa relação do autor com o "outro" apesar das diferenças culturais? Será que de fato Jorge conseguiu retratar a cultura chinesa sem se submeter ao viés do exotismo? (Gostaria de ter acesso a obra se possível. Não encontrei e tenho interesse na leitura). Obrigada pela atenção.
ResponderExcluirCléia Tenório Vieira
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirBoa tarde Cléia,
ExcluirObrigada. Ao elaborar suas Notas sôbre a arte chinesa, o autor afirma acreditar na “necessidade de se despertar o interesse adormecido dos lusitanos perante a arte da civilização chinesa”. O Real Gabinete Português de Leitura no Rio de Janeiro possui um exemplar do livro. Vale a pena visitar esta linda biblioteca =)
Caroline Pires Ting: eu também me interessei pela obra de Jorge. Como não posso visitar o Real Gabinete Português de Leitura eu pergunto: onde posso ler mais sobre esta obra, seja através de comentadores literários ou estudos acadêmicos que tenham se dedicado às Notas sobre a arte chinesa?
ExcluirNilza Cantoni
Oi Nilza, as publicações da Revista Macau são uma boa fonte: http://www.revistamacau.com/2011/06/05/falando-de-jose-vicente-jorge-1872-1948/
ExcluirBom dia! Muito interessante seu texto. Dessa forma fica claro que os portugueses difundiram a arte chinesa no Ocidente, certo?
ResponderExcluirBom dia Benedito! Obrigada pela pergunta. Jorge teve uma atitude pioneira ao divulgar a arte chinesa ao mundo lusófono. No entanto, se pensarmos em Ocidente como todo, os Portugueses tiveram um atraso em relação às demais potências europeias nesse trabalho de divulgação da cultura chinesa.
ExcluirOlå,Caroline.parabéns pelo artigo.Não sei se é por aí. Mas vejo qe seu texto faz refletir sobre e dar visibilidade à arte chinesa em tempos de expansão marítima.Haja vista,Portugal ter tido condições de navegar graças aos seus inventos ou boa parte da China?Portanto,grata pelo presente texto reflexivo.
ExcluirOlá, adorei seu texto, até porque morei em Portugal em 2008 e vi muito ainda da relação de cultura e pesquisa que naquele momento - mesmo com a crise econômica evidenciada - continuavam promovendo o diálogo de pesquisa sobre temas da China. Sob esse aspecto, você acredita que essa "cordialidade de trocas mútuas" demonstra um olhar igualitário e não-dominador? As exposições das quais você trata servem como recursos pedagógicos que auxiliam muito mais ao debate mais amplo ou à uma hierarquização das relações ocidente-oriente? Belíssimo texto.
ResponderExcluirJanaina Cardoso de Mello - Professora Adjunta do Departamento de História da UFS.
Oi Janaína,
ExcluirDe fato, o regime do Estado Novo recebeu com entusiasmo o Lusotropicalismo, um conceito multi-racial, com o argumento de que o colonialismo português era fundamentalmente distinto de outras experiências europeias. (José C. Almeida, Celebrar Portugal. A Nação, a Comemorações Públicas e as Políticas de Identidade, Lisboa, Instituto Piaget (Lisbon 2005, p. 238.)
Obrigada pelas palavras tão gentis =)
ExcluirQual a importância de se estudar a arte chinesa na sala de aula?
ResponderExcluirDaiany Francielly de Barros Rodrigues
Oi Daiany! Estudar a pintura chinesa nos leva a entender a história da própria escrita (e caligrafia), já que essas artes estão interligadas. Estudar a arte chinesa também nos leva a procurar entender conceitos fundamentais da cosmologia. Infelizmente, nossos programas de história da arte no Brasil são bastante eurocêntricos, deixando dois terços do mundo de fora de suas investigações.
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