Rayanne Gabrielle da Silva

A INFLUÊNCIA GEOGRÁFICA NA DEFINIÇÃO DA GUERRA NAVAL RUSSO-JAPONESA
(1904-1905)
Rayanne Gabrielle da Silva

Conflito pouco comentando por autores brasileiros, a Guerra Russo-Japonesa, ou Nipo-Russa, ocorreu entre fevereiro de 1904 e maio de 1905, caracterizado pelo uso das forças navais entre a potência russa em declínio sociopolítico e o ascendente império japonês, bem como pelo controle das regiões continentais da Coreia e da China, ambas enfraquecidas político e economicamente dentro do quadro de disputas internas, rebeliões civis e projeções imperialistas dos vizinhos asiáticos. Os objetivos da Rússia e do Japão com esse conflito tornam-se claros na medida em que se delineiam suas necessidades de obtenção de matérias-primas, inexistentes ou escassos em seus territórios, alargamento das fronteiras e consequente busca por saídas terrestres e/ou marítimas mais viáveis para a realização das negociações econômico-comerciais, principalmente com o Ocidente.

A Guerra Russo-Japonesa está inserida no contexto das guerras asiáticas ocorridas no final do século XIX e início do XX, cujas consequências, desenvolvidas mais adiante neste trabalho, terão reflexos indiretos sobre as duas Grandes Guerras Mundiais que se seguirão. Entre essas guerras estão as duas Guerras do Ópio (1839-1842 e 1856-1860), na China, e a Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894-1895), as primeiras permitindo a abertura chinesa ao comércio Ocidental e a segunda marcada pela afirmação de soberania entre a China e o Japão, este último saindo vencedor e enfrentando, por quase os mesmos motivos, a Rússia uma década depois. Difícil será compreender a eclosão das contendas entre a gigante euro-asiática e o pequeno, mas ocidentalizado, império nipônico, sem conhecer, ainda que brevemente, os conflitos anteriores. 

Antecedentes da Guerra Russo-Japonesa
No século XIX, o Extremo Oriente estava passando por uma pressão enorme das potências ocidentais para abrir seus portos ao mercado externo. A China, o Japão e a Coreia detinham tradições políticas e culturais muito fortes e arraigadas, primando pela preservação dessas tradições ao fechar suas fronteiras às influências ocidentais, cada vez mais impositivas e imperialistas. A Rússia era o único Estado a participar ativamente da vida ocidentalizada que os seus vizinhos tanto tentavam evitar, através de escaramuças por territórios, adesão às ideologias e filosofias em voga na Europa e alianças estratégicas por meio de acordos ou casamentos entre membros da realeza.


Mapa do Extremo Oriente no século XIX. Observação para o avanço da colonização europeia no Pacífico.
In  http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=252

Contudo, a Europa tinha a pretensão de dar continuidade as suas influências e expansões territoriais, além de ampliar seus mercados, vendo no Extremo Oriente um fornecedor comercial em potencial. Como as conversações pacíficas não dessem frutos satisfatórios, em quase todos os casos, decidiu-se usar a força das armas. Na China, por exemplo, as forças britânicas obrigaram os chineses a abrir seus portos para os navios ocidentais, na disputa pelo mercado do ópio. Os Estados Unidos, vizinho americano do outro lado do Pacífico, também deu mostras de intenção colonizadora e obrigou o Japão, em 1853, a fazer o mesmo, sob a ameaça dos canhões das frotas navais (ALBUQUERQUE, 2009, p. 327). Enquanto a China tentava aliar seu tradicionalismo às intervenções estrangeiras em seu território, o Japão optou pela modernização, bem-vinda com o fim da dinastia Tokugawa e o início da era Meiji, pró-Ocidente, em 1868. As consequências dessa súbita modernização refletiram-se, principalmente, na educação, inclusive militar, e na aquisição e posterior desenvolvimento da indústria bélica japonesa. A Coreia, por sua vez, manteve-se subordinada economicamente à China, preservando a alcunha de “reino-eremita”, pela continuidade de sua política de isolamento do resto do mundo (SAKURAI, 2007, p. 138). Além dessa alcunha, a Coreia era tida como um dos vários estados-vassalos chineses, ou seja, possuía independência e administração autônoma, mas reconhecia a supremacia do imperador chinês (CHANG, 2014, p. 168).

Mas o Japão não pararia por aí. Sua súbita modernização cobrou um preço considerável do império. Como afirma Albuquerque (2009, p. 329),

“Tóquio sabia que sua industrialização tinha um ponto fraco, que era a falta de matérias-primas. Estas estavam no continente asiático, nas ilhas indonésias ou do outro lado do mundo, como nos Estados Unidos da América. Tendo consciência clara disso, o governo japonês viu a grande importância de sua marinha de guerra, pois do ponto de vista estratégico o Japão tinha situação análoga à da Grã-Bretanha. Ambos dependiam fortemente de seu poder naval para garantir as comunicações marítimas.”

Portanto, o império nipônico precisava garantir a sobrevivência de sua indústria explorando outros territórios que tivessem aquilo do qual precisava, isto é, carvão e minérios de ferro principalmente. E a Coreia parecia ser perfeita para dar início a essas conquistas no Extremo Oriente, localizada estrategicamente a oeste. Geograficamente, o Japão estava cercado por territórios pertencentes à Rússia – ao norte, a parte sul da ilha Sacalina, e as ilhas Ryukyu, ao sul – e à China – as ilhas Pescadores e Formosa, ambas também no sul. Para tanto, sabia que entraria em conflito com os dois países, os quais tinham pretensões econômicas sobre a Coreia tal como o rival japonês (ALBUQUERQUE, loc. cit.). 

O caso da Rússia era semelhante. O império detinha um território tão vasto quanto à China. A diferença entre os dois é que o segundo não sabia controlar politicamente o seu, enquanto o primeiro preocupava-se com o avanço modernizador da pequena ilha nipônica, localizada a sudeste do território. Sua limitação com a Europa se dá através dos montes Urais, tendo toda a costa leste banhada pelo oceano Pacífico. Subindo para o norte, defronta-se com o inverno rigoroso da Sibéria e a noroeste com o frequentemente congelado mar Branco. Dessa forma, faltava aos russos uma saída navegável para águas quentes em seu litoral, contando apenas com a base naval de Vladivostok, ao sul, cujas águas eram normalmente navegáveis, além de limitadas pelo mar do Japão (ALBUQUERQUE, 2009, p. 330). Em decorrência da sua política expansionista asiática – e aproveitando-se da fraqueza chinesa em manter-se intacta territorialmente –, a Rússia deu início à construção da ferrovia transiberiana, em 1861, ligando o sul da Sibéria, passando pela região da Manchúria Russa (a Manchúria era dividida entre russos e chineses) e alcançando a base naval de Vladivostok, ignorando, por ora, o interesse por espaços na Europa.
Em 1894 inicia-se a Primeira Guerra Sino-Japonesa (haveria outra na altura da Segunda Guerra Mundial), em virtude da invasão à Coreia pelo Japão, cuja vitória esmagadora sobre a China, decidida através da batalha naval de Yalu (1895), surpreendeu o Império Russo e acendeu o sinal de alerta para a política expansionista nipônica no Pacífico. Além disso, o Japão obteve dos chineses a Manchúria Chinesa, as ilhas Pescadores e Formosa, e parte do território coreano, em troca da manutenção parcial da independência da Coreia através do Tratado de Shimonoseki (SAKURAI, 2007, p. 139). Nesse ínterim, a Rússia tomou o lado do partido coreano contrário a ocupação japonesa, enviando colonos ao país, e junto à China, em 1898, passou a operar uma base naval na altura do mar Amarelo chamada de Port Arthur, ao sul da Manchúria Chinesa. A escolha da enseada para a construção da base se deu por ser o único porto no Pacífico que não congela no inverno, o que facilita a navegabilidade, algo caro na busca por saídas marítimas pelos russos (SAKURAI, op. cit., p. 140; DARÓZ, 2009). No mesmo período, os russos também aceleraram a construção da ferrovia, agora ampliando o percurso até Port Arthur, gerando a insatisfação, tal como a construção da base na região, dos japoneses. Estes, por volta de 1902, deram início às negociações, mediadas pela Grã-Bretanha, para a retirada dos colonos russos da Coreia e das tropas russas da Manchúria Chinesa, o que não ocorreu até 1904, quando, sem declaração prévia de guerra, o Japão iniciou o conflito.

A Guerra Naval Russo-Japonesa: consequências territoriais e geopolíticas decorrentes
Os japoneses tinham como objetivo essencial “[...] obter o domínio do mar e fazer a guerra também no continente” (ALBUQUERQUE, op. cit., p. 340), isto é, conquistar e consolidar o domínio sobre todo o Pacífico e controlar os territórios conquistados com a Primeira Guerra Sino-Japonesa, incluindo a Manchúria – rica em recursos minerais, como o gás natural, o petróleo e o diamante -, de modo a impedir o avanço russo. Só assim conseguiria suprir suas carências materiais e fortalecer seu poderia militar, de forma a intimidar quaisquer outras pretensões imperialistas na região, um recado claro às potências europeias, aos Estados Unidos, do outro lado do oceano, e a própria Rússia.
O bloqueio e ataque a Port Arthur (Batalha de Port Arthur) e o afundamento de couraçados russos em Inchon, na Coreia, marcaram o início das hostilidades navais, caracterizando o conflito como uma guerra naval. Segundo a Enciclopédia de Guerras e Revoluções Vol. I (2015), uma guerra naval “é a parte da guerra constituída por ações militares realizadas predominantemente em áreas marítimas e/ou águas interiores”, porém, tal conceito aplicado ao presente objeto de estudo não exclui o uso da força terrestre por ambos os beligerantes em batalhas que mobilizaram grandes contingentes, uso em larga escala, pela primeira vez na História, da metralhadora e a adoção de trincheiras, como visto nas batalhas de Yalu – próximo ao rio de mesmo nome onde, dez anos antes, o Japão obteve uma expressiva vitória em campanha naval contra a China – e, principalmente, a de Mukden, esta última, decisiva para o domínio pleno da Manchúria pelos nipônicos. Tais ações prenunciaram o que viria a ser a caracterização da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) (SONDHAUS, 2013).

Liderados pelo almirante Heihachiro Togo, os japoneses detinham o que era considerada a frota naval mais poderosa do Pacífico, enquanto a frota russa era a mais numerosa, porém menos modernizada e espalhada em missões no Báltico e no Mar Negro, além da que já estava estacionada no Pacífico. Uma observação a respeito da composição das frotas destacada por Freire (2004), indica que a geografia dos países em guerra influenciou na formação de seus marinheiros. Enquanto os russos passavam pouco tempo a bordo de suas embarcações, além daqueles que nunca tinham visto o mar devido às dificuldades territoriais impostas, os japoneses, ao contrário, viviam intensamente em contato com suas belonaves de guerra e com o próprio mar, muitos tendo nascido na costa ou perto dela, sendo pescadores ou até mesmo piratas. Lembrando que a Rússia é um território extremamente continental, enquanto o Japão é um arquipélago, cujas quatro principais ilhas que a compõem constituem o império propriamente dito e conhecido.

A frota russa, de início, foi liderada pelo vice-almirante Stepan Makarov, morto quando seu navio capitânia, o encouraçado Petropavlovsk, afundou ao bater numa mina japonesa. Seu sucessor, o contra-almirante Vilgelm Vitgeft, teve o mesmo destino, sendo então substituído pelo vice-almirante Zinovi Rodjestivensk, comandante do Segundo Esquadrão do Pacífico e que levou a guerra até o fim. Completado um ano do conflito, Rússia e Japão viram-se diante de um impasse, com perdas importantes de navios por causa das minas submarinas e da ausência de vantagens táticas (DARÓZ, 2009).

  
Almirante Togo.
In http://www.oexplorador.com.br/togo-heihachiro-comandante-das-forcas-japonesas-na-batalha-de-tsushima/

No dia 25 de maio de 1905, a frota russa dirigiu-se para o estreito de Tsushima, localizado entre a ilha de Tsushima e a ilha Honshiu, a principal do arquipélago japonês, localizada ao sul. Segundo Albuquerque (2009, p. 347), no local “o tempo apresentava-se ruim, com fortes ventos e uma chuva fina; a neblina espessa tornava nula a visibilidade”, condições meteorológicas consideradas favoráveis pelos russos para iludir a frota japonesa em aproximação e atacá-la. O plano não deu certo e na madrugada do dia 27 para o dia 28 de maio, foram avistados por um navio mercante armado japonês, que informou imediatamente a frota naval de Togo, resultando no ataque que garantiu a vitória japonesa e a rendição da frota russa, colocando fim ao conflito armado. Tal feito ficou conhecido como Batalha Naval de Tsushima ou Batalha do Mar do Japão, cujo impacto gerou comparações com a vitória obtida pelo Almirante Nelson em Trafalgar em 1805 contra as forças napoleônicas cem anos antes (YAMASHIRO, 1964, p. 162).


Vice-Almirante Rodjestivensk.
In https://laguerrarusojaponesa19041905.wordpress.com/tag/vigo/

A paz foi assinada por meio de um tratado, na cidade de Portsmouth, nos Estados Unidos, tendo sido mediada por este último a partir de conversações iniciadas pelos japoneses. Através desse tratado, “[...] a Rússia foi coagida a abrir mão de seus direitos sobre Port Arthur, evacuar a Manchúria e reconhecer a Coréia como área de influência japonesa” (SAKURAI, 2007, p. 140). O Japão ainda obteve os direitos sobre o sul da ilha Sacalina, anexando finalmente a Coreia a seu território em 1910. Já o Império Russo, após sofrer uma derrota naval e territorial considerada vergonhosa, obteve os direitos de pescar comercialmente na costa da Sibéria oriental, sem anular suas pretensões colonialistas (FREIRE, 2004; SAKURAI, loc. cit.; SONDHAUS, 2013). O clima político e socioeconômico interno estava fragilizado, agravado com o início da primeira revolução socialista no mesmo ano de término da guerra, cujo auge em 1917 resultou na queda da monarquia e na retirada imediata da Rússia da Primeira Guerra Mundial. Para John Darwin (2015, p. 319),

“Nem mesmo o desastre da Guerra Russo-Japonesa (1904-1905) [...] conseguiu quebrar a pretensão da Rússia a ser uma potência do Pacífico ou fazer recuar a sua expansão no Norte da Ásia Oriental. Assim, apesar da instabilidade do seu sistema imperial, do seu atraso tecnológico, fragilidade econômica e fraco magnetismo cultural, a Rússia conseguira acompanhar os Estados mundiais rivais. Seguira a sua própria trajetória para o colonialismo mundial.”

Mapa apresentando as áreas de influência russa (cor escura) e as áreas de influência japonesa (cor clara) durante a Guerra Russo-Japonesa.
In ALBUQUERQUE (2009, p. 353).


Em termos geopolíticos, o Japão tornou-se a potência inconteste do Pacífico. Suas necessidades prementes de matéria-prima e de comunicações marítimas traduziram-se em algo maior, capaz de lhe assegurar o controle total da região extremo-oriental, inclusive do oceano ao seu redor, com grande potencial estratégico, assim como dos territórios adjacentes, capazes de lhe fornecer as bases necessárias para continuar a fazer frente às grandes potências mundiais. Com a Primeira Guerra Mundial, em 1914, voltara suas intenções para a fragilizada China e demonstrara hostilidade e uma política dura de não-intervenção no Pacífico contra o gigante Estados Unidos até a Segunda Guerra Mundial, quando atacaram a base naval de Pearl Harbor, no ano de 1941. As bombas atômicas lançadas pelos americanos sobre as ilhas nipônicas em agosto de 1945 foram as consequências do imperialismo desenfreado promovido pelo Trono do Crisântemo.

A Rússia, desde a revolução bolchevique que derrubara a monarquia imperial, viu-se diante do desafio de crescer frente ao Ocidente capitalista sob a condução pesada do comunismo ditatorial. Seu projeto de expansão posterior caracterizou-se pela subjugação de quase toda a Ásia através da ideologia vermelha, resultando na bipolarização tensa, com os Estados Unidos como adversário, logo após a Segunda Guerra, no que ficou conhecida na História como Guerra Fria. Isso não excluiu a possessão de boa parte dos territórios do leste europeu, alargando sobremaneira suas fronteiras, ampliando sua produção e manobras militares e usufruindo das riquezas minerais, como o urânio e o petróleo, capazes de abastecer sua indústria armamentista em crescente produção.

Em síntese, a Guerra Russo-Japonesa dependeu exclusivamente das condições existentes para sobreviver economicamente e se comunicar estrategicamente dos países beligerantes nos espaços geográficos em que estavam inseridos. A necessidade de matérias-primas para abastecer a industrialização, a busca por canais de comunicação além dos meios restritos, a procura por saídas, tanto terrestres quanto para a navegabilidade comercial e militar, as condições meteorológicas adversas e o uso do poder naval para a conquista foram determinantes para definir o resultado do conflito e possibilitar a reflexão sobre as consequências das ações dos rivais em questão ao longo do tumultuado século XX.

Referências
Rayanne Gabrielle da Silva é pós-graduanda em História Militar pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL).
E-mail: rayannegabrielle_28@hotmail.com.

CHANG, J. A Imperatriz de Ferro: a concubina que criou a China moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
SILVA, F. C. T. et alli (Orgs.). Enciclopédia de Guerras e Revoluções Vol. I (1901-1919): a época dos imperialismos e da Grande Guerra (1914-1919). Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
YAMASHIRO, J. Pequena História do Japão. 2 ed. São Paulo: Herder, 1964.
ALBUQUERQUE, A. L. P. e. Batalha de Tsushima: surge uma nova potência. In: VIDIGAL, A.; ALMEIDA, F. E. A. de (Orgs.). Guerra no mar: batalhas e campanhas navais que mudaram a história. Rio de Janeiro: Record, 2009. p. 327-56.
DARWIN, J. Os limites do império. In: ______. Ascensão e queda dos impérios globais (1400-2000). Lisboa: Edições 70, 2015. Versão digital. 
SAKURAI, C. Ambições territoriais e o Japão guerreiro. In: ______. Os Japoneses. São Paulo: Contexto, 2007. Versão digital.
SONDHAUS, L. O mundo em 1914 e as origens da guerra. In: ______. A Primeira Guerra Mundial. São Paulo: Contexto, 2013. Versão digital.
FREIRE, J. M. M. Há cem anos a Guerra Russo-Japonesa. Consequências diplomáticas. Equilíbrio internacional e europeu. Revista Militar, n. 2427, abr. 2004. Disponível em: <https://www.revistamilitar.pt/artigo/394>.
DARÓZ, C. Batalha de Porto Arthur (1904): a vez das minas. Blog Carlos Daróz – História Militar. 26 mar. 2009. Disponível em: <http://darozhistoriamilitar.blogspot.com.br/2009/03/batalha-de-porto-arthur-1904-vez-das.html>.

24 comentários:

  1. Olá Rayanne.
    Gostaria de lhe dizer que seu texto está bem escrito, o que proporciona uma leitura agradável. Portanto, tenha meus cumprimentos por tal feito.
    Algo que me chamou bastante a atenção em seu trabalho foi o título a ele dado. Nele está presente o termo "influência geográfica". E é sobre isso que eu gostaria de saber em maiores detalhes.
    Conforme a adaptação cinematográfica da obra "Dersu Uzala" (livro publicado em 1923 e de autoria de Vladimir Arseniev), pelo cineasta japonês Akira Kurosawa, em 1975, é relatado que o capitão do exército imperial russo V. Arseniev realiza, em conjunto com uma equipe, um trabalho de levantamento topográfico na região de Ussuri (área localizada no extremo leste da Rússia e separada do Japão pelo Mar do Japãoe pelo Mar de Okhotsk), no ano de 1902. Voltando a fazer uma nova pesquisa na mesma localidade, em 1907.
    A Sr.ª saberia me dizer quais as intenções político-militares em se efetivar tais pesquisas, tanto antes quanto depois da Guerra Naval Russo-Japonesa? Teriam elas que finalidades? Seria a construção de linhas férreas?
    Ademais, saberias me dizer de que forma eram elaborados os mapas durante o século XIX e início do século XX, tanto no Japão, quanto no antigo Império Russo? Haveria diferenças nos estudos e nos métodos de trabalho cartográficos?
    Atenciosamente, João Antonio Machado.

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    1. Boa noite, João!

      Desde já, agradeço a participação. Vamos a primeira pergunta. Vladimir Arseniev era um explorador, o qual rendeu inúmeras contribuições com suas pesquisas de campo ao império russo e, principalmente, ao Exército Imperial. As informações fornecidas por ele concentravam-se na região da taiga ou floresta de Ussurian - ou Ussuri -, no extremo leste do território, e que fazia parte do projeto de construção da ferrovia Transiberiana, iniciada em 1891 e finalizada após a Primeira Guerra Mundial, por volta de 1916. Só para se ter uma ideia, o segmento de Ussuri era o último dos planos de finalização do projeto, ligando a cidade de Khabarovsk ao porto de Vladivostok. O objetivo era não só político-econômico, de modo a facilitar o comércio russo na região extremo-oriental, reduzindo tempo e custos, como também abrir saídas estratégicas para um possível expansionismo do império, o que foi de encontro às pretensões nipônicas. Portanto, o objetivo das pesquisas de Arseniev, além do espírito aventureiro dele, também visava recolher informações estratégicas úteis para o domínio pleno local através da construção da linha férrea Transiberiana, um dos motivos de discórdia e disputa entre russos, japoneses e chineses.

      Quanto a segunda pergunta, serei sincera em admitir não ter ainda a profundidade necessária sobre os métodos de trabalho usados por russos e japoneses para elaborar mapas. Contudo, posso assegurar que os russos visavam encontrar saídas estratégicas para a Europa e Ásia, além de buscar acessos viáveis às regiões de águas quentes, as quais possibilitariam um meio de permitir ao império já fragilizado recuperar sua condição de potência, capaz de fazer frente aos rivais europeus e japoneses, estes últimos em ascensão. Por outro lado, os japoneses, há muito conhecedores profundos de seu território, procuraram estudar e analisar exaustivamente territórios vizinhos no Extremo Oriente que pudessem lhe proporcionar os meios que faltavam em seu solo, como petróleo e minérios de ferro, vitais como fontes de abastecimento de suas indústrias. Tais recursos estiveram no centro das disputas entre os Estados, impérios e territórios coloniais do Pacífico até a Segunda Guerra Mundial. Depreende-se que os estudos cartográficos japoneses eram bastante minuciosos, o que permitiu alavancar suas pretensões imperialistas, utilizando tais informações como arma de conquista, ao contrário dos russos, cujas pesquisas de Arseniev no início do século XX revelam que os mesmos mal conheciam os potenciais naturais e estratégicos de boa parte de seu vasto território.

      Abraço,
      Rayanne Gabrielle.

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  2. Poxa, legal. Parece que entendes bastante sobre o assunto. Sua linha de pesquisa é acerca dessa região do globo?
    Particularmente, possuo interesse em me aprofundar na história da Rússia pré-comunista, bem como da Rússia Medieval. Entretanto, há poucos materiais traduzidos em português a esse respeito.
    A Sr.ª saberia me indicar alguns referenciais bibliográficos sobre o tema, mesmo não estando eles escritos em português?
    Se souber de bons livros sobre o Japão pré-contemporâneo, eu também agradeceria.
    Gratamente, João Antonio Machado.

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    1. Em relação as obras, indico em português o volume "Os Russos", da Coleção Povos e Civilizações da Ed. Contexto, de autoria de Angelo Segrillo. Também recomendo a mais recente obra "Os Románov: 1613-1918", da Ed. Cia. das Letras, de autoria de Simon Sebag Montefiore. Aprecio muito o uso de biografias para esses tipos de estudo. Neste caso, recomendo "Nicolau e Alexandra: o relato clássico da queda da dinastia Romanov", de autoria de Robert K. Massie, pela Ed. Rocco. Todos eles abordam a Rússia pré-revolução comunista e os bastidores que levaram a queda de uma das dinastias mais famosas da Euroásia.

      Em língua espanhola, recomendo a obra "La Rusia de los Zares", de Alejandro Muñoz-Alonso, da Ed. S.L.U. Espasa Libros. Em inglês, há o "Medieval Russia (980-1584)", de autoria de Janet Martin, pela Cambridge Medieval Textbooks, uma das maiores referências em Rússia Medieval. Há muitas outras obras a serem referenciadas, mas para início de estudos, recomendo essas por serem volumosas, porém, de leitura agradável e instigante.

      Abraço,
      Rayanne Gabrielle

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    2. Okay. Muito obrigado.
      Abraço e bom evento!

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  3. Excelente texto, Rayanne, parabéns pela autoria.

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  4. Rayanne,

    Ótimo texto. Meus parabéns. Gostaria de tirar uma dúvida sobre o tema da influência geográfica.

    Em sua opinião, em que medida o resultado da guerra foi determinado pelas diferenças logísticas entre as partes? Ou seja, o quanto foi importante o fato de o Japão estar lutando quase do lado de casa enquanto o exército e a frota russas precisavam se deslocar milhares de quilômetros para chegar na região do conflito? Acredito que uma comparação do deslocamento das esquadras que se enfrentaram em Tsushima mostra a imensa desvantagem dos russos, que precisaram contornar o Cabo da Boa Esperança e atravessar o Índico.

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    1. Prof. Emannuel, para responder a sua colocação, bastante pertinente, usarei o exemplo de outra batalha que, apesar de ter ocorrido cem anos antes desse conflito, serviu como fonte de comparação em Tsushima. Menciono a Batalha de Trafalgar, em 1805, na qual a frota inglesa venceu a frota combinada franco-hispânica em uma das maiores batalhas navais da História. Na época, a frota combinada franco-hispânica esperou pela frota inglesa ao sul de Cádiz, no cabo Trafalgar, a oeste da costa espanhola, após a última se deslocar das Antilhas devido a uma manobra perpetrada pela esquadra inimiga, que intentava impedir o acesso dos ingleses ao Canal da Mancha, objetivando invadir as terras britânicas. Mesmo vindo das Antilhas, a frota inglesa foi muito bem sucedida e venceu as frotas combinadas adversárias, o que fez da Inglaterra a "senhora dos mares" até o advento da Grande Guerra em 1914.

      Se compararmos o que houve em Tsushima e em Trafalgar, veremos que a diferença logística não teve tanto efeito na definição dos resultados. O fator da vitória esteve na tecnologia e nos avanços na evolução e arte da guerra naval empregados tanto por ingleses em 1805 e por japoneses um século depois, algo pelo qual os franceses não se preocuparam, em virtude da visão limitada do campo naval de Napoleão, os espanhóis não acompanharam, em virtude das crises políticas e econômicas pelas quais passava, e os russos se acomodaram a respeito, possuindo uma frota naval considerada obsoleta, a parte as convulsões políticas que culminariam, após a Grande Guerra, na queda do império.

      Portanto, mesmo com uma frota mais numerosa, a Rússia não foi capaz de fazer frente a tecnologia bélica bem empregada dos japoneses, melhor informados sobre o seu próprio território, sobre os territórios adjacentes e os potenciais que deles poderia extrair, caso quisesse continuar sua política de expansão imperial. O atraso econômico russo cobraria um preço alto, além da vergonha perante seus pares europeus por uma potência imperial continental ser derrotada por um arquipélago com pouca experiência no campo da guerra naval e não ser ocidentalizado, o que abalaria as pretensões das demais potências europeias na região do Pacífico ao longo do século XX.

      Abraço,
      Rayanne Gabrielle

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  5. Rayanne,

    Ótimo texto. Parabéns. Gostaria de tirar uma dúvida sobre a ideia de influência geográfica. Não entendi bem como isso se materializa no texto!

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    1. Vítor, boa noite! A influência geográfica referida se encontra nos seguintes aspectos: localização e meios disponíveis nos ambientes geográficos em questão, possibilidade de abastecimento das atividades econômicas desenvolvidas entre as partes beligerantes, principalmente da indústria de guerra naval, estudos e observações dos aspectos ambientais e climatológicos durante o conflito, delimitações e alterações de fronteiras entre os países do Extremo Oriente, além de definições do quadro geopolítico da região através dos objetivos pretendidos entre as partes em litígio. Devo acrescentar que esse conflito serviu de ponta de lança para consolidar as intenções imperialistas do Japão, findado juntamente com o término da Segunda Guerra Mundial.

      Abraço,
      Rayanne Gabrielle

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  6. Ótimo texto colega, parabéns !
    Tenho uma pergunta, as batalhas que ocorreram durante esse conflito atingiram também outras nações, como a China ou a Coréia, se sim, eles tomaram algum partido no conflito mesmo com milicias ?

    Tiago Tormes Souza

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    1. Boa tarde, Tiago! As batalhas da Guerra Russo-Japonesa, tanto as navais quanto as terrestres, atingiram diretamente a China e a Coreia. A primeira, que já havia perdido na década anterior a Primeira Guerra Sino-Japonesa, teve parte do seu território ocupado pelos nipônicos (a Manchúria Chinesa, entre outros adjacentes) e viveu, durante toda a primeira metade do século XX, sob o temor de uma invasão japonesa que controlasse permanentemente a região, o que veio a ocorrer por volta de 1937, dando início a Segunda Guerra Sino-Japonesa. Na época, a imperatriz-viúva Cixi tentava modernizar a China, apesar de estar sob uma severa crise econômica que promoveu ações de revoltas internas, inclusive do Exército, contra o governo, devido tanto as condições de vida da população e da nobreza chinesa quanto das ações duvidosas do governo imperial em relação aos interesses japoneses sobre seus territórios no Pacífico.

      Quanto a Coreia, esta era um estado-vassalo da China, governado por um imperador, cuja dinastia (Joseon) foi feita refém após a tomada definitiva da península pelos japoneses em 1910. Durante a Guerra Russo-Japonesa, os coreanos tentaram resistir sim por meio de grupos armados alimentados pelos russos, também interessados na região, pois parte de seu território, desde a Guerra Sino-Japonesa estava sob controle nipônico. A resistência se acentuou mesmo após a anexação do território coreano pelos japoneses após 1910, quando surgiram grupos de cunho nacionalista desejosos por restaurar o império e a independência, longe do controle abusivo dos japoneses, o que só veio a conseguir após a Segunda Guerra Mundial.

      Abraço,
      Rayanne Gabrielle.

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  7. O fechamento do Canal de Suez pelo Estado Britânico contribuiu de forma decisiva para a vitória japonesa, correto ?
    Você teria informações sobre como isso influenciou as relações diplomáticas entre o Império Britânico e o Império Russo, sendo os britânicos um grande fornecedor de crédito para os russos até a Revolução de 1917 ?

    Tiago Tormes Souza

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    1. Respondendo a primeira pergunta, sou sincera em admitir que desconheço tal contribuição e acredito até que ela não tenha ocorrido. Vejamos porquê. A Convenção de Constantinopla, assinada em 1888 pelos grandes Estados europeus, estabelecia em um de seus artigos o não fechamento do canal tanto em períodos de guerra quanto de paz. Durante a Guerra Russo-Japonesa, frotas russas atravessaram normalmente o canal e seguiram rumo ao teatro de operações no Extremo Oriente, sem prejuízo da vitória japonesa. Continuou a defender a superioridade técnica japonesa e o uso adequado dos recursos materiais e humanos disponíveis para a obtenção da vitória no conflito, em contraste com a obsolescência técnica e econômica vista do lado russo.

      Quanto a segunda pergunta, Inglaterra e Japão assinaram um acordo antes da Guerra Russo-Japonesa contra os russos, na qual previa que, se alguma potência europeia entrasse na guerra a favor dos russos, a Inglaterra apoiaria o Japão, inclusive para a garantia dos territórios conquistados pelo último. Lembrando que a Inglaterra e a Rússia também disputavam o controle territorial na Ásia, quadro que veio a se modificar após a derrota russa para os nipônicos em 1905. A fragilidade do czarismo e os vários e violentos levantes da população contra o sistema político e social vigentes alertaram a Inglaterra para as consequências de uma iminente revolução social, tal como ocorreu com a França no final do século XVIII. Após a saída da Rússia da Primeira Guerra e a consequente queda do czarismo, as relações entre os países mudaram bruscamente, principalmente pelo fato de a família imperial russa ser aparentada direta com a família real britânica e ter tido o fim violento que levou. Não é à toa que os vários países Aliados durante a Grande Guerra apoiaram os grupos pró-czaristas durante os conflitos subsequentes a Revolução de Outubro de 1917, perdendo para a implantação definitiva do socialismo na Rússia.

      Abraço,
      Rayanne Gabrielle.

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  8. Olá! Ótimo texto Rayanne Gabriela parabéns.
    Você disse que a Rússia imperialista necessitava de matérias primas e o Japão (quanto ao Japão isso é uma certeza a muito comprovada) também o que me levou a duvida. Quais são esses recursos naturais de que tanto a Rússia necessitava? E quais foram estes territórios conquistados pela Rússia que hoje é conhecida por sua grande riqueza de recursos? Outra duvida que me foi levantada é a respeito de um Japão “ocidentalizado”, sendo que o mesmo só (se assim podemos dizer) se ocidentaliza de fato após a Segunda Guerra Mundial (ou terceira guerra do pacifico) onde há uma “americanização” do Japão e uma guinada na sua economia seguindo os moldes de um capitalismo “totalmente americanizado”. No que se refere a essa ocidentalização, você se refere a abertura dos portos do Japão?

    Victor Lima Corrêa.

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  9. Boa tarde, Victor! A Rússia tinha um grave problema às vésperas da guerra: desconhecia a fundo as riquezas existentes em seu território, principalmente do extremo leste, por onde a ferrovia Transiberiana passaria. Além disso, se o Japão alcançasse os objetivos pretendidos em relação a China, a Coreia, a Manchúria e as ilhas em disputa na região, os russos perderiam suas reservas de gás natural, petróleo e pedras preciosas, bem como de águas quentes para a navegabilidade e abastecimento industrial.

    Quanto aos territórios conquistados pela Rússia, transformo sua pergunta nos territórios estratégicos, tanto de posição quanto de posse de recursos naturais energéticos, perdidos pela Rússia para o Japão durante e depois do conflito, como a base naval de Port Arthur, na Manchúria Chinesa, a Manchúria Russa, por onde cruzava a ferrovia Transiberiana, a região de Inchon, na Coreia, dentre outros pequenos territórios no entorno sob o controle russo.

    A ocidentalização refere-se sim a abertura dos portos japoneses em 1868, seguindo os moldes ocidentais, mais europeus que americanos, até a Segunda Guerra Mundial. Desta em diante, o Japão tornou-se americanizado, pegando emprestado suas palavras.

    Abraço,
    Rayanne Gabrielle

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  10. Prezada Rayanne, boa noite.
    Primeiramente gostaria de lhe parabenizar pelo ótimo texto e principalmente pela feliz escolha do tema, que carece ainda de maior atenção na nossa historiografia.
    Aproveitando a oportunidade gostaria de obter maiores informações sobre a relação entre este conflito e a Primeira Grande Guerra. Até que ponto o embate entre Rússia e Japão fora influenciado pelo "equilíbrio de forças na Europa"? E quais foram as consequências diplomáticas pós-conflito?

    Abraços

    Patricia Ribeiro

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    1. Olá, Patrícia! Em síntese as suas perguntas, as potências europeias, isto é, Inglaterra, França, Alemanha, o Império Austro-Húngaro, este último já enfraquecido politicamente, atuaram como canais de polarização entre os principais beligerantes do conflito. A Inglaterra, por exemplo, apoiava o Japão e, posteriormente, voltou-se para a Rússia. A França permaneceu ao lado dos coreanos e chineses, visto possuir colônias no Sudeste Asiático, cobiçadas mais tarde pelos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. A Rússia insistia em dois objetivos antagônicos, isto é, obter a supremacia na região asiática, ao mesmo tempo em que queria continuar a ser um império rivalizado na Europa.

      Após o conflito, a Rússia viu-se diante do impasse da aceitação de seu novo regime político pelas potências europeias, que viam com preocupação o desenrolar da revolução social no país. O Japão tornou-se o caso mais emblemático dos dois, pois teve de lidar com a ascensão dos Estados Unidos pós- Primeira Guerra pelo controle das áreas de influência situadas no Pacífico, o que ameaçava suas pretensões regionais. Como se pode observar, as tensões pós-Guerra Russo-Japonesa se agravaram após a Primeira Guerra Mundial, só obtendo uma solução definitiva para os impasses políticos e diplomáticos após a Segunda Guerra.

      Abraço,
      Rayanne Gabrielle

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  11. Olá Rayanne
    Outra dúvida me surgiu.
    Ao fim do conflito, os acordos de paz deixavam claro a inexistência indenizações por parte do país derrotado. Você saberia me dizer como as propagandas oficiais manejavam as informações sobre a guerra nos respectivos países? E como a vitória japonesa/derrota russa repercutiu junto à opinião pública nestas potências?

    Abraços

    Patricia Ribeiro

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    1. Repercutiu de maneira desastrosa e vergonhosa para a Rússia, enquanto o Japão ganhou confiança para seguir com suas pretensões de expansão territorial, o que alimentou consideravelmente a sua indústria de propaganda de guerra.

      Rayanne Gabrielle

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  12. Olá Rayanne, tudo certo?
    Gostei de suas reflexões, um texto bastante elucidativo frente ao tema e proposta. Segue apenas alguns comentário, quais são as fontes utilizadas para o trabalho. Encontrei informações bastante precisas e muito satisfatórias para o debate, contudo senti a necessidade de problematizar mais, como em relação aos mapas, como era realizada a produção, estudos sobre a geografa, dentre outros pontos de pertinência. Estou com a leitura de um libro em andamento, A revolução das mulheres, de Graziela Urso, sobre a revolução russa. O livro é composto por escritos da época da revolução e guerra e de que foram traduzidos pela primeira vez em português apenas este ano. Seguindo a discussão levantada pelo livro e relacionando ao seu texto, o que você encontrou sobre a participação de mulheres na guerra naval? Sabemos que ainda há muito a ser descoberto sobre as mulheres, tivemos matemáticas, engenheiras, combatentes dentre tantas outras, mas que são silenciadas nas fontes e na escrita. Você consegue perceber ou levantar algum debate sobre isso? Outra questão, apenas como indicação de leitura para você pensar próximos trabalhos. Caso não conheça, recomendo a leitura de José Miguel Arias Neto, um dos maiores pesquisadores brasileiros sobre guerra naval. As pesquisas não abordam a russia, mas muitos textos serão pertinentes para a análise de fontes e articulação a outros marcadores sociais. Bons estudos! Jorge Luiz Zaluski

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    1. Muito obrigada! Sugestões bastante bem-vindas!

      Abraço,
      Rayanne Gabrielle

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  13. Excelente condensado sobe as origens e papel da geografia no conflito, cabe ressaltar a inerente preocupação com os primórdios bélicos que servem como preparação ou pano de fundo para outros conflitos, Entretanto gostaria de saber, se for possível, como um Japão recém saído de um pseudo feudalismo encontra recursos para a construção de sua grande frota bélica naval, que países lhes passaram tecnologia e a que preço?

    aloisio rodrigues de souza

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