Flávio Moisés Soares

ENTRE COLÔNIA, GUERRA INTERNA E DIVISÃO DO PAÍS: UM BREVE PANORAMA HISTÓRICO DA CORÉIA NO SECULO XX
Flávio Moisés Soares

A Coréia do Norte na mídia internacional sempre relacionada a ameaças de mísseis, conflitos com outras nações e o governo guiado a mão de ferro pelo líder Kim Jon-il; enquanto a Coréia do Sul, lida com as consequências de um impeachment de sua presidente envolvida em escândalos de corrupção. O intuito deste artigo é mostrar como uma, antes unificada, península se separou em dois regimes político-econômicos tão diferentes entre si.

Em resumo a história coreana do século passado é o período sobre domínio japonês, seguido pela Guerra da Coréia e finalizado com reestruturação e ascensão.

Início do século XX
Por uma posição estratégica, a península coreana sempre foi desejada pelas potencias asiáticas (China, Japão e Rússia). Sendo território sobre forte influência, cultural (confucionismo), religiosa (budismo), econômica e politicamente chinesa durante boa parte de sua história (MONTEIRO, 2014, p. 14); as diversas invasões japonesas à península coreana durante a história, causaram dificuldades para os nipônicos estabelecerem relações com seu vizinho mais próximo, por fim em 1876 um trato conseguiu ser firmado (YAMASHIRO, 1986, p.231).

O Japão foi controlado por muito tempo pelos Shogunatos, sistemas de governo assemelhados aos feudos da Idade Média Ocidental, até que em 1853 uma esquadra norte americana, forçou a abertura dos portos, depois de tentativas recusadas da Rússia e Holanda para tal fato, e uma coleção de eventos levou ao final do período Shogun e início do período Meiji. As mudanças político-sociais instauradas, pelo príncipe Mutsuhito, com intuito de modernizar o país nipônico levou a mudanças drásticas na vida da população; ocorreram uma reforma agrária, a criação do Iene, do Banco do Japão, o surgimento dos zaibatsus – empresas viriam a ser grandes conglomerados industriais e financeiros (como a Mitsubishi, Mitsui, entre outros) que eram clãs familiares durante o período anterior, criação do cargo de dajo-daijin (equivalente ao primeiro-ministro) (YAMASHIRO, 1986, p.212-4) . A modernização chegou, como era de se esperar, aos militares que modernização o exército japonês, assim aposentando, de fato, os samurais e as katanas (espadas samurais, símbolos de seu status na sociedade feudal).

Durante o período de 1894 e 1895 a Primeira Guerra Sino-japonesa, que ocorre na Coréia, se desenrola, coreanos se dividiam em apoiadores da cooperação com o Japão e xenófobos (como diz Yamashiro, 1986), as tensões entre os primeiros, logicamente, apoiados pelo Império do Sol Nascente e os segundos apoiados pelo Império Celeste (China) levaram ao conflito armado. A vitória foi dos japoneses, que deixaram a Coréia independente da influência chinesa, anexaram territórios e abriram rios chineses para o comercio estrangeiro. Ainda segundo Yamashiro (1986) o mundo todo foi pego de surpresa por essa vitória. “Em 1987, o Rei Gojong pressionado pelas forças externas e pela opinião pública coreana pró-Independência, fundou o Grande Império Coreano, anunciando o fim dos laços políticos como um Estado Tributário da Dinastia Qing” (MONTEIRO, 2014, p. 14-15) marcando assim o final da influência direta chinesa na política coreana de maneira direta, entretanto o governo socialista chinês vai ser um grande influenciador e aliado para a formação da Coréia do Norte.

Conflitos de interesses entres súditos dos czares e aqueles que serviam ao Imperador Meiji levaram a Guerra Russo-japonesa, de 1904 a 1905, pelo controle da Coréia e da Manchúria. O império dos Czares teve que lidar com crises sociais internas, frota naval velha e desatualizada, enquanto os japoneses contavam com uma frota mais poderosa e moderna, embora com navios menores que seus inimigos. Como resultado final o Império do Sol Nascente venceu essa guerra, mostrando seu poderio de potência. A Rússia ficou desprestigiada perante o globo.  “O Japão, por sua vez, firmou um tratado com a Coréia e, depois de novas negociações, resolveu anexar a península, com o consentimento do seu governo (1910) ” (YAMASHIRO, 1964, p. 163), era a firmação do império nipônico no continente.

Período de colônia
O período como colônia é contrastante para o povo coreano, por um lado os colonizadores investiram na construção de indústrias (principalmente no norte da península), estradas, portos e ferrovias; por outro lado, o governo foi extremamente autoritário e violento com a oposição e impunha políticas para a niponização dos coreanos (como a obrigatoriedade de uso de nomes japoneses e o ensino da língua dos conquistadores). Visentini et al (2015) nos dizem que as políticas aplicadas criaram uma discriminação racial que colocava os coreanos como cidadãos de segunda classe em seu próprio país (pág. 33). A metrópole estabeleceu uma divisão de trabalhos, ao norte por sua geografia e recursos geográficos foi concentrado a para a indústria pesada e atividades de mineração, ao sul, pelos mesmos motivos, foi responsável pela produção de alimentos, têxteis e outros bens de consumo (Visentini et al, 2015; Monteiro, 2014). A construção de uma rede de ferrovias e rodoviárias e rotas marítimas acabam com o problema de isolamento dentro da península.

Alguns grupos apoiavam os japoneses e as suas decisões, entre uma delas a de enviar coreanos para trabalhar como escravos em outras colônias ou no Japão (MONTEIRO, 2014, p. 15). Em Gen: Pés descalços – Hadashi no Gen (はだしのゲン) no original – de Keiji Nakazawa (2002), um dos personagens sobreviventes a bomba atômica é um coreano de nome Pak, ele é ridicularizado pelos nativos da cidade e até mesmo o protagonista se nega a ser visto com ele pela cidade antes dos eventos trágicos que colocaram Hiroshima na história mundial, mas depois da explosão da bomba o coreano ajuda Gen e outros sobreviventes. Essas memórias de Nakazawa nos mostram a extradição de coreanos para o território insular japonês para fazer trabalhos braçais e as relações que colocavam os coreanos como humanos de segunda categoria aos olhos da população japonesa. É desse período que muitas mulheres serão usadas como mulheres de conforto para os soldados japoneses, em outras palavras, eram moças e mulheres retiradas de suas cidades – por maneiras coercitivas, enganadas com propostas de emprego ou raptadas (OKAMOTO, 2013, p. 94-95) – para serem usadas de alivio sexual para os soldados da metrópole nos lugares onde se instalavam; situação delicada que gera desconforto entre as nações até os dias atuais (BBC BRASIL, 2015; FELDEN, 2013)

Entre as revoltas da população - por vezes com inspiração estadunidense por outras com chinesa, mas ambos com forte espírito nacionalista visando à expulsão do invasor - existiam grupos que apoiavam o colonialismo imposto ao povo coreano.

Guerra da Coréia
Com a derrota dos japoneses foi devolvida a independência à Coréia; como segundo país mais industrializado da Ásia na época (a antiga metrópole era o primeiro), mas com uma moral nacional abalada e fisicamente marcada. O contexto global era de um mundo pós-guerras com tensões políticas em alta e acordos diplomáticos delicados sendo estabelecidos. O mundo estava sendo divido em duas ideologias: o capitalismo e o comunismo (tendo como seus maiores entusiastas os Estados Unidos da América e a URSS, respectivamente); em outras palavras era o início da Guerra Fria. A população estava assombrada pelo fantasma atômico, representado pelo medo das potencias usarem armas nucleares em conflitos próximos ou para mostrar superioridade - durante a Guerra das Coréias se cogitou, pelo lado estadunidense, usar tais armas, porém, felizmente, essa ideia foi logo abandonada.

Como nos é dito por Visentini et al (2015), aquilo que viria a ser a Coréia do Norte já estava com bases solidas do que viria a ser o socialismo Zuche – proposta de socialismo auto suficiente, representada por uma política de autopreservação que não pretende ser imposta a outras nações, embora tenha cooperação com vários estados em desenvolvimento (VISENTINI et al, 2015, p. 24) – , Kim Il Sung (avô do atual presidente da Coréia do Norte, Kim Jong-um) e vários membros do futuro Partido dos Trabalhadores já haviam estabelecidos contatos e apresentado as ideias socialistas, principalmente vindas da China, a incontável número pessoas, principalmente no norte da península.

De 1945 a 1949 a península coreana foi dividida entre os russos e os estadunidenses, por acordos diplomáticos decididos anteriormente, é de importância dizer que a nação não foi consultada sobre as diversas decisões tomadas pelos novos invasores, o que resultou em uma desaprovação do povo que fez protestos pedindo autonomia, alguns grupos pegaram em armas para tal. Com a marca de divisão feita no Paralelo 38, o norte ficou sobre a influência da URSS e o Sul sobre a influência dos EUA, obviamente cada um dos ocupadores adotaram políticas para que a população ficasse de acordo com sua visão econômica-política (socialismo e capitalismo, respectivamente). Era esperado um processo para reunificação da Coréia, mas a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas não permitiu que as Nações Unidas acompanhassem o processo para eleições únicas, em 10 de maio de 1948 a República da Coréia (Coréia do Sul) convocou eleições para presidente, com a vitória de Syngman Rhee, processo que a URSS também foi contra, em 25 de agosto do mesmo ano a República Popular Democrática da Coréia (Coréia do Norte) convocou suas eleições presidenciais, com a vitória de Kim Il Sung.

Como ambos os presidentes eleitos queriam unificar o país segundo sua ideologia, houve conflitos e perseguições tanto no Norte como no Sul, e a região do Paralelo 38, se tornou uma área de conflitos armados. No final de 1948 e início de 1949 os ocupadores retiraram seus exércitos da península, deixando um sul sem armas e treinamento e um norte com treinamento de guerrilha – Os nortes coreanos durante o período de ocupação nipônica tiveram muito apoio da China e da URSS para enfrentar os colonizadores, esse apoio vinha como armas, treinamento em táticas de guerrilha, abrigo e esconderijo para foragidos (VISENTINI et al, 2015; FERREIRA, SENHORA, 2013) e armas soviéticas. No ano seguinte surgem os primeiros conflitos da Guerra das Coréias.

Pequenos conflitos na região da fronteira já haviam acontecido, mas nada que deflagrasse uma guerra. O exército do Norte, com grande apoio chinês foi o primeiro a se mover em manobras de guerra, em cerca de três dias depois Seul foi tomada em 1950. A invasão orquestrada pelo Norte chamou a atenção dos Estados Unidos para o conflito que se formara e o receio do avanço do comunismo fez com que interviessem em favor do sul. Conflitos e grandes batalhas se seguiram no correr do ano, o apoio norte americano fez com que o Sul recuperasse boa parte do seu território e conquistasse Seul (em 25 de setembro de 1950). As vitorias nos avanços do Sul levou até a região da fronteira – e General Douglas MacArthur recebeu a autorização do presidente Truman para seguir além do Paralelo 38, enquanto a China fez um aviso dizendo que se o exército americano ultrapassasse a fronteira iria intervir diretamente.

As forças chinesas foram mobilizadas por Mao Tsé Tung, em outubro de 1950, para conflito com as forças das Nações Unidas, lideradas pelos americanos - aqui cabe salientar que a intervenção chinesa acontece também por retaliação ao governo americano por intervirem na questão entre o governo da República Popular da China e a Republica Nacionalista da China (Taiwan). Em 19 de outubro de 1950, Pyongyang, capital do Norte, foi tomada pelas forças do sul. O governo soviético a partir desse ponto mudou de opinião e começou a intervir mais ostensivamente no conflito, destacando aviões, soldados e mais munições e suprimentos para apoiar os norte coreanos e chineses. A consequência de todas essas atitudes foi a derrota das forças da ONU em vários fronts até que se estabelecessem pela volta da fronteira entre as Coréias em meados de dezembro.

No início de 1951, Seul foi tomada pelos norte coreanos novamente. O acumulo de derrotas fez com que Mac Arthur considerasse o uso de armas nucleares contra a China e a Coréia do Norte, mas a chegada do general Matthew Ridgway fez com que mudasse de ideia. Batalhas se seguiram, novamente, com os civis sofrendo os maiores impactos. MacArthur foi afastado do cargo e investigado por ter desobedecido a ordens presidenciais e infligidos a constituição americana, general Ridgway e depois o general James van Fleet assumiram o controle das forças dos capacetes azuis.

Em julho de 1951, começaram os diálogos para uma trégua, ao fundo, bombardeiros assolavam o solos e famílias de ambos os lados do Paralelo. Por mais dois anos esse impasse (sem avanços notórios em campo de batalha e uma população passando por uma crise humanitária) se seguiu; o armistício foi oficialmente assinado em 27 de julho de 1953, mas como foi dito acima, nenhum acordo de paz entre as Coréias foi assinado até os dias atuais.

Hobsbawn (1995) considerou a Guerra das Coréias um subproduto da Segunda Guerra Mundial. Considerada uma guerra civil (DZELEPY E STONE, 196?), o evento que levou a população a enfrentar irmãos e vizinhos (KIM, 1991) em defesa de ideologias.

É possível dizer que o conflito corrido na península coreana era uma "encarnação" da Guerra Fria. Algo semelhante, guardadas as devidas proporções, viria a acontecer no Vietnã (1955-1975), novamente o sofrimento dos civis é gritante e marcante para o mundo todo.

Pós-Guerra e tempos de “paz”
Assinado o armistício, ambos lados começaram a se reconstruir, o ônus da guerra para os dois lados foi dois países destruídos e em ruínas. Dessas ruínas, materiais e morais, surgiu um forte sentimento de nacionalismo e orgulho, tanto ao norte como ao sul. O contato com tantos grupos étnicos, em especial os estadunidenses (que ficaram em território sul-coreano mesmo depois do armistício), como o ocorrido no referido século ajudou a formar o espírito nacionalista.

A Coréia do Sul enfrentou tempos ditadura militar entre 1960 e 1987 (MONTEIRO, 2014, p. 18); embora o governo suprimisse qualquer oposição a ele, o desenvolvimento econômico foi uma marca forte do período. “Laços entre o Estado, o setor bancário e os chaebols (conglomerados de empresas multinacionais que atualmente dominam a economia sul-coreana e que prosperaram no período pós-guerra) foram a chave-mestra para dar suporte a tais planos [planos quinquenais]” (MONTEIRO, 2014, p.18), tais acordos levaram a um rápido desenvolvimento econômico. Nos anos de 1990, o país ao sul da península já constava como um dos mais desenvolvidos do mundo. Esse desenvolvimento econômico, levou o nome de “milagre do rio Han”. Em 1987, a democracia volta ao poder e um novo momento de abertura cultural se forma, em pouco tempo o fenômeno da onda Coreana – hallyu (hangul: 한류), movimento cultural de exportação de cultura (filmes, dramas, novelas e música) para o mundo, começando pela Ásia – começasse a se espalhar pelo mundo.

O período entre o armistício e cancelamento do mesmo pela Coréia do Norte em 2013 (TREVISAN, 2013) foi marcado por um grande desenvolvimento sul coreano, após investimentos pesado em educação, se tornando uma dos Novos Tigres Asiáticos. Por outro lado, o país acima do Paralelo 38 se fechou de contatos com o mundo exterior voltando a mídia nos dias.


Referências 
Flávio Moisés Soares é mestrando em História, pela Universidade Estadual de Paulista (UNESP) campus de Assis, orientando do Prof. Drº. Wilton Carlos Lima Da Silva.
Contato: flaviomoisessoares@gmail.com

BBC BRASIL. A vida das coreanas escravizadas por japoneses em bordéis militares durante a Segunda Guerra. In BBC Brasil. 28 de dezembro de 2015. Disponível em <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151228_escravas_sexuais_japao_rs>. Acessado em 22 de novembro de 2016
DZELEPY, E. N. STONE, I. F. A verdade sobre a Guerra da Coréia. Rio de Janeiro: Andes Editorial, [196? ].
FELDEN, Esther. "Muitas meninas cometiam suicídio", relata ex-escrava sexual na 2ª Guerra. In DW. 03 de setembro de 2013.Disponível em < http://p.dw.com/p/19aQm> acessado em 22 de novembro de 2016.
FERREIRA, Rita de C. e SENHORAS, Eloi. Guerra da Coréia: Sessenta anos de um conflito latente (1953-2013). In Folha de Boa Vista. Boa Vista, 27 de maio de 2013. Disponível em < http://works.bepress.com/eloi/301/ >. Acessado em 18 de agosto de 2017.
HOBSBAWN, Eric J. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
KIM, Marcos. Bala não tem olho: a guerra civil da Coréia contada pelos ex-combatentes. Trabalho de Conclusão de Curso - Departamento de Jornalismo e Editoração/Escola de Comunicações e Artes, USP, 1991.
MONTEIRO, Daniela de S. M. A Onda Coreana e a Representação do Passado em “Reply 1997”. Trabalho de Conclusão de Curso de Estudos de Mídia, Universidade Federal Fluminense, 2014.
NAKAZAWA, Keiji. Gen: pés descalços. Vol.1-4. São Paulo: Editora Conrad do Brasil. 2002. Quarta Edição.
OKAMOTO, Julia Y. As 'mulheres de conforto' da Guerra do Pacífico. In Revista de Iniciação Científica em Relações Internacionais, v. 1, p. 91-108, 2013.
VISENTINI, Paulo G. F. PEREIRA, Analúcia D. MELCHIONNA, Helena H. A Revolução Coreana: o desconhecido socialismo zuche. 1ª edição. São Paulo: Editora UNESP, 2015
TREVISAN, C. Coréia do Norte revoga armistício que pôs fim à guerra com vizinho do Sul. In O Estado de São Paulo. Pequim, 6 de março de 2013. Disponível em < http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,Coréia-do-norte-revoga-armisticio-que-pos-fim-a-guerra-com-vizinho-do-sul-imp-,1004992> acessado em 14 de agosto de 2017.
YAMASHIRO. José. Japão: passado e presente. 2ª edição. São Paulo: IBRASA, 1986.
YAMASHIRO. José. Pequena história do Japão. 2ª edição. São Paulo: Editora Herder, 1964.

8 comentários:

  1. Boa tarde, Flávio!
    A minha dúvida quanto à cultura coreana e as guerras enfrentadas pela povo coreano é a seguinte: Podemos dizer que tanto o episódio do Japão em solo coreano quanto a Guerra da Coréia colaboraram para uma espécie de "apagamento" de uma cultura coreana propriamente dita (e exportada para o Ocidente)? Por exemplo, tanto a cultura da China quanto a do Japão foram exportadas para o Ocidente, criando um imaginário baseado nos "passados majestosos" destas civilizações, mas não há fortes representações de uma cultura coreana (exceto nos últimos sete anos, sob influência da cultura pop coreana). Isto teria alguma influência destes dois episódios?
    Abraços e parabéns pelo trabalho!

    Matheus Rodrigues Gonçalves

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    1. Boa Tarde Matheus,
      Agradeço pela pergunta.
      Acredito que sim, os períodos enfrentados pela Coréia no seculo passado fizeram com que a mesma tivesse que adotar medidas para o seu(s) respectivo(s) crescimento(s). A Coréia do Norte se fechou em seu regime e a Coréia do Sul enfrentou um período de ditadura militar ambos voltados para o desenvolvimento interno e reestruturação da nação. O movimento k-pop, acredito eu, ser a primeira grande interação em grande escala da Coreia, aqui digo a península como um todo, com o Ocidente.
      Espero ter respondido a suas duvidas. :D

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  2. Boa tarde! Tenho acompanhado, com certa preocupação, o desenrolar da atual crise diplomática entre os EUA e a Coréia do Norte. Tal crise parece-me ser uma continuação de antigos sentimentos belicistas que um nutre pelo outro.
    Sabemos que o povo da Coréia do Norte passa por uma série de privações que vão desde a comida racionada (ou nenhuma) até a falta de acesso a informações do mundo exterior. Em um indesejável conflito entre estes dois países, onde o provável vencedor (se é que se pode falar de vencedor) seria os EUA, há como medir o impacto que um choque de realidade poderá ter nessa população quase isolada do mundo? E em caso de reunificação das duas Coréias, após um indesejável conflito, poderia haver o mesmo que houve na Alemanha, onde, além do preconceito com os cidadãos orientais, o país teve que encarar um enorme desafio de superar várias diferenças? A capacidade da economia sul coreana terá como dar conta destes desafios com mais facilidade?

    Att. Cleber Mattos

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  3. Olá Flávio Moisés Soares: parabéns por apresentar um resumo histórico que além de oportuno em função do momento conturbado EUA x Coreia do Norte traz informações não comentadas pela mídia.

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  4. Boa noite Flávio. Legal o seu artigo. Gostaria de perguntar sobre as motivações chinesas em participar na Guerra da Coreia. Menciona, no texto, a retaliação aos EUA, mas também não será importante mencionar o medo do expansionismo estadunidense, caso a Coreia do Norte saísse derrotada? Obrigada
    Daniele Prozczinski

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  5. 1) Com relação à modernização do Japão, mais especificamente no âmbito militar, como foi a aceitação da quebra da tradição samurai? Por questões culturais, houve muita resistência?

    2) O Japão é conhecido como o Império do Sol Nascente e a China, o Império Celeste. Teria a Coréia algum apelido similar?

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  6. Camila Regina de Oliveira12 de outubro de 2017 às 09:40

    Parabéns pelo bem escrito, resumo da situação da Coreia no inicio do século.

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  7. Gostei do tema abordado, é raro se tratar de Coreia na área de História no Brasil atual, por isso parabenizo a escolha do seu tema desse artigo, principalmente o uso de fontes mais orientais do que ocidentais. Mas não pude deixar de nota que o seu artigo passa a sensação de que a Coreia só se dividiu por causa do conflito ocorrido. Então fica aqui minha pergunta:
    1° na história da Coreia unificada, e em relação as 2 capitais (do norte e sul), não há conflitos internos desde antes da anexação do Japão?
    2°Em relação a exportação da cultura coreana para o exterior, com a forte repressão do Japão, e após a influencia capitalista dos EUA, somente nos ultimos anos com o K-Pop tem ocorrido uma maior abertura para o exterior, mas antes da anexação não era meio que uma tradição dos coreanos se manter fechados do mundo?
    Jorciane Campos

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